Esconderijo

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Jacob me ligou umas 500 vezes nas últimas três horas, mas eu não tinha tempo de ouvir seus sermões, eu tinha que salva meu filho.

Me deparei com a entrada de Nevada e peguei meu celular para me localizar a tela estava cheia de SMS de Jacob; Onde você está? Volte para casa! É perigoso, se algo acontecer com você não viverei mais. E coisas mais deprimentes num grau de fossa.

A tela ficou preta.

-- Droga de bateria! -- Quase joguei o celular contra uma árvore, mas me lembrei que era um iPhone e era melhor relaxar.

Quando pensei que não poderia piorar um trovão ecoou pelo final da mata e uma chuva pesada começou a cair sobre mim.

-- Sério? Era só o que faltava. -- Bufei.

Após andar alguns quarteirões achei um bar rústico e não hesitei em entrar. Ele fedia a cigarro e vodka. Alguns motoqueiros estavam sentados no balcão e mexeram comigo enquanto eu me aproximava do senhor barbudo que estava do outro lado dele.

-- Com licença, preciso de uma informação. O cemitério Flyleot fica aonde?

-- Hmmm. -- Ele se levantou e chegou mais perto para me encarar, seu hálito de bêbado velho me deu repulsa. -- Fale com aquele cara. -- Ele apontou com a cabeça um homem que estava sentado perto da janela, com um chapéu que devia ser dos seus 20 anos.

-- Obrigado. -- Sai de perto daqueles motoqueiros fedidos e me sentei na mesa do homem.

-- Posso ajudar em algo? -- Ele sorriu e notei que seus três primeiros dentes eram de ouro.

-- Cemitério Flyleot, sabe onde fica?

-- O cemitério abandonado? Está atrás de drogas ou mercado negro?

-- Não vem ao interesse, por favor me diga onde fica.

-- Tenho um mapa. -- Ele me mostrou e quando fui pegar ele segurou com força repuxando.

-- Acha que será tão fácil assim? Não trabalho na faixa garota. 500 dólares.

-- 500 dólares por um mapa? Não tenho nada aqui comigo.

-- Sinto muito então. -- Ele ameaçou a guardar o mapa no casaco.

-- Por favor, tem algo que eu possa fazer, por favor. -- Implorei.

-- Bem... tem alguns quartos no andar de cima, se quer tanto vamos para lá.

Eu entendi o que ele queria e senti muito nojo por isso. Ele se levantou e eu o segui.

O quarto cheirava a mofo com sexo, eu quase vomitei ao entrar. Uma cana velha estava no meio do quarto com um colchão demasiado rasgado que chegava a ver suas molas. Eu acaricie um pouco seu peitoral e puxei o seu casaco. Ele estava com suas mãos se aproximando dos meus seios e antes que pudesse tocar em mim
disparei com sua blusa pela porta. Ouvi alguns palavrões, mas ele não poderia me alcançar, atravessei a janela do corredor para não encarar os motoqueiros e cai como uma pluma no chão molhado da rua . Ele apareceu na janela assustado sem acreditar no que via e eu corri, corri como nunca corri antes na minha vida.

Alcancei um depósito fechado e me afugentei da chuva que estava cada vez mais grossa. Meu cabelo já estava pingando.

Demorei uns dez minutos para localizar o cemitério e fiquei feliz ao ver que nem era tão longe assim de onde eu estava. Eu não quis esperar a chuva, o céu já estava anoitecendo, eu precisava achar Dan.

Os portões eram pretos e antigos, bem enferrujados e eu teria de pular o muro com cuidado para não pegar um tetano (será que meios vampiros estão sujeitos a isso??!)

Eu me assustava com cada raio que iluminava os anjos de pedra.

-- Jesus! -- Eu gritei de susto quando um raio iluminou uma imagem de Cristo quebrada e cheia de lodo. Aquele cemitério era horripilante.

Senti uma aproximação e me joguei atrás de um arbusto, eles conversavam algo sobre Volterra. Segurei o meu grito ao senti algo me perfurar, o arbusto era cheio de espinhos e senti lágrimas, mas não podia abrir a boca.

Ao ter certeza que eles sairam de vista, pulei para fora tirando os espinhos do meu braço. Andei um pouco e tropecei em uma lápide, ralei os dois joelhos e estava cheia de barro, hoje eu não estava com muita sorte mesmo...

Mas minha queda me fez ver melhor que havia um buraco por baixo de uma das árvore, o vento veio de dentro dele e balançou meu cabelo. Aquele buraco levava a algum lugar. Me arrastei e e enfiei dentro dele, era um pouco apertado e eu tive que engatinhar mesmo com os joelhos sangrando pela queda.

Após uns dois segundos finalmente cheguei ao final, e dava a um corredor iluminado por candelabros, era chique demais para ter uma entrada de barro como aquela. Meu jeans rasgado revelou meu estado ensanguentado, mas ignorei a dor, haviam coisas mas importantes no momento. Me esguerei com cuidado pelos corredores para que ninguém me notasse. Eu ouvi um chorinho e sabia de quem era e segui.

-- Dan... -- Disse baixo entusiasmada ao abri as portas e vê ele sentado às lágrimas, um sorriso se abriu ao me ver. O abracei sujando todo de barro e senti um enorme alívio por estar ali com ele.

-- Eu disse que iria trazer. -- Procurei no bolso da calça e ali estava a chupeta azul favorita dele, que ficou quieto após eu colocá-la em sua boca. -- Vamos sair daqui. -- Eu disse o pegando no colo, e ouvi uma voz arrepiando pela minhas costas.

-- Quer dizer então que nos encontrou?

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Penúltimo capítulo...

Jake E Nessie (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora