Homem é bom pra arrumar problema

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Júlia era minha única família, não querendo dramatizar as coisas, mas era a verdade. A conheci há 4 anos atrás, quando entrei para os negócios, ela também estava entrando. Éramos novatas e tínhamos que nos virar, já que as mais velhas queriam passar a perna na gente o tempo todo, tínhamos que ser mais fortes e conquistar nosso chefe para progredir nas coisas. Não queríamos ser puta de esquina barata, ou mesmo da Rua Augusta. Se você não é de São Paulo, vou explicar... Rua Augusta, é onde tem o fervo em São Paulo, as melhores baladas são lá. E aí, é aonde entra a melhor parte... as prostitutas mais caras ficam nessa rua, tanto dentro das boates como na rua. E a minha meta e a da Júlia era ser de lá, depois que você passasse dessa fase, as coisas só melhoravam porque você passava a ser acompanhante dos caras mais ricos. Incluindo até jogador de futebol, empresários e cantores.

Enfim, passamos para a Augusta juntas e depois só progredimos... Chamaram até a Júlia para ser atriz pornô. Imaginem, só... aquela ninfetinha atriz? Só de pensar me dá ataque de riso.

Hoje vivemos um luxo que jamais pensaríamos em viver, algumas coisas são limitadas, claro... como por exemplo viajar para fora do Brasil. Mas nós tínhamos 90% das coisas que queríamos quando éramos mais novas.

Acordei com um som insuportável, aposto que era a Júlia, ela era descontrolada, juro que tem problema mental! Ela ouvia algum tipo de música eletrônica e eu não suportava mais de tanto ouvir na boate.

— Júlia sua desgraçada!!! -gritei com fogo no olho, aquela idiota tinha que ligar o som no meu horário de descanso?
— Que foi, meu? -ela abriu a porta colocando só a cabeça a minha vista.
— Mano, eu to dormindo, poxa...
— Para! Já são 17h!
— Eu trabalho de madrugada, será que eu posso?
— Não, não pode! E anda, levanta, lava essa cara horrenda antes que eu aumente mais o som.

Taquei a almofada na cara dela e ela fechou a porta. Desgraçada... se ela aumenta mais o som a gente ia tomar mais outra advertência do síndico. Me levantei, fiz minhas necessidades, tomei um banho, coloquei uma roupa normalzinha e sai do quarto.

— Amiga, amiga me ajuda! -Júlia me gritou.
— O que foi agora, Júlia? -revirei os olhos.
— O que você acha... da gente... -ela falava fazendo suspense- fazer... uma festa de aniversário pra mim?! -ela gritou no final empolgada.
— Que? -comecei a rir- tá louca? Você é igualmente a mim. Não tem família, e os amigos que tem é o pessoal das boates... vai parecer puteiro ou cabaré! -eu ainda ria da ideia dela.
— Pô, Maya... não precisava falar assim também. -ela se jogou no sofá desanimada- nem quero mais, também!
— Tô brincando, amiga! Mas você podia fazer algo melhor, você juntou tanto dinheiro pra gastar com gente podre? -busquei uma banana na fruteira que ficava no balcão que fazia divisão entre a sala e a cozinha.
— E o que eu faço? -ela cruzou os braços fazendo beicinho.
— Você... você podia ir viajar!!! -falei animada- você podia falar com o Ro, se precisar eu ajudo. Peço férias de 15 dias pra ti e você vai.
— Sempre quis ir pra Miami...
— Essa é a tua chance, mana! Oh, já estou passando uma mensagem pro Rodrigo -falei enquanto digitava algo para ele- é meio impossível ele deixar, mas é só eu torturar ele que ele deixa. -sorri.
— Por isso que te amo!
— Não precisa pra tanto -revirei os olhos.
— Você e o Rodrigo estão sérios? Você vive lá dentro quando não te com programa marcado...
— Não, não! Claro que não! Você sabe que eu odeio me amarrar, eu só gosto de ver o jeito que ele é louco por mim. Mas pra mim não passa de diversão.
— Saquei... -ela arqueou as sobrancelhas e olhou para o lado.
— Não faz essa cara! Odeio essa cara!
— Que? Eu, hein! Vou me arrumar porque hoje é o Diego e ele é gostoso.

Ela saiu arrastando chinelo toda feliz e eu mais uma vez revirei os olhos. Se eu tinha alguma coisa com o Rodrigo... ai, ai... só a Júlia pra falar umas coisas dessas. Eu não sou pra ter namorado, não! Primeiro que eu já aceitei que prostituta não tem namorado, casamento, filho... não tem porra nenhuma a não ser ela mesma e segundo que eu sou feliz sozinha. Homem é bom pra arrumar problema.

