Capítulo 3 - parte 2 (não revisado)

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Pelo resto do dia, Lee ensinou e treinou os homens de Terra-Nova no manuseio dos aparelhos e armas. Já o Daniel saltou para a Jessy A I e buscou um traje todo negro. Vestiu-se e, quando apareceu de volta, deu um senhor susto na Daniela, que soltou um pequeno grito e atacou-o sem pensar. Ele saltou para trás e tirou a máscara, sorrindo.

– Roupa de ninja, lindinha, não te assustes. Vou fazer uma incursão na nave alienígena. Esses sujeitos vão ficar danados de medo. – Despediu-se com um sorriso de encorajamento.

Ela sorriu e descontraiu-se, enquanto ele desaparecia.

– "Toma cuidado, meu gato, já te perdi uma vez e não te posso perder de novo. Isso, talvez eu não aguente." – Ele, ao saltar, só ouviu o "Toma cuidado..."

Na nave, Daniel começou a passear levando uma microcâmera e filmando tudo. Ao andar por um corredor muito estreito, onde passariam apenas duas pessoas magras lado a lado, viu várias escotilhas. Abriu uma delas e descobriu como viviam. Uma fêmea estava deitada em uma cama redonda, quieta, e não o notou. O quarto exalava um cheiro simplesmente maravilhoso. Em silêncio, entrou e filmou tudo. Após, seguiu pelo corredor feito de um metal de cor semelhante à ferrugem, caminhando descontraído até que se deparou com um invasor. Ele sacou da arma para atirar mas o artefato parecia ter vida própria e subiu para o teto, permanecendo lá. O soldado inimigo ficou assustado e a pele tornou-se roxa. Saiu correndo, soltando um silvo agudo. Logo depois, uma série de apitos, muito similares aos alarmes das naves da Terra, mas mais rápidos e agudos, começou a tocar enquanto uma luz verde piscava em toda o cilindro. Impassível, Daniel continuou o seu passeio, mantendo a mente aberta para não ser apanhado de surpresa.

À sua frente, surgiu uma dezena de inimigos vindos de um corredor perpendicular. Sem perder tempo ergueu-os até ao teto, comprimindo-os lá, e continuou o seu passeio como se estivesse caminhando pacatamente em um dos milhares de parques da capital do Império. Ao entrar em um corredor lateral, deparou-se com mais um dos invasores que sacou da arma. O rapaz da Terra reagiu na hora, para azar dos outros que estavam no teto porque soltou-os de modo a poder travar a pistola do adversário. Não era capaz de usar telecinésia em duas frentes simultâneas a menos que estivessem juntas. Os outros caíram no piso, alguns ficando feridos e um morto. A arma do novo oponente adquiriu vida própria, subindo até ao teto. Para pavor do invasor, ela começou a virar-se lenta e misteriosamente, apontando para ele. Muito assustado, o "homem" saiu em disparada, o mais rápido que podia, e Daniel precisou de reprimir o riso porque eles eram muito desajeitados a correr. Soltou as suas energias da arma, que caiu no chão, e continuou o seu passeio pela nave. Chegou a um nicho na parede e subiu uma escada em caracol, bastante apertada. Continuou andando pelos corredores, semeando a confusão por onde passava. Após subir cerca de quatro níveis, chegou à sala de comando da nave, entrando. Era uma sala de uns cinco metros, na proa da nave. Havia apenas um "cabeça de sapo" dentro, que ele ignorou por ver que estava desarmado. Prestou atenção aos diversos consoles de controle e identificou na mesma hora a finalidade de cada um deles. Os princípios eram iguais aos dos humanos. Observou tudo, aproximando-se de cada console. Com satisfação, Daniel notou que a tecnologia deles era muito inferior à do império. Aquela nave não seria pário para a nave auxiliar, nem mesmo uma frota delas poderia encarar a Jessy A I. Na verdade, não seriam capazes de enfrentar os exércitos da Terra nos idos do final do século XX, exceto se estivessem no espaço. A sala era um pouco apertada, com as cadeiras dos vários operadores muito perto umas das outras. Os instrumentos eram controlados por botões e alavancas. Cada console tinha uma quantidade enorme deles, assim como mostradores antiquados. As telas, eram semelhantes aos modelos dos monitores do século XXI, de cristal líquido. Bem na proa, havia uma janela abaulada, de cerca de quatro metros por dois de altura. À sua frente, um dos invasores, com uma roupa toda pomposa olhava impressionado para aquela figura toda de preto, que atuava na maior das tranquilidades. Começou a berrar para ele, mas ouviu apenas um "cale-se", falado no idioma dos humanos. Daniel aproximou-se do comandante e ele estendeu os braços, recebendo uma tremenda pancada, tão forte que ficou com muitas dores. Depois, sentiu-se erguido até ao teto, enquanto o humanoide de negro observava a sala com toda a calma e atenção. Pousou o assustado capitão no piso e desapareceu no ar, de volta para a caverna!

DB II - Ep 04 - Socorro para Terra-NovaOnde histórias criam vida. Descubra agora