A Última Carta 🔥

Eu te odeio.

Lucero chegou em casa em passos largos, sabia que sua mãe iria dar um chilique por estar tanto tempo na rua.
Entrou na casa e viu Izabel sentada no sofá da sala ao lado a lareira.
- Boa tarde mamãe.- Demorou em obter a resposta.
Izabel estava com os os olhos concentrados em uma foto, uma foto que Lucero não conseguiu identificar quando ela  chegou perto Izabel virou a foto e guardou.
- Boa tarde- Respondeu friamente.
Lucero ficou pasma.
Não havia gritado.
Ela nunca gritava.
Lucero sabia que ela não era importante para Izabel mais ela sempre perguntou pelo menos aonde eu estava.
- Como está?- Insistiu.
- Bem -
Doeu.
Os passos foram longos ate a escada. Quando estava prestes a sumir pelo corredor Izabel disse algo que ela não entendeu e não quis entender.
Continuou  e entrou no quarto.
A casa estava silenciosa, certamente Luiz estava nas aulas de Inglês e História que não seria mais possível ele continuar ate porque não tinha muito dinheiro.
Lucia deveria estar também nas aulas de boas maneiras.
Sempre odiou as aulas de boas maneiras era algo que ela desprezava.
Aquelas aulas só exigiam que as pessoas fossem algo que ela verdadeiramente não são.
Achava ridiculo a ideia de que meninas de 5 anos fossem aprender a tomar chá corretamente.

Fechou a porta de seu quarto e sentou na poltrona ao lado da janela que dava ao enorme jardim. Lucero adorava ver o jardim, era lindo.
Seu pai havia construído só para ela com orquídeas e rosas brancas nas quais eram suas prediletas.
Encostou a cabeça na parede e se lembrou do rosto de Fernando na sua frente sorrindo como ninguém dando-a atenção que ninguém havia dado a ela.
Seus pensamentos diziam de certa forma que ele era importante para ela.
Havia se divertido tanto.
Mas logo seus pensamentos foram invadidos por outro homem ...um homem rico que seria seu esposo.
Tudo era muito complicado tudo estava confuso.
🍂

Os olhos de Fernando se concentravam no teto já encardido pelo tempo.
Só que a imagem não era do teto e sim do rosto de Lucero que o marcou tanto.
Pela primeira vez ele sentou uma coisa estranha no seu coração.
Parecia que quando pensava nela seu coração ardia mais ardia de uma forma boa.

Acordou da mesma forma que as últimas vezes, caido sobre o chão procurando o inconveniente despertador.
Seu corpo deu um pulo quando se lembrou que teria que ir até o restaurante.
Olhou no despertador que marcava 8h e se aliviou.
Vestiu as calças e depois somente a camisa foi até o banheiro e deu um trato do cabelo saiu e quando pegou no trinco da porta pisou em algo que vez um estalo.
Olhou para o chão e pegou um pequeno colar que tinha um
L em volta da corrente de ouro.
Sua mente não precisou pensar muito para saber de quem era.
Sorriu e foi ate o armário e guardou em uma pequena caixinha.
" Um bom pretexto"
Sorriu e deixou o quarto.

Tomou um café com um pão e depois saiu pela rua.
Olhou no enorme relógio que tinha no meio da rua que marcava 8:40.
Andou mais rápido até chegar no restaurante que estava proximo.

Antes de entrar arrumou o cabelo e entrou.
Viu uma moça diferente na recepção, era mais roliça.
- Bom dia vim para o teste para garçom - Ela ergueu uma sobrancelha e pegou um papel que estava dentro de uma gaveta.
- Seu nome?- Perguntou seriamente.
- Fernando Colunga Olivares.-
Ela olhou umas 3 vezes e depois voltou a olhar para Fernando.
- Segunda porta a esquerda-
Fernando assentiu com a cabeça e foi direto para o corredor.
Entrou na porta que estava escancarada aonde havia 6 homens.
- Bom dia - Fernando os cumprimentou.
E todos responderam.
Sentou-se em um banco ao lado de um homem de barba e rosto fino.
-Veio para a vaga de garçom ?- Perguntou sorrindo simpaticamente.
- Sim.- Fernando Respondeu.
- Prazer meu nome é David Zepeda - Se apresentou enquanto estendia uma mão.
- Fernando Colunga - Respondeu apertando a mão de David.
- Bem agora somos uma dupla. Só há 3 vagas então teremos que nos ajudar. Pagam muito bem -
Fernando não teve outro remédio que aceitar. Precisava do emprego mais necessariamente do dinheiro.
Passaram 5 minutos e um Homem de gravata e calças apertadas.
- Fila do menor para o maior.-
Todos obedeceram.
Fernando ficou como penúltimo o que ficou por ultimo era um homem Loiro musculoso bem mais musculoso que Fernando.
Depois o homem começou a chamar de um em um.
Depois de 1h Fernando foi chamado.
Andou pelo corredor até a cozinha .
- Bem você é um dos unicos que eu vi que tem jeito com bandejas.- Disse enquanto ponhava uma taça e uma garrafa de vinho em cima de uma bandeja fina.
- Sim..já trabalhei como bar-men-  Respondeu orgulhoso. Sentiu uma pitada de chance chegando até ele .
- Ótimo isso irá ajudar -
Pegou a bandeja e entregou a Fernando.
- Ande ate a mesa com a coluna ereta e o braço dobrado corretamente.-
Fernando fez exatamente o que ele disse.
Andou ate uma mesa redonda.
- Ótimo bravo. O 1 que acertou.-
Fernando deixou a bandeja em cima da mesa e se aliviou.
- Volte para a sala e me espere -
Feranndo assentiu e no meio no caminho sorriu como uma criança.
Entrou e sentou ao lado de David.
- Bem vou chamar os nomes que foram aceitos .- O homem ponhou um papel em frente do rosto e leu.- Willian Santos, David Zepeda e Fernando Colunga Olivares por favor sigam- me.
A mão de Fernando apertou a de David que soltaram um leve sorriso de alivio.
Willian continuava sério.
Entaram em uma espécie de cozinha.
Havia um enorme balcão que repartia a cozinha e um corredor que dava para as mesas no enorme salão.
Não tinha quase ninguém porque era um restaurante noturno.
- Bem. Aqui estão seus uniformes.- Disse enquanto distribuía 3 sacolas.- Vocês devem estar aqui todos os dias as 5:30 porque as 6:00h o restaurante abre.- Suspirou passou a mao na careca rala- Vocês devem fazer a mesma coisa que foi ensinado hoje. Servir sempre pela...?- Apontou para David e respondeu rapidamente.
- Direita -
- E não se esquecer de... ?-
Apontou para Fernando que foi rápido.
- Dizer Boa noite e Obrigada -
- Ótimo. Meu nome é Joaquim e eu sou o Administrador do restaurante qualquer duvida é só vir falar comigo -
Deu as costas e foi embora.

Fernando chegou na pensão e uma velha que ficava na recepção foi ate ele.
- Uma moça veio até aqui. Como era bem vestida e e educada deixei subir.-
- Obrigada-
O coração de Fernando batia rapidamente ele não sabia o porque mais batia da quela forma.
Subiu as escadas e e abriu a porta.
Ela estava sentada sobre sua cama com as pernas uma em cima da outra encostada na cabeceira enquanto lia uma revista.