Capítulo 02

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Ele trabalhava no posto Texaco.

Sim ele era o frentista ganhava a vida abastecendo e lavando carros, naquela tarde ele lavava o para-brisas do carro luxuoso e empoeirado de minha mãe enquanto me encarava com aqueles grandes olhos azuis, tão azuis quanto sua grande águia tatuada no seu peito ao lado esquerdo.

Por mais atrativo que fosse aquela troca de olhares sem que minha mãe percebecesse, eu desviei meu olhar envergonhada para dentro de minha bolsa fingindo pegar qualquer coisa, nenhum olhar de nenhum outro garoto me abalou tanto quanto o olhar dele, eu estava fascinada pelo que eu estava fazendo, pela primeira vez eu fazia algo que desafiava minha mãe , trocando olhares com ele, alguém pelo qual eu e todos da face da terra viemos perceber que seria o maior ser pelo qual minha mãe iria nutrir ódio na face da terra.



A Segunda vez que o vi, foi na lanchonete do José, ele virava hambúrgueres e bacons na chapa, limpava as mesas e lavava as louças engorduradas, ele dizia para mim e minha amiga Anny que aquilo era apenas para ter uma segunda renda e sorriu, me congelei vendo aquela fileira de dentes brancos, tão brancos quanto algodão, enquanto ele sorria, seus olhos pareciam ficar mais azuis. Meu Deus, seria isso possível?



Eu estava no último ano do Ensino Médio em umas das escolas mais caras da cidade, ele era uma pessoa que aparentava não ter nem terminado os estudos, aliás, nem sei se algum dia ele chegou a frequentar a escola.



Provavelmente ele era mais velho do que eu, talvez não muitos em números porém muitos em experiência de vida.

Willian Ferreira Colle, fui saber seu nome depois de muito tempo o amando, talvez não o suficiente para fazer com que ele ficasse.



Na terceira vez em que o vi ele já não estava mais com seu peito desnudo, me impossibilitando de ver e admirar suas belas tatuagens.

Naquele dia vim a saber que seu nome era algo como "Will" pois o mesmo vinha bordado em letras douradas em sua camisa de uniforme vermelho da Texaco.

" - Ei, moça bonita." Ele exclamou totalmente natural me fazendo corar.

E assim começou a paixão, o constrangimento , as borboletas sambando em meu estômago.

Sentada no carona do carro, com minha mãe ao volante cheguei a congelar por dentro e rezar para todos os santos para que mamãe não tivesse ouvido aquele "comprimento".

Após me cumprimentar ele passou por mim andando meio que mancando, aparentemente estava com algum problema na perna, tirou a tampa do tanque e o encheu de gasolina.



Uma tatuagem, um belo par de olhos azuis, talvez os mais azuis que já tinha visto em minha vida, um sorriso capaz de balançar até as muralhas da China, e uma perna manca.



- Aqui está senhora - disse ele estendendo as chaves e a conta a minha digníssima mãe.

- Obrigada - disse ela assinando uma folha de chegue e entregando a ele.

- Por Nada, e volte sempre Madame, - disse ele enquanto se afastava e o sol forte brilhava, fazendo com que seu cabelos loiros, ficassem ainda mais claros.



Minha mãe ligou o carro e fomos embora pra casa, sem trocar nenhuma palavra, agradeci mentalmente a todos os outros santos por isso.



Achei estranho ela não me questionar da onde eu conhecia o Will, mais preferi nem tentar explicar ou me justificar por estar falando com "aquele tipo de pessoa".

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Boa Noite Pessoinhas 💘
Eai, gostaram do capítulo de hoje ?
Qual a expectativa para o casal Jennill?
Vou liberar mais um capítulo amanhã, adiantando um pouco a história, porque estou ansiosa pra fazer vocês sofrerem com os dramas desse casal rss
Beiijoo e bom restin de Domingo 💘🎀mencione um usuário

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