Only Hope (Degustação)

Capítulo 1

Este é o bônus de uma das fanfictions que postei no nyah. Caso alguém se interesse em fanfics de twd, vou deixar o link da história original: https://fanfiction.com.br/historia/522395/Only_Hope/

Espero muito que gostem!

Pov - Annie

─Annie o que foi, está chorando mais uma vez? - Mel me pergunta enquanto abria a geladeira e se servia de um copo de água gelada.

─Não é nada, estava apenas descascando umas cebolas para o jantar.

─Sei! - Ela diz desconfiada, depois puxa uma cadeira, se senta me olhando fixamente, respiro fundo, encaro Mel, minha irmã é a única coisa que me mantem de pé - Não entendo, eu tento, mas não entendo.

─O que?

─Olhe para você Annie, essas roupas, vestido até o pé, esses cabelos compridos feito Rapunzel, quer dizer, porque não se arruma mais, corta esses cabelos, usa um jeans, para de chorar e vai viver.

─Não tem dever de casa para fazer?

─Annie para de cuidar de mim como se tivesse dez anos, tenho dezesseis.

─É quase o mesmo, vai Mel, faz seu dever e vem jantar.

─Droga Annie, fala comigo, tem medo dele, eu sei que o papai é muito mais severo com você do que comigo, que de vez em quando ele passa dos limites, mas enfrente droga, te empresto uma roupa, corto seu cabelo, o que ele pode fazer? Te dar uns tapas, gritar? Ele já fez isso antes, detesto te ver como uma dessas religiosas fundamentalistas, essa gente maluca, não acho que é assim.

─Mel, por favor, faz o que pedi! - Eu peço angustiada, não quero encarar Mel, meus olhos diriam a verdade e não posso, não ainda, quando ela tiver idade eu arranco ela daqui e isso acaba, não falta muito.

─Não vou arrancar nada de você não é? - Seco uma gota de lágrima teimosa e com um suspiro de irritação ela me deixa.

Termino o jantar, comemos apenas nós duas, Bill devia estar no bar, quando chegasse cheirando a álcool eu sofreria as consequências.

─Te ajudo com a louça.

─Não, vai terminar seu dever, amanhã sai cedo para aula.

─Te amo irmã, mas você, sei lá, ainda descubro.

Ela se ergue e ouvimos a porta bater, meu coração bate assustado, ela nota, mas desiste e segue para sala, me viro para pia, mal consigo lavar a louça de tanta tensão.

─Quero você na minha cama quando a pirralha dormir.

─Bill! - Não importa quanto tempo passe, eu não deixo de tentar, não quero me acostumar, não quero, ele se encosta em mim, sinto enjoo, sempre é a mesma sensação de nojo.

─Temos um bom acordo, eu te tenho quando quero, de boca bem fechada e sua irmã está livre, ou posso levar ela no seu lugar, é o que quer?

─Ela é sua filha! - Aquilo me apavora só de pensar.

─É? Tem certeza? Sua mãe era uma vadia, ela também me disse que você era minha e se não fossem esses seus olhos verdes eu nunca saberia! - Ele me puxa os cabelos, reprimo um grito - Ou vai você ou vai ela, a menina está cada dia mais bonita! - Ele passa o nariz por minha pele, depois me empurra - Quero você quando ela dormir, e não demora!

Ele deixa a cozinha, antes esbarra em uma cadeira, cambaleia, ri de si mesmo e some para a cama, termino meu trabalho e sigo para sala, Mel estava com seus fones de ouvidos, deitada no sofá, cantarolava qualquer coisa despreocupada, é só isso que quero, sua inocência intacta.