𝗣𝗮𝗿𝘁𝗲 𝗜𝗜. 𝖬𝖺𝖼𝗁𝗎𝖼𝖺𝖽𝗈𝗌

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Na parte i vocês tiveram que descobrir o que aconteceu e agora terão de descobrir como aconteceu. Lembrando que a solução está nos detalhes, então não deixe nenhum passar despercebido!

P.S.: O vídeo não é uma pista, é só pra servir de trilha sonora para a dor dessa parte ii mesmo.


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Sherlock se levantou a fim de checar o que havia acontecido, mas, para a sua surpresa, o cenário que o cercava ao abrir a porta do seu apartamento no 221B da Rua Baker era completamente diferente do que o de costume.

O ambiente era muito mais claro e amplo e, apesar de ainda ter uma escadaria, ela era muito maior do que a original. Sherlock escorou no parapeito da escada, ainda confuso.

— Sherlock! — um grito alto estrugiu.

Sherlock sentiu algo o chacoalhar o fazendo perder o equilíbrio e cair de uma altura considerável. Ele gritou incansavelmente e, antes que pudesse tocar o chão, sentiu seu corpo parar em um baque, mas, ao contrário do que a física promete, ele não se machucou, apenas sentiu estar sentado. Ele, que ainda tinha a respiração ofegante e os olhos fechados, parou para observar os ruídos que ficavam mais claros a cada milésimo de segundo.

— Sherlock? — a voz de Mycroft agora era reconhecível e amena. — Finalmente você voltou! Agora não é hora de se refugiar em seu palácio mental.

Sherlock abriu os olhos devagar e percebeu estar em um lugar nenhum pouco afamado e convidativo. Havia várias pessoas presentes trajando apenas roupas pretas e a maioria parecia chorar enquanto os poucos que não choravam carregavam um semblante triste. No entanto, o que realmente prendeu sua atenção fora o caixão localizado no centro da sala.

— Não... — Sherlock levou as duas mãos até seu rosto. — Não! Não! Não! — o tom de voz de Holmes ia aumentando gradativamente a cada "não" até já estar gritando. — Não!

De repente tudo ficou silencioso e Sherlock se permitiu abrir os olhos novamente. Ele estava de volta às escadarias de seu palácio mental, então começou a subir o mais rápido que pôde.

— John! — Sherlock gritava repetidas vezes enquanto subia as escadas.

No meio da subida, um tiro retumbou assustando Sherlock. A bala acertou uma maçã mordida que estava apoiada no corrimão da escadaria indo contra todas as leis da física. Sherlock parou por um momento para tentar assimilar o que estava acontecendo, mas nada fazia sentido em sua mente. A única coisa que podia ser claramente compreendida era uma voz repetindo "eu te devo" junto a uma risada nada agradável.

Sherlock continuou subindo as escadas mesmo com dificuldade e, assim que chegou à porta que guardava John em seu apartamento, entrou e deu de cara com Watson que o esperava sorridente. Holmes o abraçou forte.

— Sherl, chegou a hora! — John disse calmo devolvendo o abraço.

— Não, John, por favor, não! — Sherlock esbravejou, o apertando ainda mais no abraço.

— Sherlock! — a voz de Mycroft voltou a ressoar ao longe, alarmando Holmes.

— Sherl, você tem que ir, tem que voltar! — a voz de John era serena e ele sorria gentilmente fazendo tudo ficar ainda mais perturbador para Sherlock que estava apavorado.

Sherlock abriu os olhos e se assustou ao ver que o apartamento estava completamente vazio. Apenas os dois o ocupavam.

— Cadê as nossas coisas, John? — Sherlock soltou John do abraço para encará-lo.

— Estão no apartamento — John sorria agora de canto de boca. — No de verdade.

Sherlock reparou que suas mãos estavam molhadas e ficou assustado quando se deu conta que se tratava de sangue. Olhou para John e notou seu cardigan todo ensanguentado.

