Capítulo II

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Será que ele é o Capitão Bart Wood? E será que aquele é outro mapa igualzinho ao meu, ou melhor, igual ao do falecido Capitão Jones Campbell? - pensei comigo mesmo.

Estava confuso, mas não me deixei levar pelas minhas dúvidas. Esperei o homem desconhecido sair de sua cabine e levantei-me. Peguei o mapa ao meu lado e me preparei para sair devagar de trás dos barris, até que de repente um papagaio verde começou a me perseguir piando alto. Era, com certeza, daquele homem que vi na cabine; todo aquele barulho chamou a atenção dos marujos, que estavam indo ver o que era, porém, por sorte, consegui despistar o chato do papagaio.

- Deixem toda essa bobagem para trás! - exclamou o homem de tapa-olhos aos gritos - Baixem a âncora e preparem os barcos para alcançarmos a baía.

Esperei estar sozinho para sair. Quando deu o tempo, segui para a popa do navio, onde não havia ninguém. Felizmente o dia estava ensolarado e não seria um grande desafio pular ao mar. Lembrei-me do mapa, que poderia facilmente molhar e se desmanchar em pedaços, mas logo, percebi que ele não era feito de um papel comum e não molharia tão fácil. Olhei para trás para assegurar-me de que que estava realmente sozinho e pulei. Nadei para a parte de trás do navio, esperando que os outros tomassem uma boa distância para que eu pudesse continuar a minha descoberta.

Nadei até uma parte mais rochosa da ilha. Embora cansado, com os braços e pernas doloridos, não tinha tempo para descansar ou pensar nas dores, por isso sentei-me em uma pedra cheia de mariscos para estudar o mapa pouco encharcado.

- Bem... Vamos ver... - eu disse concentrado nas linhas e desenhos - Estou aqui, - apontei para a encosta rochosa desenhada - e pretendo chegar aqui. - Desta vez, meus dedos deslizaram-se para o lado oposto do mapa, onde um "X" vermelho foi traçado - É, mas se o mapa estiver certo, o tesouro fica em uma caverna... Ok... Mas parece fácil demais...

Levantei-me das pedras, abri a bússola e, com cuidado e toda cautela que poderia ter, comecei a caminhada. O Capitão Bart Wood não estava muito longe, portanto, teria de ser esperto e rápido.

***

Nenhum de nós sabia o que nos esperava naquela caverna, mas, certa vez, quando estava na pousada do papai, ouvi o Sr. Campbell falando sozinho. Cheio de curiosidade para saber o que era, resolvi ficar a espreita e escutar o que dizia.

- E se o Capitão Wood encontrar aquele tesouro... Ai, não posso nem pensar no que aconteceria... Tudo estaria perdido.

E pegou no sono​. Depois de alguns segundos acordou e disse novamente:

- A maldição... Sim... A antiga maldição da caverna...

E voltou a dormir.

Foi só isso que me lembro. Contudo, caminhando sozinho, a dúvida me perseguia. Não conseguia parar de pensar naquela maldição que Campbell mencionara; o que era? E o que aconteceria caso encontrássemos o tesouro? - essas eram as perguntas que martelavam minha cabeça.

A Ilha do TesouroOnde histórias criam vida. Descubra agora