[Abigail]
Era evidente o meu desconforto em um lugar desse, eu nunca gostei de frequentar bares lotados – ainda mais em dia de semana –, só estou aqui agora à pedido da Esther já que esta usou "a fase da Universidade é a melhor, podemos fazer o que quisermos sem ter nossos pais colados aos nossos pés" como parte do seu longo discurso. De certa forma ela estava certa, mas eu não me sentia cem porcento confortável fazendo aquilo que minha mãe sempre me alertou para manter distância.
"Abby, você me ouviu?" Esther passou a mão livre na frente do meu rosto, me chamando para a realidade.
"Uh?" fiz em resposta, notando um suspiro impaciente saindo de seus lábios.
"Eu estou aqui falando todo esse tempo sozinha!" ela revirou os olhos. "Você é uma ótima amiga, Abigail" comentou me fazendo rir.
"Eu sou mesmo" encolhi os ombros, com um sorriso nos lábios. "Agora fala, eu estou te ouvindo"
Esther me contou desde o começo sobre outra razão de estarmos aqui hoje, ela tinha brigado com o Frank pela terceira vez em menos de cinco dias e precisava de algumas doses para conseguir aguentar todas as coisas que ele disse pra ela antes de deixar seu apartamento. Ela também adicionou algo como "você também está precisando arranjar um homem, nem que seja por uma noite. Vir aqui provavelmente vai te ajudar a achar algo de bom e que preste", o que sinceramente, me fez revirar os olhos.
Não que ela não esteja errada. Eu nunca tive algum tipo de relação com um homem antes – ou até mesmo com um garoto, na época do primário –, mas não era algo que eu pretendia fazer. Pode parecer clichê e idiota, mas eu não gostaria de ter um 'lance de uma noite só', como a minha amiga diz, só para deixar de ser algo que todos na minha idade já não são.
"Vai querer beber o que, Abby?" a voz da minha amiga me fez olhar para as diversas bebidas arrumadas diante de nós.
"Água" sorri pra loira ao meu lado que apenas sorriu e balançou a cabeça, voltando o corpo para frente.
Ela disse algumas coisas para o barman e então ele concordou, se retirando.
"Espero que ele não coloque nada na minha água" eu comentei, chegando mais perto da minha amiga.
"Abby, eu sou sua amiga, não vou colocar algo na sua bebida" ela respondeu, soando algo óbvio de mais.
Balancei a cabeça concordando com aquilo. Ela tinha razão. Mesmo que ela ache que eu tenho vinte anos e ainda não ingeri uma gota de álcool algo absurdamente estúpido, eu não acho. O álcool te mata a cada segundo que você o ingere, e mesmo sabendo disso e continuar bebendo é como você brincar de roleta russa sozinho; a morte demora mas chega.
"Desculpa" murmurei.
Eu realmente fico paranóica algumas vezes, com medo de alguém colocar algo que eu não queira na bebida e isso as vezes é bem idiota e irritante.
"Tá," ela sorriu "mas vamos então ver algo de interessante por aqui" seu corpo se colocou de pé assim que o barman nos entregou as bebidas.
Esther tinha uma garrafa de cerveja na mão e andava em direção da pista movimentada do bar, atraindo olhares de homens e mulheres – também, Esther tem um corpo e um rosto bastante atraentes, qualquer um cairia aos seus pés. Quando reparei por mim mesma, a minha amiga havia sumido em meio à muvuca de pessoas na minha frente que se esfregavam e dançavam umas com as outras.
Apertei um pouco mais a minha garrafa de água e tomei um gole longo, para tentar acalmar o meu nervosismo ao saber que estava sozinha nesse lugar.
Provavelmente ela acha que vou fazer como ela, curtir.
Balancei a cabeça expulsando o pensamento e apagando qualquer vontade de querer entrar no meio daquela aglomeração. Eu não devia nem estar aqui. Esther poderia pelo menos ficar comigo, assim eu não entraria em um estado de nervosismo com medo de algo acontecer ou comigo, ou com ela.
"Olá moça bonita" um homem apareceu diante de mim, com um sorriso de lado no rosto.
O seu cabelo estava bagunçado e alguns fios estavam colados em sua testa por conta do suor. O seu sorriso era perverso e malicioso, como se imaginasse coisas erradas. Ele segurava um copo vazio e tinha os dois botões da camisa social abertos. "Não obrigada" eu disse, rezando para que ele ouvisse e fosse embora.
"Não o que?" ele perguntou, se aproximando.
"Não estou interessada" voltei a dizer, sem lhe dirigir o olhar.
"Aposto que se fores dançar comigo vai estar" a sua voz transbordava de perversão e segundas intenções.
Ele colocou o copo vazio em cima do balcão e se apoiou no mesmo levando a outra, que estava livre dentro do seu bolso, até a minha coxa que – graças a Deus – estava coberta pela minha calça. O cheiro de álcool saía da sua boca como algo nojento.
"Não toca em mim" eu disse, empurrando sua mão para longe.
"Qual é bebê" ele murmurou, colocando a sua cabeça perto do meu pescoço. "Vai ser divertido" senti a sua voz tocar a minha pele, me fazendo revirar o estômago.
"Eu disse para não tocar em mim" eu disse firme, o empurrando para longe do meu corpo.
Quem ele pensa que é?
"Algum problema aqui?" o barman apareceu atrás do balcão, me fazendo saltar com um susto.
Eu olhava com desgosto para o homem e o mesmo me olhava de forma contrária. "Nenhum, Joe" ele respondeu antes de murmurar um "isso ainda não acabou, moça bonita" e ir embora.
Deixei um suspiro pesado sair do meu corpo e apoiei o cotovelo no balcão, deixando a minha cabeça cair em cima das minhas mãos. Tem certos homens que são repugnantes.
O barman saiu do meu lado voltando a atender outros clientes que haviam acabado de chegar. Por interesse, peguei meu celular do bolso e notei mensagens da minha mãe.
Mãe - Aonde você está, Abigail? [21:40]
Mãe - Abigail atende essa droga de celular agora! [22:20]
Mãe - Abigail se não me responder eu vou atrás de você! [22:38]
Mãe - Por quê você não está no dormitório? [22:47]
Mãe - Abigail Dawson porque está me ignorando? [23:00]
Mãe - Como você me some desse jeito sem me falar, Abigail!? [23:20]
Deixei os meus olhos rolarem ao ler todas essas mensagens. Minha mãe sabe ser uma mulher louca quando quer.
"Abigail, certo?" a voz do barman me fez olhá-lo confusa, antes de concordar em hesitação.
"Uma tal de Esther pediu para que eu entregasse isso pra você" ele me entregou um guardanapo dobrado.
"Ok" murmurei, antes de vê-lo sair.
Abri o pedaço de papel dobrado inúmeras vezes e reparei na letra curvada da minha amiga:
Fui ter uma noite de prazer com um cara muito gato que apareceu na minha frente. Desculpa.
_________________________________________Oi gente :)) olha eu aqui de novo hehehe
Bom, como eu já expliquei é a minha primeira fanfic com o Matty Healy - mas vocês podem imaginar qualquer um haishaisha.
Espero que tenham gostado do primeiro capítulo ;)
Até o próximo, xoxo
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// Heart Out // M.H + H.S
Fanfiction❝ Cause I remember that I like you No matter what I found ❞ - The 1975 _________________________________________ A Matty Healy and Harry Styles fanfic _________________________________________ "Só peço para que não ache que sou como todas as outras...