Então, o Sr. Mathews tinha feito aparecer uma espada incomum do nada, e ia agora a caminho de combater o que me parecia um cão, mas com dois metros e meio de altura e com aspeto aterrador.
Embora o Sr. Mathews fosse a correr com uma espada erguida contra o cão, este parecia meio absorto ao que se passava. Pelo menos, até ao momento em que o meu professor de Inglês lhe tentou acertar com a espada. Aí, reagiu.
Desviou-se do golpe com facilidade, como se esperasse o ataque. O Sr. Mathews desferiu outro golpe, a que o cão se defendeu tentando abocanhar a espada, lançando um ganido muito alto. Surpreende-me que ninguém tenha ouvido. Se ouviu, fez de conta que não. O Sr. Mathews mudou de posição, sempre tentando atacar o cão, embora eu não percebesse o porquê de o atacar. Sim, ele era grande e assustador, mas não tinha feito mal nenhum... Ele lá devia ter as suas razões...
O cão movia-se muito ágilmente, tendo em conta o seu tamanho, tentando sempre morder e abocanhar o meu professor.
O cão levantou-se e tentou derrubar o meu professor com o focinho, mas este deu um mortal para trás, conseguindo-se desviar do ataque por um triz. Recompôs-se e avançou em direção ao cão outra vez.
Felizmente, o Sr. Mathews conseguiu desferir um golpe ao cão, na zona do pescoço, com a sua boca quase a tocar-lhe na cabeça.
No momento em que a espada atravessou o seu pêlo e lhe furou a pele, o cão transformou-se num pó cinzento, como cinza, deixando o Sr. Mathews cheio dela. Assim como o corredor.
- Scott, estás bem, não estás?
-Sr. Mathews... O que era aquilo? Como fez aparecer a espada? O que é isto cinzento? Porque é que matou aquela espécie de cão? Donde é que ele apareceu? - disse, quase ficando sem ar.
- Scott, tudo isto é um pouco difícil de explicar.... Digamos apenas que aquilo era um monstro que nos queria fazer mal, nomeadamente a ti...
- A mim? Mas... Mas...? O que é que eu fiz de mal? Hum... Não estou a perceber nada! - murmurei, confuso - O que era aquela coisa? E você? O que é que você é?
-Aquilo é um Mastim do Inferno. É um monstro que normalmente anda no submundo, mas que pode vir à superfície. E, quanto a mim, sou um semideus, ou seja, sou meio humano, meio deus...
- Humm, claro... Como se isso fizesse algum sentido. - respondi.
- Sei que é difícil, mas tens de tentar entender...
Pensei que tudo aquilo fosse simplesmente a Amy a gozar comigo. Foi a única explicação lógica que me ocorreu no momento. Não conseguia acreditar em nada daquilo. Nada fazia sentido. Se é que alguma vez fez.
- Foi a Amy que planeou isto? - perguntei. - Amy, já podes aparecer! Quase me apanhaste! - disse, olhando para todos os lados, esperando vê-la saltar de um canto e começar a rir-se.
- Não! Scott, estou a falar a sério! Receio que tudo isto seja real... Tal como o perigo que corres.
- Se tudo isto é real, se você é mesmo um semideus, então de quem é essa sua parte "deus"...
- O meu pai é Ares, Deus da Guerra - respondeu prontamente, ajoelhando-se num joelho e espetando a espada no chão, como que a admirar o seu pai.
- Está a falar de deuses Gregos? Pensei que se referia a UM Deus, tipo Deus!
- Scott, nunca existiu só UM deus. Existem vários... Mortais... Sempre com as suas histórias ridículas! Deu-lhes para inventar que só havia um deus... Coitados... Queriam-se sentir menos inferiores, essa é que é essa! - respondeu-me, enquanto se levantava e se punha de pé.
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Scott Miller
General FictionUm rapaz normal que descobre a verdade que lhe foi escondida desde que nasceu. Mitos e lendas vão-se agora revelar como verdade. Quererá ele saber o que o futuro lhe reserva?