Festa...

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           Na manhã seguinte, ele ouviu alguém batendo na porta da frente. Desceu as escadas e encontrou dois policiais na porta, com sua mãe olhando pra ele muito zangada.

– Jeff, esses policiais estão me dizendo que você atacou três crianças. E que não foi uma briga normal, que eles foram esfaqueados. Esfaqueados, filho! - Jeff olhou para o chão, mostrando para sua mãe que era verdade.

– Mãe, mas eles que tinha facas e apontaram para Liu e para mim.

– Filho. - disse um dos policiais. – Nós encontramos três crianças, duas esfaqueadas, um com uma contusão no estômago, e temos testemunhas de que você estava na cena. Agora, o que você tem para nos contar? - Jeff sabia que era inútil.

            Ele poderia dizer que ele e Liu tinham sido atacados, mas não havia provas de que não tinham sido eles que atacaram primeiro. Eles não poderiam dizer que eles não estavam fugindo, porque verdade seja dita que estavam. Então Jeff e Liu não poderiam defender-se.

– Filho, chame seu irmão. - Jeff não poderia fazer isso, sabendo que só ele tinha batido nos garotos.

– Senhor, fui... fui eu. Eu fui quem bateu nos garotos. Liu tentou me segurar, mas ele não conseguiu me parar. - o policial olhou para seu parceiro, e os dois acenaram com a cabeça.

– Olha garoto, isso será um ano no Centro de Detenção juvenil...

– Espere! - falou Liu. Todos olharam para o topo da escada, para vê-lo segurando uma faca. Os policiais pegaram suas armas e apontaram para Liu. – Fui eu, eu bati naqueles punkzinhos. Tenho as marcas pra provar. - ele levantou as mangas para revelar cortes e contusões, como se ele estivesse em uma luta.

– Filho, coloque a faca no chão. - disse o policial. Liu afrouxou os dedos, e deixou-a cair no chão. Ele colocou as mãos para cima, e andou até os policiais.

– Não Liu! Fui eu, eu que fiz isso! - Jeff falou, com lágrimas escorrendo pelo seu rosto.

– Ah, pobre irmãozinho, tentando pegar a culpa pelo que eu fiz. Bem, me levem embora. - o policial levou Liu até a viatura.

– Liu, fale pra eles que fui eu! Fale! Fui eu quem bateu naqueles garotos! - a mãe de Jeff colocou a mão no ombro dele.

– Por favor, Jeff, você não tem que mentir. Nós sabemos que foi Liu, você não pode impedir. Não faça isso ser mais difícil que já está sendo. - Jeff ficou olhando sem poder fazer nada, enquanto o carro saia velozmente com Liu dentro.

            Alguns minutos depois o pai deles estacionou na frente de casa, e vendo o rosto de Jeff, sabia que algo estava errado.

– Filho, filho o que houve? - Jeff não podia responder. Suas cordas vocais estavam tensas de tanto chorar. Em vez disso, a mãe de Jeff andou até seu pai para dar a má notícia à ele, enquanto Jeff chorava na garagem.

           Depois de uma hora ou mais Jeff voltou para a casa, viu que seus pais estavam ambos chocados, tristes e decepcionados. Ele não podia olhar para eles. Ele não podia ver que eles achavam que a culpa era de Liu. Ele foi dormir, tentando fazer com que a coisa toda saísse de sua mente. Dois dias se passaram, sem notícias de Liu da prisão. Não havia amigos para sair. Nada além de tristeza e culpa. Isso até sábado, quando Jeff foi acordado por sua mãe, com um rosto feliz, ensolarada.

– É hoje, Jeff. - ela disse enquanto ela abriu as cortinas e deixando uma inundação de luz no quarto de Jeff.

– O que é hoje? - Jeff perguntou ainda meio dormindo.

– Ora, é a festa de Billy. - Jeff estava agora totalmente desperto.

– Mãe, você está brincando, né? Você não espera que eu vá para a festa de alguma criança depois... - houve uma longa pausa.

– Jeff, nós dois sabemos o que aconteceu. Eu acho que esta festa pode ser a coisa que vai iluminar os dias passados. Agora, vá se vestir.

            A mãe de Jeff saiu do quarto e foi se preparar. Jeff lutou para se levantar. Ele pegou uma camisa qualquer, uma calça jeans e desceu escadas. Ele viu o pai e a mãe todos bem vestidos; sua mãe em um vestido e seu pai em um terno.

Ele pensou: Por que eles sempre usam essas roupas extravagantes para uma festa de criança?

– Filho, isso é tudo que você vai vestir? - disse a mãe de Jeff.

– Melhor do que usar algo exagerado. - disse. Sua mãe escondeu a vontade de gritar com ele e escondeu-a com um sorriso.

– Mas Jeff, você poderia se vestir melhor, se quiser causar uma boa Impressão. - disse o pai. Jeff grunhiu e voltou para seu quarto.

– Eu não tenho roupas extravagantes! - ele gritou ao subir as escadas.

– Basta pegar alguma coisa. - disse sua mãe.

           Ele olhou ao redor em seu armário para o que ele chamava de fantasia. Ele encontrou um par de calças pretas, que ele tinha para ocasiões especiais, e uma camiseta. Ele não conseguia encontrar uma camisa para sair. Ele olha em volta, e só encontra camisas listradas e padronizadas. Nenhuma que combinasse com a calça. Finalmente, ele encontra um moletom branco, jogado em uma cadeira e colocou-o.

– Você vai assim? - ambos disseram. Sua mãe olhou para o relógio.

– Oooh, não há tempo para mudar. Vamos embora. - ela disse enquanto puxava Jeff e seu pai para fora.

           Atravessaram a rua até a casa de Bárbara e Billy. Bateram na porta e encontraram com Bárbara que, assim como seus pais, estava extravagantemente vestida. Enquanto eles caminhavam para dentro da casa, Jeff só via adultos, não crianças.

– As crianças estão lá fora, no quintal. Jeff, que tal você ir conhecer algumas das crianças? - disse Bárbara.

          Jeff saiu para o jardim que estava cheio de crianças. Eles estavam correndo em trajes estranhas de vaqueiros e atirando um no outro com armas de plástico. De repente, um garoto veio até ele e lhe entregou uma arma de brinquedo e um chapéu.

– Hey. Quer brincar? - disse.

– Aah, não mesmo, pirralho. Eu sou muito velho para essas coisas. - o garoto olhou para ele com aquela cara estranha de cachorro pidão.

– Po-favô? - disse o menino.

– Tudo bem. - disse Jeff.

         Ele colocou o chapéu e começou a fingir atirar nas crianças. A princípio ele pensou que era uma ideia totalmente ridícula, mas depois ele começou a realmente se divertir. Pode não ter sido super legal, mas foi a primeira vez que ele havia feito algo que tirou seus pensamentos de Liu.

          Assim, ele brincava com as crianças por um tempo, até que ouviu um barulho. Um barulho estranho de rolamento. Então algo bate nele. Randy, Troy, e Keith pulando a cerca assim como seus skates.

Continua...

História Real de Jeff The KillerOnde histórias criam vida. Descubra agora