Capítulo III - Pedras Emergentes e o Teste de Atena

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Durante uns largos segundos, parecia que o meu cérebro tinha perdido o controlo da minha boca. Tentei dizer alguma coisa como "uau", mas a única coisa que saiu da minha boca foi uma espécie de grunhido pouco audível. Parecia, em simultâneo, que o meu cérebro tinha perdido o controlo dos meus olhos. Não os piscava. Estavam fixados na escola. Era, pura e simplesmente... Fantástica!

Claro que não se deve julgar um livro pela capa, mas este livro era o maior e mais fantástico que tinha encontrado até agora!

Comparando com a minha antiga escola, esta era muito melhor.

A Escola de MorningCastle era alta, a meu ver. Consegui contar uma coluna de 6 pares de janelas desde o rés-do-chão até ao último, refletindo a luz solar, que a esta hora da manhã incidia sobre elas. Então, devia ter 6 andares.

Em relação ao comprimento, não conseguia fazer grandes medições a olho, como é óbvio, por isso a única coisa que posso dizer sobre ela é que era de facto comprida.

As paredes eram de pedras que estavam perfeitamente recortadas e perfeitamente encaixadas umas nas outras, criando um efeito lindíssimo. Tinha torres de x em x metros, cada uma com um telhado em bico. A escola tinha um telhado em bico também, todo avermelhado. 

Existiam largos jardins repletos de flores, por toda a parte, onde caminhos de pedra conduziam a vários sítios, alguns atrás da escola, que eu não conseguia ver. Um dos caminhos vinha até onde eu e o Sr. Mathews estávamos, embora o resto do caminho até ao portal fosse de terra batida.

Depois de acabar de observar a escola, dirigi o meu olhar a grupos de pessoas que estavam ali, nos jardins à frente da escola, a passear ou a falar.

De repente, vi dois rapazes a correr, uns metros à minha frente. Um deles, parecia mais novo que eu, talvez uns 3 anos, e consequentemente mais baixo. Tinha o cabelo raspado, e vestia umas calças pretas com uma camisola verde escura com umas letras a branco, idênticas às da camisola do Erick. Olhei em volta outra vez. Todos os que ali estavam usavam t-shirts e camisolas com aquelas letras, embora todas tivessem cores diferentes. Talvez pudéssemos escolher a cor! Mais uma pergunta para pôr ao Cristopher...

O outro rapaz devia ser também da sua idade, porque ele era da sua altura e os dois aparentavam ser novos. Tinha uma franja que estava sempre a compôr, pois caía-lhe para a frente dos olhos sempre que corria. Por sua vez, este usava um t-shirt azul com as mesmas letras a branco, com umas calças de ganga.

Estavam a correr como já disse, e agora tinham parado, a uns metros de distância entre um e outro.

Olhavam um para o outro com um ar brincalhão, embora tentassem ter um ar sério. Não percebi porque o faziam. Estavam parados ali, simplesmente a olharem um para o outro, como que à espera que o outro fizesse alguma coisa.

Então, o de t-shirt azul juntou os pulsos e abriu as palmas das mãos em direções opostas, afastadas do corpo. Depois, puxou as mãos, ainda nessa posição, para perto do peito, e, com um incrível estrondo, empurrou-as para a frente. Por momentos, não percebi o porquê daquele estrondo. Depois é que percebi que das palmas das mãos dele saía água a uma velocidade impressionante, como se ali tivessem aberto um jato de água. Toda esta água ia para o outro rapaz mas, mal ela começou a sair das mãos do outro, o rapaz da camisola verde escura fez um gesto com os braços para cima, e do solo emergiu uma pedra retangular, embora um pouco irregular, maior do que ele, protegendo-o da água.

Fiquei boquiaberto. Outra vez.

Para mim não era muito comum ver água a sair das mãos das pessoas e pedras, do tamanho de pessoas, a emergir da terra porque alguém o quis. Para o Sr. Mathews parecia. Limitou-se a sorrir, como se aquilo lhe trouxesse alegria.

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⏰ Last updated: Jun 13, 2017 ⏰

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Scott MillerWhere stories live. Discover now