Mark foi para a casa de Lui, onde ficaria hospedado até que o resultado fosse divulgado e então poderia ir embora. Não que não quisesse estar com os amigos, mas naquele momento ele não queria estar lá.
Sabia que não poderia ficar muito tempo lá na casa de Lui, não podia deixar Richard sozinho no estado em que estava, pelo menos até que acordasse.
– Lui, eu acho que fiz coisa errada, não acha? – perguntou ao amigo, que bebia leite direto da caixa.
– Não acho, fica tranquilo, você fez o que achou certo e além do mais, ele não está em condições de ficar com ela no hospital, ou então ficaria internado ao lado dela.
Mark não gostou muito do comentário, mas ficou quieto.
– Eu vou te dizer, o Richard não daria conta. – continuou Lui.
– Conta do que exatamente?
– Disso tudo, do torneio e também dessa situação.
– Desculpe, Lui, mas ele tem tomado as rédeas disso muito bem. – respondeu num semblante sério e meio irritado.
– Eu só falei o que penso, desculpe.
– Eu vou voltar para lá, até a véspera!
Lui não fez questão de responder ou se despedir, sabia que quando Mark ficava assim ele não queria mais papo.
Mark pegou suas coisas e colocou no porta-malas do carro e seguiu novamente para a casa de Richard.
Para a sua surpresa, quando chegou, a porta estava trancada, e então a mesma senhora que estava cuidando da Senhora Wilson estava entrando na casa ao lado.
– Oi! – chamou-a, antes que entrasse.
– Olá, querido, está tudo bem?
– Sim, na verdade queria saber se conseguiu alguém para ficar lá no seu lugar?
– Oh sim, claro, Richard apareceu lá! Não aparentava estar muito bem, mas insistiu tanto.
– Obrigado!
Mark saiu com tanta pressa que nem esperou a senhora responder.
O carro seguiu em disparada pela rua, Mark sentiu um embrulho no estomago e o peito apertado. Sabia o quanto o amigo se preocupava com a mãe, e não o perdoaria se alguma coisa pior tivesse acontecido e ainda não o tivesse avisado.
Mas se ele havia ido até o hospital, ele tinha visto o bilhete, mas talvez não fosse suficiente.
Quando Mark chegou no hospital, foi logo até o balcão de atendimento.
– Oi, eu vim aqui mais cedo, queria ver o quarto 35, onde está...
– Desculpe, mas o filho da Senhora Wilson pediu para não deixar ninguém subir agora.
Mark ficou quieto, não sabia o que responder.
Agradeceu a atendente e se sentou num banco que havia do lado de fora do hotel, em frente a um pequeno canteiro com algumas plantas. Recostou-se e apoiou sua cabeça na parede, olhando para o céu.
Depois de algum tempo, reparou um vulto com o canto do olho que ficou parado por um instante e depois sumiu. Mark olhou para ver quem era, e Richard ia voltando para dentro do hospital.
– Ei, Richard, espera! Como você está? – perguntou Mark, correndo atrás do amigo, fazendo-o parar no meio do caminho.
Richard o olhou de olhos cerrados, encarando-o como se fosse um desconhecido perguntando seu número de telefone.
– Poderia estar melhor, mas você me deixou com a porra de um bilhete!
– Você não estava bem, nem mesmo acordou quando te chamei.
– Fizesse que eu acordasse, porra! Minha mãe estava internada!
– Eu não sabia que ia se zangar tanto comigo.
– Não estou muito bravo com você, eu sou um irresponsável mesmo!
– Não é irresponsável, faz de tudo por ela e quer fazer mais que pode.
– E o que acha que devo fazer, esperar que ela apodreça na cama enquanto eu...
Dali não saiu mais palavra alguma, Richard começou a chorar tanto que soluçava.
– Não quero perde-la, é tudo que eu tenho, tudo que me resta!
– Não é verdade!
– Eu não tenho mais nada, nem ninguém! O que vou fazer sem ela?
– Você tem amigos, não vamos te deixar sozinho!
– Não me diga isso, eles não se importam!
– Eu me importo, e estou aqui agora!
Richard o olhou nos olhos, e era sincero. Mas de repente, sem mais nem menos, se distanciou dele e voltou para dentro do hospital.
– Me ligue se precisar! – gritou, enquanto via os cabelos ruivos sumindo ao se virar.
Mark voltou para a casa de Lui, já que Richard estava melhor e agora cuidava da mãe.
Alguns dias se passaram e Mark não obteve nenhuma notícia, nem de Richard ou de sua mãe.
O resultado estava prestes a ser anunciado, e agora a única coisa que eles podiam fazer era esperar.
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ONLY ONE
Teen FictionOnly One é um torneio onde 7 jogadores irão competir para ver quem ganhará o prêmio estimado no valor de cinquenta milhões de reais. O jogo não é para amadores, ou medrosos! O perigo se espreita a cada nível e o objetivo principal do jogador po...