Banheira

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Haru suspirou com prazer quando sentiu sua cabeça mergulhar na água quente da banheira. Com o inverno, não podia nadar na piscina que costumava ir e isso o deixava louco. Ergueu-se novamente da água, passando as mãos pelos cabelos molhados e logo depois tirando a água dos olhos.

Olhos os quais se escancararam ao ver partes íntimas infantis logo a sua frente. Rin gargalhou, superior, enquanto se equilibrava, de pé, nos dois lados da banheira. Os braços cruzados e a cabeça erguida, como um pirata que conquistara um novo tesouro.

Haru trincou os dentes, fechando os olhos devagar. Ergueu-se, fazendo o som da água ressoar pelo banheiro. De pé, era mais alto que o garoto sobre as paredes da banheira e seu levantar o fez ficar a centímetros do mais novo. Rin ergueu a cabeça para encará-lo, mas seus olhos não deixaram de percorrer o corpo em forma do moreno. Bem mais maduro que o seu, mais forte, maior. Mas Rin não queria se deixar abalar.

- Eu ganhei – riu-se mais uma vez.

Haru o fulminou com o olhar, fazendo o pequeno engolir em seco. Agarrou-o por debaixo do braço, prestes a expulsá-lo do banheiro quando Rin abraçou-o pelo pescoço, se grudando nele.

- Não! Eu nunca entrei numa banheira! Por favor!

- Me solta!

O repentino peso em si fez Haru se desequilibrar e ele precisou de tempo para estabilizar o corpo.

- Rin! – grunhiu.

- Por favor! Não custa nada! – Rin envolveu o busto de Haru com as pernas e o mais velho trincou os dentes em um calafrio desconfortável por sentir o garoto inconveniente em si. Tentou empurrá-lo mais uma vez.

- Me largue, Rin.

-Arg! Como você é chato! Você é um velho chato!

Haru levou as mãos até a nuca, prestes a desenrolar os braços do garoto de seu pescoço. Rin gritou, percebendo que o outro teria sucesso no truque. Sua única saída era apelar. Mordeu o pescoço de Haru de surpresa. O moreno se desequilibrou na superfície escorregadia mais uma vez com a surpresa e, furioso, parou.

Deixou o garoto pendurado em si e relaxou os braços em desistência. Rin o apertou ainda mais, preparado para um segundo round, mas se surpreendeu quando Haru voltou a se sentar na banheira.

Como se tivesse medo que aquilo fosse um truque, Rin continuou a abraçá-lo.

- Vai ficar assim até quando?

Rin hesitou.

- Você tá me deixando ficar?

O suspiro de Haru fez Rin sorrir. Ele comemorou com uma musiquinha de vitória e se afastou, mas não saiu de seu colo. Haru desviou o olhar, coçando a testa quando Rin continuou a encará-lo com aquele sorriso brincalhão.

- O que foi? – perguntou, por fim.

- Você é tão legal.

Num universo paralelo,

a mesma situação,

respostas diferentes.

Rin mergulhou-se na água, sentindo o prazer do líquido acariciá-lo por todos os vãos. Voltou para a superfície, penteando com os dedos o cabelo para trás. Mas foi aí que viu, na porta do banheiro, o moreno nu se aproximar. Seus olhos estavam fixos na água, curioso. Nunca havia entrado em uma banheira.

- Ei! – repreendeu o mais velho, mas Haru não parecia o ouvir. Ergueu a perna para colocá-la dentro da banheira. – Ei!

Rin segurou seu braço, puxando-o antes que concretizasse o ato. Suspirou, massageando os olhos com a outra mão.

- Você não tem noção mesmo das coisas, né?

Haru continuou a fitar a água. Sua boca chegou a salivar, mas as repreensões daquele dia já estavam começando a se acumularem em sua mente de criança. Ele não estava se sentindo muito bem. Seu nariz formigava e a garganta inchava. Rin arregalou os olhos quando percebeu o que acontecia.

- Olha, você pode entrar. Você pode entrar. Mas eu quero que me prometa que nunca vai fazer isso com mais ninguém, ok? A gente mal se conhece, é perigoso você se exibir assim pra um desconhecido qualq...

Haru entrou na banheira.

Rin massageou os olhos devagar. Aquela criança era um caso perdido. O moreno mergulhou a cabeça e logo depois subiu, deixando apenas os olhos para fora, como um tubarão. Rin bufou discretamente, prendendo um sorriso.

- Céus...

Suas pernas ocupavam quase toda a extensão da banheira, mas Haru, no meio desta, estava entre as pernas do mais velho. Não pareceu se importar de ir para o canto contrário.

- E essa vai ser a última vez, tá ouvindo?

Caso o garoto voltasse ali de novo, óbvio. Parecia difícil, mas mesmo assim Rin queria deixar a condição clara. Mal sabia ele que ali se iniciava o reinado do pequeno invasor.

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⏰ Última atualização: Jan 31, 2017 ⏰

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