resumo: odeio minha vida e inferno particular
Louis odiava tudo naquele momento. Odiava sua mãe por não confiar nele, odiava os agentes sociais por terem feito isso com ele e odiava mais ainda aquela merda de reformatório onde teria que viver até o fim do colegial. Depois seu caso seria julgado e então ou ele iria pra casa, ou pra cadeia. Ele odiava isso também.
Assim que chegou no seu mais novo inferno, recebeu uma série de instruções sobre comportamento e mais um monte de besteiras que ele não demonstrou muito interesse em ouvir. Achou uma merda a ideia das pulseiras e de todos ali dentro saberem o que ele fez - ou melhor, o que não fez.
Depois do episódio com o cara alto e o loiro no banheiro, ele se sentiu pior ainda porque percebeu o jeito como o cara olhou pra sua pulseira e depois pra ele. Qual é, ele não era muito melhor que Louis. Sua pulseira era a azul, o que significava que ele só estava um nível abaixo dele, porque se sentiu tão superior a Louis?
Quando terminou o café, seguiu o grande fluxo de pessoas e tentou ignorar todos os olhares sobre sua pulseira no braço e ficou de saco cheio disso. Felizmente, achou o quarto em que ficaria e rapidamente buscou as chaves no bolso, entrando no quarto as pressas. Bateu a porta com força e se apoiou na mesma, suspirando fundo e odiando tudo aquilo. Principalmente o fato de seu quarto estar uma zona.
Porra, como alguém consegue morar nessa porcaria?
Aquilo não deveria nem ser chamado de quarto. As paredes estavam revestidas por um cinza escuro e o chão era de cimento, e as camas não estavam em seu melhor estado. Era o que ele merecia afinal, não?
Percebeu que sua pequena mala estava do lado da cama arrumada e agradeceu por não ter nada ali em cima. Louis sempre foi obssecado por organização e limpeza e ver aquilo estava deixando-o louco, já que o garoto sempre gostou de tudo perfeito.
Como plano de fuga da realidade, se arriscou a tirar a bagunça do seu quarto. Dobrou todas as roupas jogadas, organizou o material escolar na escrivaninha e a cômoda cheia de livros clássicos que Louis nunca se interessou em ler. Deixou as roupas dobradas em cima da outra cama, que agora estava arrumada e com lençóis limpos. Ele estava ansioso pra descobrir com quem dividiria o quarto, só sabia de um nome: Harry Styles. Esperava que seu parceiro não se incomodasse com a súbita limpeza, mas se arrependeu no momento em que a porta abriu.
Harry era o garoto do banheiro.
"Que merda você fez aqui?" ele pergunta com o sotaque forte de Yorkshire. Louis percebeu que o mais alto também não era daqui, assim como ele. "Porra, você mexeu nas minhas coisas?"
"Eu, eu só quis deixar nosso quarto arrumado" Louis tentou se defender mas a cara do mais alto não era nenhum um pouco amigável. E o moreno não havia gostado nenhum pouco do jeito que havia sido tratado, qual a porra do problema dele?
"Meu quarto" ele corrige frustrado passando a mão pelo cabelo bagunçado.
"Não, nosso" Louis se deita na sua cama colocando as mãos atrás dá cabeça "Até onde eu sei, agora ele é meu também"
O garoto não respondeu, mas continuou olhando pra Louis. Seus olhos verdes encaravam cada traço de seu rosto e ele já estava se sentindo intimidado quando o olhar desceu para sua maldita pulseira novamente e então foi desviado para a parede.
"Perdeu algo aqui?" O mais velho pergunta, de saco cheio. Não queria ser grosseiro e estava tentando ser legal com o imbecil que vai ter que aguentar até o fim do terceiro ano, mas não suportava mais os olhares julgadores sobre ele.
"Da mesma forma como você perdeu algo nas minhas coisas, certo?" Touché. Louis riu balançando a cabeça e se sentiu um verdadeiro bipolar quando fez isso. "Não sei seu nome"
"Porque saberia?"
"Preciso anotar no meu diário, sabe. 'Querido diário, hoje um idiota atrapalhou uma transa e mexeu nas minhas coisas'" Louis ri mais uma vez e se senta na cama olhando pro cacheado.
"Louis Tomlinson" ele responde fuçando seu bolso atrás do seu maço de cigarro. Tudo que ele precisa agora pra acalmar os nervos é o familiar gosto da nicotina entre seus lábios "E você é Harry Styles"
Ele deduz enquanto acende seu cigarro com seu esqueiro azul escuro e o joga sobre a cama em seguida, dando sua primeira tragada e se sentindo automaticamente mais relaxado.
"Como sabe?" o cacheado pergunta confuso e torce o nariz quando vê a fumaça, e Louis acha bizarro.
O cara tá com a porra de uma azul no braço e ta com essa cara por estar eu fumando? Louis pensou.
"Seu nome estava na lista quando fui ver meu quarto" Ele solta um "Ah" em voz baixa e depois se afunda na sua cama, tirando aquelas botas pretas horríveis.
"Bem vindo ao inferno, Tomlinson"
Louis riu e continuou encarando Harry por alguns segundos, reparando no quanto seu cabelo cacheado combinava perfeitamente com ele e como o seu piercing fazia seus lábios ficarem mais atraentes ainda.
Não, pensou Louis. Não podem saber que eu sou gay, e não vão.
VOCÊ ESTÁ LENDO
juvie • l.s
Fanficonde harry vai para o reformatório após ser pego com drogas na escola e louis, oito meses depois, é acusado de homicídio ou onde harry é azul, louis é vermelho e o roxo acontece