Capítulo 6

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Maite havia conseguido não chamar atenção quando chegou, sua mãe, assustadoramente, não fizera escândalo e não a insultara por ter saído com Christian e ter chegado tão tarde em casa, mais tarde do que geralmente chegava. O pai apenas sorriu amável como sempre no café da manhã e Adolfo... Adolfo não estava em casa, provavelmente ainda estava no meio de seus amigos depois de uma noite inteira jogando vídeo game. Maite sentia-se inexplicavelmente feliz, plena e se surpreendeu por seus pais não comentarem nada. O pai também sorria discretamente e os dois trocaram algumas palavras, mas a mãe ficou calada durante todo o café da manhã e Maite estranhou, mas nada disse, o clima estava bom, como raramente acontecia, não iria estragar aquele momento raro.

— Bom dia — Adolfo disse entrando na sala de jantar bocejando, esfregando os olhos e com o cabelo todo bagunçado. Maite riu da situação dele.

— Acho que você teve uma ótima noite de sono — a morena alfinetou e o irmão riu.

— Sonhei que passei a noite inteira jogando vídeo game — Adolfo respondeu depois de cumprimentar os pais e sentar ao lado da irmã.

— Bom dia, filho — Graça disse se aproximando para servir o café a Adolfo.

— Bom dia, Graça. Obrigado — Adolfo agradeceu e os quatro terminaram de tomar o café. Javier e os filhos conversaram e riram, porém Maria Teresa continuava calada. Maite não aguentou.

— Mãe? Mamãe? A senhora está bem? — Maite chamou e Maria Teresa a olhou. Apesar da expressão séria, um brilho que Maite nunca havia visto se fazia presente nos olhos da mãe. Um brilho de... Satisfação... Felicidade.

— O quê? — Maria Teresa disse serenamente e Maite se assustou, mas conseguiu disfarçar.

— A senhora está bem? Está tão calada hoje — Maite disse receosa de que a mãe a interpretasse mal e transformasse o café da manhã em mais uma das constantes brigas. A mãe continuou agindo de maneira serena.

— Estou ótima — ela olhou para Javier e seus olhos brilharam ainda mais. Maite e Adolfo trocaram olhares confusos. — Com licença, vou para o meu quarto — Maria Teresa se levantou e se dirigiu silenciosamente até o andar de cima.

— Pai, o que acaba de acontecer aqui? — Adolfo e Maite pronunciaram juntos e Javier riu.

— Acho que ela está voltando aos poucos... — Javier sorria largamente.

— Voltou a dar no coro, pai? — Adolfo perguntou malicioso e Maite deu um tapa no braço dele.

— Me respeita, menino — Javier fez uma carranca, a qual não durou mais que uns poucos segundos, a felicidade que sentia lhe preenchia por dentro e transbordava em sua expressão.

Os três riram cumplices e terminaram o café da manhã conversando amenidades. Maite se levantou e se retirou da mesa pedindo licença. Passando pela sala para voltar ao quarto, Maite olhou para a janela e do outro lado da rua viu Christian sentado nos degraus que davam à porta de entrada da casa. Parou por um instante no meio do caminho e mordeu o lábio inferior. Olhou para trás e o pai e o irmão continuavam conversando sem perceber que ela estava ali, parada no meio da sala. Respirou fundo e com uma ultima olhada ao redor, correu para a porta, a qual abriu e fechou sem fazer barulho. Por sorte o portão estava aberto, o chofer estava lá fora e ela sorriu desejando bom dia a ele que apenas assentiu sorrindo educadamente. O dia estava quente, Maite vestia um short jeans escuro e curto e uma blusinha regata.

— Bom dia — Maite falou alto depois de atravessar a rua e parar em frente ao portão de Christian. Ele estava distraído e olhou-a assustado, sorrindo em seguida ao ver quem era.

Afaste-se de Mim... (Chaverroni)Onde histórias criam vida. Descubra agora