— John, você está ferido! — disse se aproximando do doutor novamente; desta vez, a fim de ajudá-lo.

— Eu estou morto, Sherlock! — disse segurando no queixo de Holmes o obrigado a encará-lo.

— Não, John, não faça isso — Sherlock cerrou os olhos com força fazendo uma lágrima escorrer em seu rosto.

Um barulho alto de tiro soou fazendo Sherlock se assustar mais uma vez.

— Eu já fiz, Sherlock — disse sorrindo ignorando completamente o som —, foi a minha escolha e você não pode mudar isso. Volte lá e encare.

— Você não podia ter feito isso comigo, John.

— Eu fiz por você!

— Eu sou o culpado disso, não é? Você me salvou e eu te matei.

— Não, Sherl, não pense assim. Eu te devia a minha vida e, quando você precisou, eu paguei.

Outro tiro atroou e, dessa vez, parecia estar bem mais perto. John, ignorando completamente os tiros, começou a caminhar em direção à janela.

— Mas como eu vou viver sem você, Jawn? — Sherlock chorava como uma criança que acabara de perder seu melhor amigo.

— Você já fez isso antes — disse sorrindo gentilmente enquanto abria a janela.

— Era horrível, Jawn — Sherlock esfregou seus olhos a fim de amenizar a turbidez que as lágrimas causaram. — Eu preciso de você!

Outro tiro foi ouvido, mas desta vez o som se abafou assim que a bala atingiu o peito de John, o fazendo cair pela janela.

— Não! — Sherlock gritou o mais alto que pôde enquanto impulsionava seu corpo para frente, mas foi impedido pela mão de Mycroft que o apoiou para que ele não caísse do banco onde estava sentado.

Sherlock chorava inconsolavelmente. A cena chamou a atenção de todos ali. Mycroft tentou acalmar seu irmão, ou pelo menos fazê-lo parar de gritar.

— Ah, meu deus, por que ele se foi? Por quê?

— Sherlock, se acalme!

— Como eu vou me acalmar, Mycroft? Ele morreu. O John está morto. A droga da minha vida acabou!

— Pare com isso, Sherlock! Menos! Você supera! — não era a intenção de Mycroft ser rude, mas ele não sabia mais o que fazer em relação a seu irmão e isso o deixou nervoso.

— Por favor, Mycroft, não seja você, só hoje... Pelo menos hoje... Eu preciso de ajuda! Isso está doendo mais do que eu posso suportar!

Mycroft sabia que, para seu irmão lhe pedir socorro, era porque isso realmente o estava machucando... Dilacerando... Matando. Mas ele simplesmente não sabia o que falar. Talvez porque não houvesse mesmo algo para se dizer em um momento como esses, ou talvez porque Mycroft tinha medo de magoar ainda mais seu irmão. Qualquer que fosse o motivo, fez Mycroft se manter calado por um tempo.

Por mais que lhe parecesse estranho, Mycroft decidiu abraçar Sherlock. Ele não podia se lembrar da última vez que mostrou afeto por seu irmão caçula, mas aquele lhe parecia um momento adequado para isso. E era. Sherlock devolveu o abraço com ainda mais força e Mycroft teve uma noção do quanto aquilo estava machucando seu irmãozinho.

— Venha, Sherly, eu vou te tirar daqui — disse com um tom macambúzio nada habitual.

Mycroft apoiou Sherlock em seus ombros e, com a ajuda do Lestrade, o carregou até seu carro. Mycroft levou Sherlock até o 221B e permaneceu no apartamento mesmo depois do irmão dormir, pois temia o pior.


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A questão é: como John Watson morreu? Quem o matou?

Comentem suas teorias e avancem para a próxima etapa que, inclusive, já é a resolução, então caprichem bem nas teorias, hein? Agora é a hora! PAZ.

THE GAME IS OVER ❪case!lock❫Onde histórias criam vida. Descubra agora