Alice
Fui pra cozinha procurar algo pra comer, abri o congelador e vi uma lasanha de caixa. Peguei e coloquei no microondas, quando virei pra trás para ir pra sala vi Nash parado na porta.
— Ué docinho, tá com medo de me perder? — ele perguntou.
— Ué Nash, voltou? — perguntei e ele riu.
— Como eu posso gostar de você? Você é muito marrenta — ele disse e eu o empurrei. Passei por ele e ele me puxou.
— Me solta — eu disse — quem deveria se perguntar isso deveria ser eu, tudo é motivo pra briga, ciúme... Você acha que eu ficaria com algum de seus irmãos? Algum de seus amigos? Eu disse a parada da maquiagem de palhaçada, Nash. Eu não to nem de maquiagem, por incrível que pareça, mas você não leva nada na brincadeira. Você é um grosso, bicho, marrento pra caralho — eu disse tentando me soltar, ele me puxou pra perto dele.
— Eu te amo — ele disse e aproximou o rosto do meu. Eu sabia que aquela não era a última vez que ouviria aquilo. Sabia o que ele ia fazer e por isso mesmo eu deixei. Ele colou a boca dele na minha e invadiu minha boca com sua língua.
— E eu te odeio — eu disse e o empurrei, ele riu pelo nariz. Ele me abraçou e eu o correspondi. Só o soltei quando ouvi o barulho do microondas, fui correndo pra cozinha e peguei minha lasanha. Sentei no chão e comi lá mesmo, quando acabei joguei a embalagem no lixo e lavei o garfo. Fui pra sala e fiquei vendo tv. Do nada, todos os meninos vieram e pararam na frente da tv, olhei pra eles.
— Que que houve gente? — eu perguntei e ri.
— Vai, é contigo Cameron — Nash disse e olhei pra Cameron.
— Bom, Alice, lembra daquele treinador do time da sua escola do ensino médio que você era amiga? — Cameron perguntou pausadamente — falando nisso, você tem ido na faculdade?
— Depois você pergunta isso, não desvia o assunto, continua Cameron — Hayes disse e bateu no ombro dele.
— Mas então, lembra? — Cameron perguntou.
— Lembro, o Chad, que todas as meninas davam em cima dele — eu disse e todos assentiram.
— Então, tenho uma coisa pra te dizer — Cameron disse e olhei assustada — Ele é pai do Nash, Hayes e Will e foi ele que sequestrou seu ex, o Adam Williams. Ele é o bandido que nunca foi pego, até porque ele é foda.
— Pera aí — eu disse e Cameron se escondeu atrás de Nash, comecei a ficar fora de mim — por que ele fez isso?
— Tipo assim, o Cameron pediu pra alguém dar um jeito naquele menino que ninguém nunca soubesse que foi ele. Ai a gente pediu pro meu pai, já que ele era treinador do Adam e seria, além de fácil, muito difícil de alguém achar que tinha sido ele — Will disse — inclusive o menino nem sabe que foi ele até hoje.
— Porque você fez isso Cameron? — eu perguntei já fora do controle, querendo voar em cima de Cameron — eu o amava.
— Calma, Alice — Nash disse me segurando e gritando.
— Calma porra nenhuma — eu disse — eu poderia ser feliz, Cameron.
— Não, não poderia — Cameron disse saindo de trás de Nash e parando na minha frente e eu travei — Não com ele. Lembra o que ele fez Alice? Fez não, fazia? Ele te batia Alice, o Chad foi bom em não ter matado ele.
— Ele fazia o que? — Nash perguntou olhando pra mim com raiva.
— Ele fazia o que? — Taylor e Hayes refizeram juntos a pergunta e me olhavam com raiva.
— Ele nunca me bateu — eu disse e Cameron riu.
— Ah é Alice, quer que eu te lembre de alguns de muitos dias que você vinha chorando pro meu quarto porque ele tinha te batido? — Cameron perguntou — Melhor, quer que eu te lembre do dia que ele quebrou o seu pulso porque você foi segurar a mão dele pra ele não te bater e ele virou a sua. Você gostava né? — os meninos me olharam — Se sua felicidade era ou é ser agredida por homem, desiste do Nash, ele pode ter muitos defeitos mas ele nunca levantaria um dedo para você. Não só para você, mas para nenhuma mulher — todos me olharam assentindo e Nash me olhou com raiva mais raiva ainda. Segurei o choro e fui correndo pro meu quarto. Entrei no quarto do Nash, peguei o celular dele e fui pro meu quarto. Tranquei a porta e deitei, fiquei jogando os jogos que ele tinha, até que bateram na porta, não respondi.
— Alice, abre esse caralho — ouvi dizerem e reconheci a voz de Nash.
— Não — gritei e continuei deitada.
— Alice, não me irrita mais, abre essa porra logo — Nash disse e eu ignorei — não vai abrir?
— Não — respondi.
— Tranquilo — ouvi barulhos de passos se distanciando e fiquei aliviada, ele estava indo embora. Ouvi um barulho muito alto na porta várias vezes até que a porta abriu — até que foi fácil.
— O que que você quer? — eu disse levantando e indo andando olhando pra ele até a janela, escondendo o celular dele. Ele tentava fechar a porta.
— Conversar com você — ele disse depois de ter consegui fechar a porta me olhando calmo, olhei assustada pra ele — porque você permitiu isso Alice?
— Eu o amava — eu disse.
— Não, você não o amava — ele disse e eu revirei os olhos — você é tão trouxa assim?
— Ele tinha pegada — eu disse e ele riu.
— E ai você se sujeitou a isso? Certa é você — ele disse.
— Consequências — eu disse e ele assentiu com a cabeça parando e virando pra mim.
— Ah é? Vou beijar você e depois te torturar — ele disse e me assustei.
— Não — eu disse gritando.
— Eu não tenho pegada pra conseguir te bater? — ele perguntou.
— Dos garotos que eu já peguei, você é o que tem mais pegada — eu disse e ele riu.
— Então, consequências ué — ele disse e deu um risinho debochado.
— Eu tinha 14 anos na época — eu disse e ele deu de ombros.
— E você gostava né? — Nash perguntou e saiu do quarto.
Olhei o celular de Nash e ainda era cedo, 13hrs. Não passaria mais nem 10 minutos naquela casa, com todos me julgando. Joguei o celular de Nash na cama, fui no quarto de Cameron, peguei a carteira dele e voltei pro meu quarto. Peguei todo dinheiro da carteira dele e joguei a carteira na minha cama. Coloquei todas as minhas coisas na mala sem dobrar nem nada e olhei pela janela que dava na frente da casa, mas era alta. Joguei minhas malas e logo depois me pulei, cai no chão com um barulho muito forte, sai correndo da casa. Pra minha sorte, logo que sai, passava um taxi. Fiz sinal e o taxi parou, pedi que me levasse pro aeroporto.
VOCÊ ESTÁ LENDO
In Real Life
Teen FictionEla consegue tudo o que quer; ele é acostumado com não. Ela salva vidas; ele destrói. Ela o ama; ele é louco por ela. Juntos eles irão viver uma história de amor e ódio que pode ser o fim da vida deles, ou apenas o começo.