Vida Nova

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- Como é bom ter você aqui, Renesmee. - Aro sorria enquanto segurava a minha mão.

- Obrigado por me receber aqui.

- Seu lugar sempre foi aqui, só demorou para perceber isso. Não é mesmo?

- É sim. - Sorri e olhei para o chão.

- Parece cansada...Félix leve-a a um dos melhores quartos.

Segui o grade rapaz de olhos vermelhos, que me fitava o tempo todo. Minha espinha congelava enquanto eu andava sozinha com ele em um corredor escuro de pedras frias.

- Bom descanso. - Ele disse enquanto abria a porta e fazia uma pequena referência. Subiu o olhar para mim e deu um sorriso simultâneo mas arrepiante. - Logo verá que esta no lugar certo, querida Renesmee.

Entrei para o quarto um pouco fora de si e me joguei na cama macia enquanto ouvia a porta se fechar.

Eu não podia negar que estava massacrada por dentro, com o coração partido em mil pedaços.

Comecei a me convencer das cenas que vi, do beijo entre a minha mãe e... aquilo doía mais que qualquer veneno de vampiro. Era hora de dar um passo novo, vida nova. Levamos um dia, por não me alimentar com sangue não tive forças para correr dois dias, Félix deu a idéia de pegarmos o próximo vôo.  Ninguém saberia onde eu estava, não deixei rastros, e me senti aliviada por não ter contado a Jacob que havia um Vulturi na cidade. Tudo contribuiu para que eu estivesse aqui agora, no meu novo lar.

Me levantei e parecia que eu tinha levado um grande murro nas costas. Me sentia completamente cansada e abatida, e precisava de um bom café da manhã.

Eu deixei tudo para trás. Roupas, celular, amigas. Para minha alegria o quarto que eu me instalei tinha um banheiro e com uma grande banheira, onde eu pude tomar um banho bem relaxante. Sai para o quarto e em cima da cama havia uma roupa e um par de sapatos que era o meu número. Me vesti e quando me olhei no espelho, notei que era uma versão ruiva da Jane e isso não era muito contagiante. Capas pretas e meias-calças brancas não faziam muito o meu estilo.

Desci as escadas e notei o olhar de Félix, sombrio como sempre acompanhado cada passo que eu dava.

- Esta maravilhosa, senhorita. - Ele sussurrou enquanto eu passei perto dele e me dirigi à  Aro.

- Chegou na hora certa. - Disse Aro enquanto eu me aproximava dele.

- Por que? - Indaguei.

A porta principal se abriu e pessoas e mais pessoas entraram. Me assustei ao ver que era todos humanos. Sentia seus corações jovens disparados em seus peitos. A pulsação...

- O que é isso? - Olhei em choque para Aro.

- Você não achou que ia comer cereal em Volterra não é mesmo? - Ele riu e simultaneamente ouvi a risada dos outros vampiros do recinto.

- Eu ensino você. - Disse Félix sarcasticamente. Ele deu um pulo e agarrou o pescoço de uma mulher que aparentava ter 30 anos. As pessoas se desesperavam e junto com elas eu me sentia cada vez mais aflita por dentro. Gritos e mais gritos me sufocavam, e aquele cheiro de sangue fresco me rasgava a garganta. Eu não sentia desejo de sangue diariamente, era indiferente para mim e até comum estar perto dos humanos. Eu tinha sangue em mim. Mas ver pescoços sendo rasgados e todo aquele banho de sangue me deu uma tensão desconhecida, algo que nunca tinha lidado, era diferente agora, muito diferente.

Eu não aguentei, perdi o controle e ataquei um rapaz, e pude ver seus olhos me encarando enquanto ficava pálido à medida que perdia sangue. Só consegui parar quando suguei sua última gota de sangue, fiquei horrorizada e me arrastei sentada até me escorar em um dos pilares.

- Não chore por ser quem você é. - Félix se sentou ao meu lado, sangue escorria por sua boca. Ele era mas delicado que eu, pois eu estava literalmente coberta, minha roupa, minhas mãos, minha meia branca estava repleta de manchas escarlate.

- Eu não devia ter feito isso. - Chorei.

- Isso é a sua natureza.

Ele se levantou e pegou uma garotinha, ela já estava quase desacordada.

- Um passarinho criado  em gaiola acredita que voar é errado. - Ele disse jogando a menina aos meus pés.

Eu tentei relutar, juro que tentei.

Jake E Nessie (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora