Jonas.

Capítulo 2

Bem, eu quase não dormi a noite, acordava a cada vinte minutos para ver que horas eram com medo de estar atrasado para a prova. Me levantei bem mais cedo que o de costume, tomei o banho mais rápido dos meus 21 anos de estrelato no planeta terra, nem minha mãe estava de pé, fui para a cozinha comer alguma coisa, mas o máximo que desceu em minha garganta era uma banana e um copo de leite com chocolate. Minha ansiedade estava me matando, minha mãe acordou com minha barulheira na sala quando cismei de assistir Ana Maria Braga, sim eu amo programas de culinária.

Quando era quase meio dia eu já estava brigando com minha mãe...

- Mãe, pelo amor de Deus, eu não quero atrasar! A senhora vai fazer o almoço que horas? - eu disse.

- Que inferno! Eu já disse que vou fazer! E a prova só é as 13:30 e não são nem meio dia ainda, pode me dar um minuto de paz?! - ela gritou me respondendo.

Impaciente como eu sou, rosnei e fui para meu quarto preparar minhas coisas - como sempre o quarto estava uma bagunça. -, demorei quase vinte minutos para achar minhas canetas e o papel que confirmava minha inscrição no vestibular. Minha mãe me gritou avisando que o almoço estava pronto, almocei o mais rápido que pude e chamei um uber para ir para uma universidade perto da minha casa onde seria a prova. Depois de uns 3 minutos o uber chegou, me despedi da minha mãe que me deu um beijo na testa e me desejou boa sorte. O cara do uber era uma gracinha, mas eu nem dei bola, estava mais preocupado com minha prova. Quando chegamos ao endereço - Confesso que quase cai para trás. -, tomei o maior susto, a universidade estava abarrotada de gente para o mesmo vestibular que eu. A universidade era na beira de uma avenida bem movimentada, ela tinha grandes portões de grade que circulavam todo o quarteirão, ela tinha vários prédios e eu não tinha nem noção de onde eu iria fazer a minha prova naquele lugar gigantesco. Depois de procurar até não querer mais, fui até a secretaria da universidade e perguntei onde seria minha prova, a moça da secretaria me pediu minha folha de inscrição - Eu, lerdo do jeito que sou nunca iria adivinhar que estava escrito no papel o numero do maldito prédio e da sala que eu faria a prova. -, assim que eu a entreguei ela me mostrou que seria no prédio quatro, sala 703, a moça foi tão fofa que ainda me apontou o lugar.

Já eram quase 13:20, sai correndo para não perder a prova, quando entrei no prédio vi uma folha logo na entrada com o andar de cada sala - Adivinhem! A merda da sala era no ultimo andar, -, fui correndo direto para o elevador, o qual tinha acabado de fechar a porta e subido para o quinto dos infernos! - AAAAAAAH! - Eu gritei em silencio. Subi cada um daqueles degraus correndo o mais rápido que pude e para completar a desgraça assim que entrei na sala todo bagunçado e soado, quem estava lá?! - EU FIQUEI EM CHOQUE! - Jonas, todo arrumadinho sentado em uma das primeiras carteiras da sala. Quase perdi a prova, já eram 13:29 - Me borrei todo? Talvez. -, sentei correndo na ultima carteira vaga quase no final da sala, mas de onde eu estava eu ainda tinha visão de Jonas. Eu olhei para ele ainda bobo e ele retribuiu o olhar com um sorriso. - Meu Deus, como eu sou fudido! - Gritei dentro da minha cabeça.

Depois de trocar olhares com o cara que eu pensei nunca mais ver em toda minha vida, o aplicador da prova entregou para cada um da sala um caderno de prova gigantesco! - Eram quase duzentas, DUZENTAS QUESTÕES! - Após as instruções eu comecei a fazer a prova que tinha me feito perder quase um ano inteiro estudando, matemática, historia, física, inglês, português e - Minha matéria favorita. - filosofia. Mas a questão que não saía da minha cabeça nem um momento era: COMO FOI QUE EU ENCONTREI ESSE CARA? WTF!

Depois de quase 5 horas de prova, fomos liberados, e eu morrendo de vergonha - E sendo burro - saio o mais rápido possível pra ele não se lembrar de mim, mas era tarde de mais, antes de entrar no levador ele me cutucou e disse: - Oi! Lembra de mim? Sou eu o Jonas, do Omegle. -

E eu todo sem graça respondi: - Oi, lembro sim! Que coincidência a gente se encontrar.

Jonas: Sim! Eu nem tinha me tocado em te pedir o seu numero para continuar a conversar no dia seguinte.

Eu: Verdade, eu também só lembrei disso no dia seguinte. - Enquanto respondia, eu percebi o quanto ele era lindo pessoalmente, ele não era aquele cara padrão que toda mulher delira na televisão, aquele típico galã de novela, mas ele era lindo.

Jonas: Mas então... Vai tentar qual curso? Achou a prova muito difícil? - Com um sorriso meio sem graça no rosto.

Eu: Eu quero fazer filosofia, ser professor. Quanto à prova, eu estudei o ano todo, mas estava bem chata. - Respondi o mais sem graça possível.

Sem saber o que fazer antes mesmo dele me responder eu disse que precisava ir que minha mãe estaria me esperando - Uma bela de uma mentira, minha mãe estava trabalhando umas horas dessas. - e que ela era bem rígida com os horários. Eu estava morrendo e vergonha, mas também estava torcendo para que ele me pedisse meu numero e assim ele fez, depois de trocarmos nossos números, cada um foi para seu lado. Assim que cheguei na avenida ainda meio assustado pedi um uber e fui direto para casa.