Passei um batom vermelho sangue, botei a minha melhor roupa, peguei minha melhor bolsa e me encaminhei para a sala.

— Tô pronta!
— Até que enfim, né quenga? Agora vamos. Já são 22h. To super atrasada pro boy!

Fechamos o apartamento e corremos para frente do prédio esperar o famoso Uber.

— Seu carro vai demorar pra ficar pronto? -ela perguntou enquanto buscava algo na bolsa.
— Você sabe que eu não sei? -parei para pensar um pouco- a fábrica disse que era em torno de 7 dias... vou ligar pra saber! Não vejo a hora de estar com a minha Land linda, linda branca...
— Tu deu muito pra conseguir essa grana, né não? -ela me olhava sorridente.
— Sabe que não? Eu só guardava 50% do que eu ganhava e já deu pra dar entrada. Olha, chegou!

Entramos no carro e a noite só estava começando, hoje eu não sei quem eu iria satisfazer mas estava muito afim! Aquela sexta-feira era linda, o céu com estrelas e a noite de verão estava fresca. Não tem estação melhor do que a de verão, as pessoas sorriem mais, ficam mais tempo nas ruas, as crianças brincam mais e a bebida fica mais gelada. É uma delicia!

— Que estranho esse movimento logo cedo... -Júlia comentou ainda observando dentro do carro, tinha muita gente pra fora e alguns fotógrafos.
— Será que foi briga meu Deus? O dia tava tão bom... -paguei o motorista.
— Mas assim? Logo cedo? - Júlia saiu do carro. E eu dei a volta de encontro a ela.
— Vamos entrar pra ver, tá muito estranho!

Tampei meu rosto por conta dos flashs das câmeras, olhei para trás e havia um carro muito foda, muito luxuoso na porta, parei um pouco pra admirar e a Júlia me puxou. Segui ela e a boate já era a lotada. Pessoal pulava no ritmo de Imagination - Gorgon City Sirens, aquela música era muito boa e eu precisava dançar ela. Estava no início mesmo...

— Vem! -puxei a Júlia pro meio da pista.
— Eu estava ouvindo essa música hoje e você quis me bater! -ela reclamou.
— Porra, eu estava dormindo, já falei!

Coloquei meus braços acima da minha cabeça e comecei a rebolar junto com a Júlia, eu cantava a música e mexia minha bunda no ritmo. Alguns caras chegavam e pousava suas mãos na minha cintura, aquilo era muito bom, todo mundo cantava... aquela música me deixava insana. Depois o DJ me fez ficar mais louca com Stole The Show - Kygo, a música começava lenta e eu sensualizava mexendo meu corpo, eu sabia que estava chamando atenção e eu amava, não estava no meu horário de trabalho então eu podia fazer o que quiser. Eu amava aquele mundo, aquele lugar, eu era disso e seria pra sempre! E no meio da música o DJ mais uma vez surpreendeu... "Mão no joelho, para, senta no pau dos quebrada" aquilo era funk! Olhei pra Júlia que sorriu automaticamente. Colocamos as mãos no joelho e rebolamos até o chão, eu já estava suada! Comecei a beber um pouco de vodka e eu estava me entregando cada vez mais, depois de alguns funks a eletrônica voltou e eu só mexia meu corpo um pouco mais cansada... como eu disse no início, os caras colocavam as mãos na cintura da gente para sarrar a gente, eu costumava não deixar por muito tempo. Mas esse eu deixei uma música toda, então num piscar de olhos ele me virou, continuei a dançar sem olhar pra ele e pousei meus braços em seus ombros e ele cheirava tão bem, aquilo estava bom.

— Desci do VIP só pra dançar contigo. -ele sussurrou no meu ouvido, que voz meu pai! Me afastei para responder e quando olhei para o rosto do cara até pensei que era miragem, que era cover, que era sonho mas não.
Era o Neymar.

[n/a] Fotinho da nossa queridinha do momento! Nossa personagem principal.

 Espero que tenham gostado desse meu capítulo! Essa fanfic tá pegando fogo, já estou escrevendo o 22º capitulo

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Espero que tenham gostado desse meu capítulo! Essa fanfic tá pegando fogo, já estou escrevendo o 22º capitulo. Aguardem!!!!

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𝐋𝐎𝐕𝐄 𝐎𝐍 𝐓𝐇𝐄 𝐁𝐑𝐀𝐈𝐍 | 𝐍𝐄𝐘𝐌𝐀𝐑Onde histórias criam vida. Descubra agora