•15 • can we just talk?

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🌻 Bea Dallas 🌻

Vadia, pensei.

Eu não deveria confiar nem nas minhas amigas quando meninos estão envolvidos com bebida.

Marzia havia me desafiado a fazer um body shot no Hayes. E se eu me recusasse teria que fazer todos os favores dela por uma semana.

E era por isso que esvaziamos a mesa com nossas garrafas de cerveja e Hayes estava deitado sem camisa em cima dela. Não preciso nem dizer que Cameron e Marzia não estavam presentes. Provavelmente ela deveria estar acalmando os ânimos do meu irmão ciumento, já que Cameron quase avançou no Hayes e gritou comigo dizendo que eu estava proibida de fazer aquilo.

Sério, eu amo meu irmão. Mas ele bêbado me faz passar cada estresse e vergonha desnecessários.

Não sei como, mas Taylor conseguiu nos arranjar uma garrafa de tequila já pela metade e o restante dos ingredientes. Loren espalhou sal pelo tanquinho de Hayes e colocou um pedaço de limão em sua boca.

— Puta que pariu. — Gemi baixinho.

Todos estavam em volta em expectativa. Se não me engano alguém até estava com o telefone ligado pronto para gravar um snap. E minha mente estava quase prevendo a merda que isso poderia dar depois. Tentei não ligar para os olhares de todo mundo e peguei a tequila que estava na mão de Matthew.

Virei a garrafa tomando um longo gole. Ignorei a queimação e joguei a garrafa pra primeira pessoa que vi no meio da gritaria. Me debrucei na mesa e comecei a lamber o sal nos gominhos daquele deus grego.

Caralho.

Aproximei meu rosto do moreno e na hora de pegar o limão, Hayes cuspiu ele para o lado e eu acabei dando uma mordida no lábio inferior dele. Me afastei com vergonha quando o povo começou a gritar mais ainda e eu senti o flash do telefone na minha cara.

Dei o dedo do meio para a câmera e obriguei todo mundo a voltar pra mesa. Já estávamos fazendo muita bagunça naquele lugar. E eu não queria passar outra vergonha, dessa vez sendo expulsa.

— Gente eu acho que já está na nossa hora. Passamos mais tempo aqui do que eu imaginava. — Carter disse se levantando. — Amanhã temos aula.

— Espera aí. — Disse me levantando segurando meu telefone que estava tocando e me afastei do grupo.

— Onde você foi? — Perguntei.

— Eu e a Marzia fomos embora. Estamos no MC Donalds. Venham pra cá. Tô cheio de fome. — Cameron disse.

— Tá bom. Vou pegar um uber junto com Hayes, por favor não o mate quando o vir. Não aconteceu nada demais, prometo.

OK, mas venham logo. Vou fazer o pedido.

— Até daqui a pouco. — Me despedi.

Voltei pra mesa.

— O que vocês resolveram? — Perguntei.

— Eu tenho que ir pra casa. — Loren disse. — Quem vai me dar carona?

Resolveram que Loren, Matthew, Shawn e Carter iriam de uber. Liv e Nash iam ficar mais um pouco. E Hayes ia comigo ao MC Donalds.

Fomos até o único MC Donald's que ficava perto do nosso condomínio. Pagamos e saímos do veículo, mas ao invés de irmos para o caminho que levava até a porta, Hayes me puxou para um canto afastado do estacionamento do local.

— Acho que temos que conversar sobre algumas coisas. — Ele disse me fazendo suspirar pesadamente. 

— Na verdade, não precisamos. Podemos só sair desse carro e ir comer um lanche antes de ir para casa e cada um seguir com sua vida. — Dei o sorriso mais falso que pude, colocando as mãos nos bolsos do meu moletom e brincando com eles nervosamente.

Era patético como eu não sabia como agir perto dele.

— É isso mesmo que você quer? Esquecer tudo e seguir em frente? — Ele parecia puto comigo, e eu sinceramente não sabia o porquê.

— Eu não disse nada sobre esquecer. — Cocei a testa afastando meu olhar do dele e me concentrando na parede de vidro do estabelecimento.

Marzia e Cameron estavam comendo e fazendo palhaçadas um com o outro. Como qualquer casal normal faria. Eles eram fofos, pena que meu irmão não reconhecia isso e só fazia merda.

— Olha... Vamos com calma, tá legal? — Me virei para o moreno novamente. — Vamos nos conhecendo, sendo amigos, e o que tiver que acontecer vai acontecer. Sem ninguém nos pressionando a fazer algo que não queremos, certo?

— Beleza. — O moreno deu de ombros. — Sinto muito, mas não vou entrar com vocês, preciso mesmo ir. Te vejo amanhã. — Ele me deu um beijo na minha testa e se afastou.

Fiquei lá parada, encarando suas costas até o momento que o perdi de vista na noite.

my favorite part • h. grierOnde histórias criam vida. Descubra agora