Cruel World

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Alice

Não precisei pagar nada por estar indo embora antes do tempo. Sentei no sofá que tinha em frente ao elevador e fiquei esperando Matt e Nash descerem. Fiquei encarando o elevador que logo abriu a porta e os dois saíram, Nash revirou os olhos rindo ao me ver.

— Você realmente chamou ela — Nash disse vindo em minha direção e pegando minhas malas, achei aquilo estranho mas não reclamei. Levantei e fui andando atrás dele. Matt me puxou pela cintura e eu olhei pra ele.

— Ele ficou bem feliz quando soube que você iria — ele disse e eu ri sem acreditar. 

Fomos em direção ao carro dele e vimos Nash entrando no carona, um funcionário do hotel colocava as bagagens na mala do carro. Matthew, que tinha vindo me segurando pela cintura, me soltou e entrou no motorista. Entrei na parte de trás do carro e ouvi o barulho da mala fechando. Matt acelerou e fomos em direção ao aeroporto. Matt parou o carro do lado do avião e logo um funcionário dele veio pegar as bagagens para colocar no avião. Havia um motorista nos esperando que saiu com o carro quando ele estava vazio. Matt foi o primeiro a entrar no avião e antes que eu pudesse entrar Nash me puxou.

— Por que você fez aquilo? — Nash perguntou e eu não entendi.

— Não faço ideia do que seja aquilo — eu disse voltando a entrar. Matt estava deitado em uma cama que havia lá dentro. Sentei em uma poltrona e Nash sentou na do lado, olhei para ele irritada e ele sorriu. O avião decolou, ele ainda não havia tentado trocar nenhuma palavra comigo e torcia para ser assim durante todo o vôo.

— Me diz porque você fez aquilo — não fazia ideia do que ele estava falando quando ele quebrou o silêncio.

— Aquilo o que? — ele revirou os olhos.

— Por que você tomou aquela quantidade de calmante que te fez desmaiar? — olhei pra ele assustada.

— E como você sabe? — perguntei e ele riu.

— Seu quarto era do lado do meu, eu tinha uma vista maravilhosa pro seu quarto e eu vi você tomando — ele parecia irritado.

— Ta preocupado? — perguntei ironicamente.

— Sim — ele disse e eu assenti com a cabeça.

— Se você tivesse se preocupado, não teria me deixado lá desmaiada — ele revirou os olhos. Levantei e fui em direção ao banheiro, ele veio atrás de mim 

— Tá fugindo pra não responder? — e ele ainda não tinha desistido.

— Eu só quero ir ao banheiro — eu disse e entrei no banheiro, achei estranho o fato dele ser maior do que os dos outros aviões. Antes que eu conseguisse trancar a porta, Nash fez força para abrir me impedindo de fechar e entrou no banheiro trancando a porta.

— Você vai me dizer porque fez isso — ele disse me imprensando na parede, minha respiração começou a falhar.

— Nash, deixa eu sair — minha voz estava fraca.

— Me diz por que e você sai — recuperei minhas forças.

— Por que você não vai atrás daquelas meninas de ontem e me esquece? — perguntei e ele me soltou deixando eu passar, fui para a porta e a destranquei.

— Porque você é diferente — ele disse antes que eu saísse, me puxou de volta pra parede e me beijou. Aquilo me deixava cada vez com mais raiva, quem era ele pra me usar daquela forma? Empurrei ele e sai do banheiro. Ele veio logo atrás, sentei no mesmo lugar que havia sentado antes e ele sentou em um diferente, longe do meu. Matt, que estava dormindo, acordou quando o avião estava descendo pra pousar. 

Quando o avião pousou havia um mercedes nos esperando. O motorista, que era o pai de Matt, nos ajudou a colocar as bagagens na mala. Entramos no carro, Matt foi na frente junto com o pai e eu e Nash fomos atrás juntos e, apesar de estarmos no mesmo lugar, fomos distantes. O pai de Matt nos levou para a casa de Matt que era onde ficaríamos hospedados. Ele nos ajudou a levar as bagagens para os quartos mas logo foi embora para sua casa. Meu quarto ficava entre o do Nash e do Matt e as varandas eram ligadas. Dei uma olhada no quarto e no banheiro mas resolvi dar uma volta em Miami. Fui pensando no que havia acontecido nos últimos 3 dias e minha vida havia mudado bastante. Quando voltei dos pensamentos, percebi que não sabia onde estava. Peguei meu celular e liguei pra Nash já que não havia o número de Matt

— Que que foi, docinho? — Nash atendeu com voz de raiva, provavelmente pelo o que eu fiz no avião.

— Eu to perdida, você pode me ajudar? — eu perguntei, estava com um pouco de medo.

— Não — ele disse e desligou. Minha vontade era socar a cara dele mas estava longe e não sabia como chegar pra fazer isso. 

Voltei a andar sem saber pra onde ia, percebi que tinha uma pessoa me seguindo. Comecei a andar rápido e o homem andava mais rápido me acompanhando. Entrei em um suposto corta caminho e comecei a correr olhando pra trás, o homem continuava me seguindo. Quando olhei pra frente novamente vi um muro, tinha entrado numa rua sem saída. Encostei na parede e fiquei olhando o homem se aproximar com um sorriso maldoso no rosto. Ele sacou uma arma e a colocou na minha cabeça. Lembrei de uns golpes de defesa que Cameron havia me ensinado e os apliquei contra o homem, pegando a arma da mão dele e o fazendo cair ajoelhado. Apontei a arma pra ele e ouvi sirenes se aproximando. Vi o carro da polícia entrando no beco e dois policiais saindo do carro apontando a arma pra mim.

— Solta a arma e coloque as mão pro alto — aquilo não fazia sentido, eu estava me defendendo e a policia estava contra mim?

— Eu só estava me defendendo — disse colocando a arma no chão e logo levantei com as mãos pro alto.

— A arma é sua? — um dos policiais perguntou.

— Não, é dele — eu disse e eles assentiram com a cabeça. O que estava no motorista algemou o homem que ainda sorria malicioso e o outro veio em minha direção.

— Posso ver seus documentos? — ele perguntou e quando eu procurei os documentos na minha bolsa, percebi que tinha esquecido em casa.

— Não pode ser, eu esqueci em casa — eu disse e o policial riu.

— Nos desculpe mas você também está presa até nos apresentarem seus documentos — olhei pra ele e assenti com a cabeça, ele me algemou e me colocou dentro do carro. Eles me levaram junto do homem pra delegacia e quando chegamos tive direito a um telefonema, liguei pra última pessoa que podia ligar: Nash.

— Nash, por favor, eu to presa e eu preciso dos meus documentos, você pode trazer aqui? — perguntei logo que ele atendeu e ouvi uma risada.

— Daqui a pouco eu vou — ele disse me deixando com raiva.

— Nash, agora — eu disse e ele bufou desligando o telefone. Os policiais me jogaram numa cela. Nunca me imaginei numa situação daquelas e agora dependia de Nash pra sair dali. Deitei no chão e comecei a chorar feito uma criança quando quebra algo que gosta muito. Depois de 30 minutos, que pareceram horas, um policial disse que eu estava liberada. Sequei minhas lágrimas e sai da delegacia, quando descia as escadas vi um carro preto parado na frente com um garoto encostado nele. Analisei bem o garoto, era Nash.

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