Hurricane

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Nash

Alice saiu da delegacia com o rosto inchado, ela me analisou friamente e, assim me reconheceu, veio em minha direção com a cara fechada.

— Demorou — ela disse com a voz fraca, fiquei irritado com tamanha ingratidão. Entreguei os documentos dela e ela abriu um leve sorriso.

— Pelo menos eu vim, docinho — ri pelo nariz ao ver ela torcendo a cara.

— Muito obrigada, Nash — ela soltou um risinho irônico logo depois.

— Você não cansa de fazer merda não, Alice? — perguntei fazendo ela me olhar.

— Tudo que acontece de ruim comigo é culpa minha, pra você  — ela disse e a voz dela, que voltou a falhar, cortava o meu coração.

— Não sei nem o que você tá fazendo aqui — o olhar dela de irritação virou um olhar triste, ela ficou aparentemente sem reação.

— Se eu te atrapalho tanto, me mata — a voz dela falhava ainda mais. Nunca havia passado na minha cabeça a ideia de matar Alice, não sei porque ela havia falado isso.

— Alice, eu não vou te matar, não tenho nem motivo pra isso — ela riu.

— Precisa de motivo? Apenas faz o que você quer — ela disse e eu ri.

— Devo querer — disse ironicamente — você é mimada demais, Alice.

— Eu sou mimada, Nash?

— Não aceita que o menino que você ama, não gosta de você — disse, me referindo ao ex-namorado dela e ela riu segurando as lágrimas.

— Realmente, você não ama ninguém e eu sou tão trouxa que te amo mesmo assim — ela disse e aquilo foi como uma facada no meu coração, como assim ela me amava?

— Vai embora, Alice, assim ninguém se machuca — Não queria que ela fosse embora mas era mais seguro, além disso, eu não queria saber como é estar apaixonado. 

Ela não disse nada, simplesmente saiu andando em direção ao ponto de taxi que tinha ali perto, ela entrou num taxi e sem nem olhar pra trás, entrou. O taxi acelerou e saiu dali. Entrei no meu carro correndo e fui atrás do taxi, queria ter certeza que ela estava indo embora. O taxi parou no aeroporto e Alice saiu entrando no aeroporto e sacando a carteira da bolsa. Fiquei olhando ela entrar no aeroporto e me arrependi de ter a mandado ir embora. Fui com o carro pro estacionamento e estacionei na primeira vaga que vi, sai correndo em direção ao terminal que vi Alice entrar e procurei um vôo para o Brasil. Fui na companhia aérea que tinha o vôo para o Brasil e sem pensar duas vezes comprei uma passagem no vôo que sairia hoje. Se Alice ia, eu também iria. Fui pra sala de espera da classe executiva e vi Alice conversando com um cara, sabia que já tinha visto a cara dele em algum lugar mas não lembrava quem era. Fiquei sentado em um local que com certeza Alice não me veria, fiquei sentado lendo algumas revistas enquanto não chamavam pro vôo. 

Uma hora depois eles chamaram pro embarque e torci para que meu assento não fosse do lado do dela e graças a Deus não foi. Dormi o vôo inteiro e só acordei quando a aeromoça me chamou pra avisar que estávamos prestes a pousar. Ajeitei minha cadeira e fiquei esperando. Quando o avião pousou sai correndo do avião, fiquei observando Alice de longe e a vi ainda com o homem. Passei pela imigração e fui direto na hora de pegar as malas, já que não tinha levado nenhuma. Peguei meu carro que havia deixado no aeroporto e fui pra casa de Cameron esperar Alice. Liguei pra Cameron enquanto dirigia.

— Diz aí, Nash — Cameron atendeu dizendo.

— E ai, man, eu e tua irmã já estamos no Brasil mas não sei onde ela ta não — eu disse e Cam riu.

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