Veio apresentar pra família?

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Depois de tudo aquilo o Neymar se levantou e me abraçou com força, meu coração se afogava em tudo aquilo, eu pensava nos meus irmãos e na minha mãe todo dia. Mas não desabafava há muito tempo, era um misto de sentimentos tristes que eu não conseguia parar de chorar, doía, era insuportável. Mas eu precisava parar.

— Desculpa te fazer passar por isso, eu não queria tocar no assunto... -ele acariciava minha mão.
— Está tudo bem, Ney. É sério! Eu penso nisso todos os dias mas é que falar é mais difícil.
— Eu espero que um dia você encontre seus irmãos! -sorri imaginando eles.
— Devem estar uns homenzinhos... os dois já estão com 7 anos. Matheus era o mais levado e o Lucas era tão quieto que eu achava que não era da família. Totalmente diferentes de mim, eles tinham os cabelos louros ouro, eram lindos, lindos.
— Deve ser lindos!

Ficamos nos encarando buscando verdade no olhar um do outro, ele acariciava minha mão e eu me sentia confortável com seus olhos mel me investigando por inteira. O telefone dele começou a tocar e eu dei um pulo me assustando e ele correu para atender.

— Tô aqui ainda, ué.

(...)

— Não, você disse que não tinha. -ele falava firme.

(...)

— Mais tarde eu faço isso... caralho meu pai é foda!

(...)

— Daqui 15min estou aí, falou!

Eu olhava sem entender nada, como assim, em 15 minutos ele estaria em algum lugar? E as nossas horas restantes?

— Se eu te levar em casa, você consegue se arrumar em 2 minutos? -ele falou rápido me assustando.
— Ah, não sei. Pra onde é?
— Pra minha empresa aqui em SP mesmo. Preciso assinar uns documentos, você vem comigo? -ele me pedia com os olhos e eu não pude negar- Beleza, toma um banho rapidinho pra gente sair!
— Você pode vir comigo? -mordi meus lábios insegura do que estava falando.
— ah, claro que eu posso. -ele riu e pegou na minha mão.

Entramos no chuveiro e não houve disputa de quem ia ficar de baixo da água já que tinha dois chuveiros, um do lado do outro. Me banhei rapidamente e ele também, vire mexe nos beijávamos mas nada mais que isso. Me sequei e coloquei aquele vestido de puta da noite, sair assim a tarde me incomodava um pouco.

— Você quer ouvir o que? -ele ligou o rádio do carro.
— Não sei... mas posso por algo? -falei fuçando no celular.
— Pode. -ele sorriu pra mim e acelerou.

Conectei meu iPhone no som, fiquei duas horas procurando algo que agradasse a nós dois. Mas não pensei em nada mais que I Feed It Coming - The Weeknd. Aquela música me acalmava tanto, e eu tinha uma queda pelo Abel.

"Vamos dar um passo de cada vez
Eu posso ver em seus olhos
Pois eles não mentem
Eu posso sentir teu corpo tremer
E o calor entre suas pernas"

Isso me fez lembrar de nós, não que o que a gente tenha feito teve algum tipo de sentimento, mas ele me tratar diferente mexia comigo.

— Que música boa! -ele sorriu pra mim e pousou a mão na minha perna.
— The Weeknd. Sou apaixonada por ele... tem Bruno Mars também, tudo nessa vibe.
— Quando vi você dançando ontem achei que só curtia aquilo, fora os funk que você cantava. -ele intercalava os olhares entre mim e a pista.
— Eu escuto de tudo, mas quando estou fora da boate escuto isso pra me acalmar, não dá pra viver de fervo a vida inteira! -sorri.
— Na sua cabeça deve ficar um zumzum do caramba!

Rimos e ele continuou dirigindo, chegamos no meu apartamento e ele meio que olhou "como essa vadia conseguiu morar aqui?"

— Acompanhar velhos ricos dá nisso às vezes... -respondi sua dúvida em voz alta sem perceber.
— Que? Ah! -o cérebro dele ainda processava- se eu entrar vamos nos atrasar mais. -ele sorriu.
— Verdade! Vou e já volto, beijos.

Sai do carro com pressa, dei bom dia pro porteiro, apertei o botão do elevador repetidas vezes para dar a sensação de que ele viria mais rápido. Subi até o 14º andar e logo entrei no meu apartamento com pressa, Júlia estava vendo algum desenho na TV e se levantou assim que me viu.

— Aí meu Deus, Maya!!! Você saiu com um filho de uma puta de um jogador!!! -ela gritava e eu agradeci a Deus pelo Neymar não ter entrado.
— Agora não, Júlia! Eu to muito atrasada. Muito mesmo!

Corri pro meu quarto e comecei a jogar as minhas roupas na cama afim de achar algo confortável e comportado. A Júlia não parava de perguntar as coisas e eu estava quase explodindo a cabeça da retardada.

— Júlia ele tá me esperando lá em baixo, ainda tenho 5 horas com ele e ele tá com muita pressa. Será que eu posso me arrumar em paz?! -berrei a fazendo calar.
— Se maquia no carro! -ela buscou meu estojo de maquiagem e jogou na minha bolsa e eu sorri para ela.

Coloquei uma roupa bem simples já que estava esfriando em São Paulo mais uma vez.

Dei um tchau rápido pra Ju e desci para a calçada, ele ainda ouvia a playlist do meu celular e agora tocava "I Dont Wanna Live Forever - Zyan" aquilo foi um tiro porque eu amava aquela música com todas as minhas forças

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Dei um tchau rápido pra Ju e desci para a calçada, ele ainda ouvia a playlist do meu celular e agora tocava "I Dont Wanna Live Forever - Zyan" aquilo foi um tiro porque eu amava aquela música com todas as minhas forças.

— Sinto muito, vou ter que colocar de novo. -tomei a liberdade e voltei a musica.
— Você vai ter que me passar sua playlist! -rimos e ele ligou o carro- e por acaso, você está incrível! Não precisava caprichar.
— Mas essas roupas são de usar em casa... -respondi desentendida e ele me olhou assustado.
— Essas roupas são caras, não são? Pique blogueira! -ele zombava.
— Estou brincando. Mas também não são novas... e eu me visto assim! Sou prostituta mas não preciso me vestir como uma!
— Boa! -ele aplaudiu com pressa e voltou a segurar o volante e eu dei risada.

Ele entrava numa rua, saia em outra, fazia uma curva, fazia outra e eu achei que estávamos viajando pra Nárnia pela demora. Ele estacionou o carro na frente de um prédio lindo e disse — Chegamos. Assenti e saltamos do carro, na entrada do prédio encontramos uma garota loira, achei estranho, ela tinha mais cabelo que o normal. Mas era maravilhosamente perfeita. Cheia de tatuagens e com a pele morena e piercings na boca e no nariz.

— Maninha o que tu tá fazendo aqui?

Ele perguntou enquanto segurava na minha mão e aquilo fez meu estômago revirar. Aí porra, eu sou puta! A menina vai pensar que eu sou namoradinha do irmão dela, se ela me chamar de cunha a minha morte acontece agora mesmo.

— Vim falar com o pai antes de partir para Maresias. -ela o abraçou e em seguida me olhou e sorriu- Quem é a moça pela qual você segura na mão? Veio apresentar pra família? -ela ria pra mim.

Ok, eu sentia Deus me buscando.

𝐋𝐎𝐕𝐄 𝐎𝐍 𝐓𝐇𝐄 𝐁𝐑𝐀𝐈𝐍 | 𝐍𝐄𝐘𝐌𝐀𝐑Onde histórias criam vida. Descubra agora