Parte 3

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  Após uma invasão alienígena que durou dois anos, a paz e a ordem voltou a se estabelecer na Terra. Tudo estava ótimo até 2028 quando a televisão anunciou que Nova Iorque estava encoberta por uma nave gigante, a temível nave mãe. Diferente da outra vez, agora os lagartos gigantes estavam com uma tecnologia muito superior a que nós tínhamos e, em três meses os Estados Unidos tinha deixado de existir. As informações que contavam é que a população norte americana estava usando um equipamento na espinha que os deixavam escravizados. Os lagartos estavam construindo um exército e acabando com os terrestres. Mas nós iriamos lutar até o fim.

Parte 3Era difícil ver que Laura me encarava com uma desaprovação. Garanto que ela se perguntava sobre a minha coragem e responsabilidade de deixar o meu filho em um quarto sozinho com um garoto que é metade humano e metade alienígena. Eu precisava ter feito uma escolha. Mais uma das duras e difíceis escolhas que essa luta interminável cravou, mas diferente das outras, o resultado agora trazia a culpa pra cima de mim caso algo desse errado. Nós temos uma médica formada no nosso grupo que é a Doutora Thaís. É claro que ninguém aprovou a minha escolha, por mais que tivessem concordado balançando a cabeça, no fundo eu sabia a resposta de todo mundo, eu conhecia aquele olhar.A única pessoa que eu acredito que realmente tenha me apoiado era o Carlos pois ele sempre foi o mais frio do grupo, de todas as pessoas que perdemos no último ano, por nenhuma delas ele esboçou nenhuma reação de tristeza.Muita coisa passa na cabeça de um homem quando ele lidera um grupo, eu me lembrava de quando herdei a fazenda do meu pai e que cada um daqueles gados era minha responsabilidade, qualquer acidente, eu sabia que aquilo era por minha causa, no grupo não era diferente, as vezes, aqueles olhares pareciam de reprovação. Aquela Victória parecia a todo instante me olhar como culpado de toda essa merda que estamos vivendo, da Cristina estar com os malditos lagartos gigantes. Eu precisava muito descobrir o ponto fraco daquelas aberrações, como é que a gente pode estar a dois anos nessa luta sem descobrir como acabar com eles e trazer todo mundo de volta.É horrível saber que eu trouxe meu filho pra casa e ainda não é suficiente, que ele pode ir embora igual todas as outras pessoas. Tanta gente vai embora e a gente não percebe pois é egoísta, a gente se cobre na nossa família e esquece a de todo mundo. Como é que cada uma dessas pessoas se mantem fortes sabendo que a família com que cresceram já não existem mais? Eu preciso descobri como completar cada uma dessas pessoas pra que eles saibam que minha família vai além da Laura, do Augusto e do Arthur. Eu me sinto tão impotente. Como vou conseguir mostrar esperança para essas pessoas se eu perder a minha?
— Augusto, a enfermaria está muito quieta.
— Já faz quanto tempo que estão lá, Thais?
Ela olhou no relógio em seu pulso — Quarenta e sete minutos.
— Eu vou entrar! — Ele se levantou, fazendo com que todos voltassem os olhos pra ele.
Ele abriu a porta, que por estar velha e enferrujada, acabou fazendo aquele grito de uma porta assombrada. Thais entrou em seguida e viu que Antonio estava passando a mão sobre a cabeça de Arthur.
— Cade o Tiago?
— Não faço ideia.
Ela arregalou seus olhos.
— Vou avisar o Pedro.
— Espera. Deixa o menino, vamos se preocupar com o Arthur em primeiro lugar.
— Tudo bem, eu quero que você fique lá fora enquanto eu vejo como estão as funções básicas dele. Mas, ainda acho que o garoto não fez nada pra ajudar o Arthur.Lá fora, Laura estava agradecendo Milena por ter rezado para que o pessoal da caça voltasse.
— Eu te disse que era pra ter fé. Eu não faço ideia de como explicar alienígenas e essa coisa de naves e guerra, mas é importante ter fé. Quando você tem essa conexão com Deus, por mais maluca que seja a situação, você sabe que ele está com você e tudo fica melhor.
— Eu gosto tanto de falar com você por você ter essa energia positiva Milena, eu acho que sem você a gente seria muito mais fraco. Claro que, existem as coisas ruins e passamos por elas todos os dias, mas existem as coisas boas e se a gente valoriza cada detalhe do que a gente conquista de bom.
— Mas, você ainda ta preocupada com os remédios não é?
— Meu pai teve bronquite a vida toda. E o Arthur também tem. Os remédios ficaram no outro acampamento, ele não pode ter outra crise.
— Você não pode desistir. A gente acabou de falar de fé. Você quer rezar comigo? Eu tenho certeza que algo de bom vai acontecer, nem que seja pra cair remédio do céu.
Laura deu risada enquanto limpava seu rosto, pois quase chorou enquanto falava do problema do filho.
— Eu aceito ir rezar com você.
— Posso ir também? — Perguntou Victória.
— Claro que sim. Pessoal. — Disse Laura chamando a atenção do grupo. — Como vocês sabem, o Arthur tem bronquite e o remédio dele ficou no outro acampamento. Eu com minha amiga Milena, vamos rezar pra que algum milagre aconteça, se vocês se sentirem bem pra se juntar a nós, fiquem a vontade.Quando eu fui dar a notícia de que o Arthur estava dormindo, somente o Marcos Vinícius e a Natália Campos estavam ali fora conversando. Então o jeito foi voltar para a enfermaria e ficar ali esperando que em algum momento meu filho fosse acordar e.
— Ele acordou! — Disse Thaís — Arthur, respira bem devagar
— Por que? Eu estou ótimo. Acho que eu nunca estive melhor.
— Arthur! — Antonio sorriu.
— Pai! — Disse ele sorrindo e correndo descalço em direção a Antonio que o abraçou.
— Cade seu bronquite?
— Eu é que vou saber. A médica aqui — Ele se virou e apontou o dedo para a doutora Thaís — É ela.
Quando Arthur se virou e apontou o dedo para Thaís, suas costas chamou a atenção de Antonio. Sua espinha estava ligada a uma outra espinha, esta fora do corpo.

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