Revivendo outra vez

Prólogo

                                                       Ana

-Era uma casa velha como as demais, estava ali parada sobre ela, no lugar onde antigamente já foi uma porta. O vento balançava meu longo vestido branco, tive a breve sensação de que ele não me pertencia. Mas por que raio estava usando? Desci as escadas daquela casa, podia avistar um vasto campo verde, aquele lugar me era tão familiar, mas ao mesmo tempo tão distante. Continuei caminhando e encontrei um pântano terrível, ele era tão longo que era preciso passar por ele para chegar ao outro lado do bosque. Talvez naquele local eu encontrasse as respostas que tanto procuro. Em meio ao caos, encontrei-o, o garoto responsável pela sensação mais terrível que já senti aquele que me fazia tremer e arder em chamas, ao mesmo tempo em que meu coração ameaçava sair pela boca. Estava mais irresistível ainda vestido com aquelas armaduras que nunca havia visto antes, ele abriu seu sorriso o convidando para alcança-lo do outro lado. Para tê-los no braço mais uma vez faria qualquer coisa, até atravessaria o pântano com meu vestido branco. Assim tentei pela primeira vez, depois de tantas vezes sonhando o mesmo sonho. porém a verdade insistiu em bater na minha porta outra vez. Do outro lado avistei Lua, com seus olhos negros e cabelos esvoaçantes, com a pele mais branca do que da ultima vez que a vi, ele a encarou como se fosse a primeira vez que a visse, ela o olhou de canto fazendo pouco caso com sua presença. Os meus pés apoiados sobre o pântano recuaram dois passos para trás e fiquei os observando. Notei que o vestido branco que usava havia ficado azul marinho e Lua estava usando meu vestido branco, o que provavelmente sempre havia lhe pertencido. Agora faz sentido porque das outras vezes não havia atravessado o pântano, as duas figuras provavelmente estavam ali mesmo que não as visse. Fui para o lado leste do bosque buscando compreender melhor aquilo que tanto me instigava, porque estava sonhando tanto com aquilo. E agora que ele estava durando não podia perder a oportunidade. Um cavalo branco com um homem loiro alto, pele branca e macia estava galopando em direção ao oeste, parecia estar apressado em busca de algum objetivo, observei atentamente e notei a coroa sobre sua cabeça. O rei. Senti uma leve tontura e o bosque pareceu mudar de lugar, agora estava dentro de um castelo. Fiquei impressionada com o rumo que aquilo tudo estava tomando. Andei pelos corredores e encontrei uma sala cheia de livros. Estava prestes a voltar para o corredor quando avistei uma garota alta, de cabelos longos presos em uma trança usando um vestido verde, logo a reconheci, Carol. Seus olhos azuis estavam colados em um livro e parecia estar preocupada com alguma coisa. Tentei chamar seu nome, mas a imagem formada em minha mente havia evaporado. Agora estava em um campo de batalha, havia uma garota de cabelos castanhos soltos, usava uma armadura como os homens, ela liderava o exercito atrás de si, sentada sobre seu cavalo marrom. Assim que ela se virou, observei seu sorriso deslumbrante como aquela que não havia mais medo de nada, seus olhos castanhos tão claros que emanavam a energia de quem tinha adquirido força e confiança de sobra, ela não era mais a nossa caçula, Amanda era agora a guerreira. Fiquei tão feliz de tê-la encontrado, corri em sua direção precisava conversar, queria contar a ela sobre toda essa loucura!