cap. 3

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Oie!! Pessoas q lêem ou vão ler essa história.
Desculpa por demorar a postar ( tive alguns problemas ) enfim.

Fiz o cap maior para compensar a demora.

Então!! Vamos la!!

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     Com meu computador, descobri que tinha uma enorme capacidade de viajar em mundos alheios. Sempre quis ter minha janela indiscreta, mas que fosse alem da imagem, que se concretiza-se em letra para depois materializar-se em palavra.

     Foi mais ou menos nessa época que eu decidi fazer vestibular para letras. Quando comentei com o meu pai minha decisão, ele me olhou no fundo dos olhos e falou, com sua voz rouca:

"Mas quem quer estudar sintaxe aos 17 anos?" Parecia incrédulo. "Muito bem, se você trabalhar durante três turnos como professor, daqui uns trinta anos você consegue comprar um apartamento", ele argumentou.

      Mal sabia meu pai que aquele era o tipo de argumento que não valia nada. Eu estava me lixando para o patrimônio, além do mais, longos anos se passariam ate que eu deixa-se a casa dos meus pais. Talvez nem deixa-se aquele paraíso de comida na mesa, roupa lavada e amor incondicional.

    Meu pai e minha mãe se davam bem. Ambos adoravam jogar baralho, ver televisão, dançar e envelheciam juntos, juntos aos seus pequenos prazeres.
     Mamãe era professora de química e pai aposentou-se trabalhando para os correios por mais de trinta anos.

     Ele não parecia um pai, lembrava mais um avô. Não me importava com a cabeça branca dele. Era um homem alegre, apaixonado por tudo o que fazia e extremamente carinhoso comigo.

    Bem como era carinhoso com a minha mãe, que não tinha nenhuma queixa dele, apesar da diferença de idade, ele era quinze anos mais velho que ela. Cresci nesse ambiente familiar e saudável. Dentro das possibilidades eu tinha tudo o que desejava.

     Talvez seja em função de tamanha estabilidade familiar que decidi que seria um escritor. Afinal, onde iria colocar meu lado transgressor? Por não dar trabalho algum aos meus pais, decidi dar trabalho a mim mesmo. Se, racionalmente, eu conseguia controlar-me, como por exemplo, não quebrando o ar-refrigerado na cabeça do vizinho, nas minhas entranhas eu era um louco que quebrava um ar-refrigerado na cabeca de um vizinho e ainda enforcava o comerciante com o toldo do seu comércio.

     Como era bom poder viver a vida do outro, sem essa sensação de vazio que nos deixa um futuro previsível que não é a morte, mas essa coisa que é quase morrer, chamada rotina.

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    Bruno bateu campainha pontualmente as 6 da tarde. Era a hora em que minha mãe punha o lanche na mesa. Como era eximia cozinheira, comida na minha casa era farta e variada.

      Meu pai ja havia conseguido comprar o apartamento, o carro zero e financiava sozinho a viagem de ferias a praia.
    Dessa forma minha mãe não precisava trabalhar três turnos dando aula. Um bastava para que recebesse seu salario e não dependesse do marido para os seus caprichos pessoais. Caprichos esses que, normalmente, se revertiam para nos; afinal, era com comida e bebida que ela mais investia seu dinheiro.

    Bruno sabia da excelente quituteira que minha mãe era, por isso bateu campainha exatamente as 6 da tarde.

    Eu estava na janela do meu quarto ouvindo a "ave-Maria", de Gounod, quando Bruno bateu na porta e entrou.

signo de câncerOnde histórias criam vida. Descubra agora