Perdido nos meus pensamentos

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Eu nunca tive ídolos
Mas já pensei que houvesse deuses
Não estou a falar daqueles que vivem no céu
Mas dos humanos
Inicialmente foram jogadores de futebol
Mas tarde músicos, poetas e até políticos
Seus feitos para mim eram míticos
Mas logo percebi, que muitos eram cínicos
Atrás de uma grande obra
Pode não estar um grande homem
Lembro me de Armstrong
Não estou aqui a julgar
Só a pensar
Somos estranhos
Acostumamos, admirar quem saber cantar jogar, bater e até escrever
Mas porquê?
Sim sei todos queremos ser alguém
E nós espelhamos em outrém
Até eu já sonhei em ser como Pessoa ou Camões
Mas para quê?
Bem, pode ser uma razão para viver
Que é algo que nunca vou compreender
A vida estar a passar...
E eu limito-me a olhar
Sinto-me como Diógenes
Aquele a quem ofereceram tudo
E o que ele pediu?
Que saíssem da sua frente
Para poder banhar-se com o sol
Louco não?
E lindo ao mesmo tempo
Mas é em posição de poder
Que realmente vês quem és
É fácil dizer que não vais fazer
Se nunca tiveres a tentação
As vezes sinto-me como Bukowski
Apesar de não beber
Como ele das pessoas não quero saber
Quero estar sozinho a escrever
Acompanhado pelo silêncio
Perdido nos meus pensamentos
Sei que não sou normal
Mas também não me sinto especial
Talvez meio lunático
Más nunca um gênio
Estou mais para burro
E de pensar
Que já me chamaram de novo Shakespeare
Nesse momento
Eu literalmente imaginei ele no túmulo
O pobre coitado estava a se debater
E eu claro que tive que agradecer
Essa pessoa engrandeceu o meu ser
Mas sempre tive os pés no chão
Apesar de viver numa constante ilusão
Essa é a minha feliz realidade
Que nunca foi uma normalidade
Como não é normal
O esse meu modo de escrever
Mas sinceramente não quero saber
E mais tarde sempre posso dizer
Que isso
Era o meu eu poético
Espero que não sejas cético













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