Cap. 1 || Parte 1

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Ando até a um pequeno balcão, as minhas mãos tocam constantemente o meu cabelo por causa dos nervos, eu nunca estive tão próximo da morte como estou agora. Ao fundo do corredor consigo ver uma mulher, parece ser Mayer, a mulher com quem tinha falei ao telefone nesta manha.

- Bom dia Enfermeira Mayer. - Falo confiante na frente do balcão enquanto tento fazer com que a minha perna pare de tremer e se tente ao mesmo tempo abstrair-me dos gemidos de dor que se ouvem neste corredor, causados pelas dores agonizantes dos utentes desta unidade.

- Bom dia Harry. - Mayer dá-me um sorriso e passa a mão no seu cabelo enquanto analisa um bloco de folhas. “Eu queria que conhecesses uma pessoa, vem comigo.”

A mulher sai de trás do balcão e ajeita a sua bata, passa novamente a mão no cabelo e olha para mim começando a falar.

- O nome dele é Louis Tomlinson. Ele é uma boa pessoa, é mais velho que tu uns anos. Acho que é uma ótima pessoa com quem podes falar. Ele chegou há uns dias, tem um cancro muito avançado e tem razoavelmente pouco tempo de vida. - Ela esboça um leve sorriso.

Estou nervoso e mais do que isso, estou com medo, não sei como Louis vai reagir à minha presença, não sei como é que ele está, não sei qual é o seu aspeto... E, acima de tudo, estou surpreendido com a maneira de como a morte é abordada nesta unidade. Sorrio de volta para a mulher loira e esta anda até parar em frente de um quarto, quase na ponta do imenso corredor.

- É aqui que ele está. Ele está sozinho, não há mais nenhum doente neste quarto, ele precisa mesmo de companhia. - Ela abre a porta e espreita. - O Louis está a dormir. Podes entrar na mesma e quando ele acordar, irá ter uma surpresa.

Assinto e entro no quarto ao lado dela. A enfermeira fica aos pés da cama e eu sento-me ao lado do rapaz que esta deitado na cama do hospital dormindo com um leve sorriso nos lábios.

Mayer sai e fico a observar as feições do rapaz.

*

Louis move-se e os seus olhos abrem-se lentamente, eu abstraio-me dos pensamentos que rodeavam antes a minha mente e que agora estão perdidos em algum lado. Para onde vão os pensamentos quando nós o esquecemos?

- Hm… bom dia, eu conheço-te? - Louis pergunta-me e eu agora estou mais “ocupado” em observar as suas pequenas perolas azuis escondidas pelas suas pálpebras.

- Não, eu sou o Harry. - Eu sorrio e ele sorri para mim, como se fosse contagiado. Ele tem um sorriso bonito, não posso deixar de reparar. - Eu venho fazer-te companhia, sou voluntário.

- Eu sou o Louis, já deves saber. - Ele solta uma gargalhada baixa.

- Sim, eu sei.

- Vais ficar aqui muito tempo? - Louis senta-se na cama e fita-me.

- Eu vou ficar aqui o tempo que for preciso, como eu disse, eu vou fazer-te companhia. - Ele sorri de uma maneira mais confiante. Louis parece alegre, parece ser uma boa pessoa, uma pessoa divertida, vivida e de certeza era alguém por quem facilmente me podia apaixonar.

- Sabes que eu vou morrer, não sabes? - Louis pergunta numa voz mais apagada e mais triste do que aquela que tinha mostrado antes. 

- Esperemos que até  isso acontecer, eu te possa fazer feliz.

- Gente, eu editei este capitulo, porque eu decidi fazer assim e coise.

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