capítulo 11

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Depois que o Jack saiu de casa para ir ao mercado eu ainda fiquei um bom tempo na sala enquanto o Jeff deitava no sofá bagunçando a fronha que eu arrumei e ligou a televisão em um filme de assasinatos e mortes sangrentas.
Eu não conseguia entender como alguém assisti um filme daquele e ria toda vez que alguma pessoa morria, até que a minha consciência voltou ao lugar certo, depois de tanto tempo de convívio com o Jack eu esqueci que ele assasina brutalmente pessoas inocentes, e esse pensamento me dava calafrios.
Agora eu ja sabia aonde eles iam quando saiam de tarde e voltavam de madrugada.
Eu parei do lado do sofá para observar as roupas do Jeff e oque encontrei em seu casaco branco foi sangue, alguns respingos de sangue seco manchavam seu abdômen e braços.
Eu me senti enojada com as imagens que se formavam em minha mente.
Famílias sendo mortas friamente enquanto o Jeff sorria e apreciava a cena pavorante.
Eu não quis continuar na sala pós mesmo sendo uma crueldade oque eles faziam, eles eram os donos da casa, eles tem a rotina deles e eu que sou a entrusa ali dentro.
Eu subi as escadas correndo para o quarto e trancando a porta.
Onde fui parar! Na casa dos creppypastas, assasinos profissionais. Eu estou completamente perdida e sem nenhum lugar para ir.
Eu pensava. Vocês até podem me considerar uma ingrata porque eles deixaram eu morar aqui e não tentaram me matar. Mais poxa, eu nunca pensei que conviveria com assasinos e muito menos com creppypastas..
Depois de ficar andando de um lado para o outro no quarto eu fui tomar um banho e trocar as roupas sujas, colando assim que sai do banho um vestido branco todo liso que cobria ate um pouco acima do joelho.
Então ouvi um barrulho no portão, só poderia ser o Jack.
Então eu desci as escadas correndo ao encontro do Jack e arrancando as sacolas com as compras que eu ''pedi".
- Denada Bianca! E toma aqui seu dinheiro eu não precisei dele.- disse o Jack colocando as notas que eu dei para ele comprar as coisas no mercado.
- Como assim não precisou? E pagou as compras com oque?- eu disse nervosa enquanto guardava o dinheiro dentro do sutiã, ja que o vestido não tinha bolso.
- Eu sou um palhaço de dois metros de altura! Você acha mesmo que eu iria conseguir entrar dentro do mercado e sair como se nada estivesse acontecendo.- ele disse  me seguindo até a cozinha enquanto eu colocava as comidas dentro do armário.
Quando ele falou aquilo eu senti um arrepio na base da coluna fazendo meu corpo arrepiar.
- E como você conseguiu entrar no mercado então?
- Não se preocupe com isso Bia, eu vou subir para tomar um banho.- ele disse saindo da cozinha. E depois de alguns minutos eu percebi que o Jeff estava na porta da cozinha me olhando.
- Não esquenta sua cabeça com isso, amanhã sai nos jornais como ele fez para entrar no mercado mais eu acho que você ja sabe os metodos que ele usou para fazer as compras sem usar o seu dinheiro.- disse o Jeff sorrindo para mim e esticando sua cicatriz de um modo horripilante.
Eu não queria acreditar que o Jack matou o dono do mercadinho da esquina, ele poderia apenas entrar e fazer as compras e depois ameaçar o senhor da venda que ele não contaria nada a ninguém.
Respirando fundo e deixando os pensamentos de lado eu comecei a preparar bacon com ovos para o café da manhã ja que o relógio da parede marcava vinte para as seis da matina e eu não estava com nenhum pouco de sono.
Depois de preparar tudo para o café eu e o Jeff começamos a comer.
- Até que não sera tão ruim ter uma garota dentro de casa.- disse o Jeff quebrando o silêncio da sala.
- Eu tinha reparado que não mora nenhuma mulher aqui nessa casa, algum motivo especial?- eu disse o olhando de lado esperando ele responder minha pergunta.
- Na verdade não! Elas não moram aqui por que não querem, o Jack diz que elas são mais independentes e moram aonde bem entenden.- respondeu o Jeff dando de ombros como quem não liga a minima.
- Estranho né? Porque eu ja li algumas creppypastas de garotas também e como vocês existem elas também existem.- eu disse empolgada.
- aff! você fala demais! por que não vai lá fora e lê o jornal da manhã,  o carteiro ja está passando.- ele disse, claramente me expulsando da sala.
Me espantou saber que o carteiro entrega o jornal em uma casa com aspecto ''abandonado" mais mesmo assim eu desci até o jardim mal cuidado e peguei o papel que estava jogado no chão enquanto olhava o rapaz jornaleiro pedalar rapidamente para longe da casa.
Eu abri o jornal, e meio exitante folheie rapidamente procurando as notícias do dia.
__ Morreu está manhã  o dono da loja pães & conferência.
O senhor de idade avançada John Almeida foi encontrado morto com requisitos de violência nesta manhã de terça-feira por um funcionário da loja que acionou a polícia da cidade.
Ainda não conseguiram encontrar nenhum culpado pois as câmeras de segurança e os alarmes do estabelecimento foram desligadas e...

Eu não quis continuar lendo o resto da noticia porque eu ja sabia quem havia matado o senhor da loja.
se eu soubesse que simplesmente mandar o Jack no mercado iria resultar a morte de um trabalhador inocente eu mesma iria ter ido fazer as compras.
Eu iria fechar o jornal e jogar fora mais outra manchete me chamou a atenção.

-- Na última sexta-feira os bombeiros foram acionados para tentar apagar o incêndio de alto risco que acontecia em uma casa no bairro nobre da cidade.
Segundo testemunhas, uma familia de três pessoas estavam dormindo na casa durante o incêndio,  infelizmente todos morreram carbonizados.
Os bombeiros falaram que um vazamento de gás poderia ter sido a causa das chamas.

Embaixo da materia escrita estava minha foto e de meus pais, fazendo todos os sentimentos que eu estava tentando reprimir sairem com força total.
Eu ajoelhei no chão de barro e chorando abracei o jornal como se pudesse abraçar meus pais e me sentindo fraca, eu iria me deitar na grama quando braços longos me abraçaram...

I Love you Jack RisonhoOnde histórias criam vida. Descubra agora