Porque? - Conto

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Parte 1:

A brisa do vento batia em meus cabelos, o som das ondas batendo umas nas outras era ouvido, o cheiro de planta molhada inundava meu nariz. Conseguia sentir a areia molhada entre meus dedos dos pés. Olho para baixo e vejo o imenso mar que aparentava estar nervoso cujo as ondas batia uma nas outras descontroladamente. Respiro fundo e passo as mãos entre meus cabelos. Estava chegando a minha hora. Lágrimas quentes desciam pelos meus rosto, sentia a ardência em meus olhos. Limpo uma lágrimas que estava preste a cair no chão.

Várias memórias passavam em uma velocidade surpreendente em minha mente. E com isso vinham lembranças de uma vida que estou desistindo. A tristeza me consumia completamente e meu instinto de chorar era ainda maior. Como seguir até o final se o túnel era pedregoso? Como passar por um jardim de flores com os espinhos me machucando e mostrando que sozinha eu não conseguiria continuar? Como viver se a vida só me trazia magoas, dor, sofrimento constante?

Ameaço dar mais um passo para a morte, sentia que ela me chamava cada vez mais. Escuto o som do vento passando entre meus cabelos e ouvidos. Lentamente dou mais um passo, estava a um centímetro do penhasco e o mar. Estava com minha consciência limpa o suficiente para não me impedir de fazer o que eu tinha que fazer. Me empurro para a frente e começo a cair. Sentia como se estivesse voando, meus cabelos voavam para a cima e meu corpo estava leve. Abro os meus braços e olho para baixo, vejo o mar que brigava freneticamente com ele mesmo. Sinto o impacto de meus corpo sobre as águas e continuo caindo até bater minhas costa em algo, talvez seja uma pedra. Minha visão começa a ficar turva e meus pulmões ardiam com a falta do ar. Fecho meus olhos e me jogo sobre a escuridão que estavam diante de mim.

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Aqui estou eu, olhando para o espelho de casa e vendo o monstro que sou. Sentia que estava acima do peso e minha aparência não era lá as melhores, com meus cabelos castanhos ondulados, olhos puxados de cor preta, pele de cor média e de um tamanho um tanto a desejar. Sinto a culpa de não ser o que a sociedade desejasse que eu fosse. Eu simplesmente não conseguia me encaixar nesse mundo de regras e limites que a própria sociedade determinava.

Visto rapidamente o uniforme escolar, penteio meus cabelos e amarra-os em um rabo de cavalo. Coloco as meias que era um pouco abaixo de joelho e sapatos sociais. Termino de colocar os matérias escolares dentro da mochila e escuto meu nome ser chamado.

-- Yoora! -- Meu pai gritava em um tom um pouco baixo, mas alto o suficiente para eu escutar. Coloco minhas mochilas em minhas costas e com passos rápidos saio do quarto indo em direção à cozinha. Meu pai estava sentando em uma das cadeiras tomando uma xícara de café e lendo um jornal velho que já estava em casa a muito tempo.

Morávamos em uma casa de classe média aqui em Busan e não tínhamos muito dinheiro para gastar com coisas que realmente era desnecessárias. Aproximo de meu pai e lhe dou um abraço, a sete anos, mamãe morreu de infarto, e ele tinha o difícil dever de cuidar de mim sozinho. Amanhã irei em uma entrevista de emprego, e se Deus quiser, conseguirei o emprego e poderei ajudar meu pai financeiramente em casa.

-- Bom dia papai, como o senhor está? A gripe está melhor? -- Digo com um semblante de preocupação. A saúde de meu pai não era a das melhores e sentia responsabilidade de cuidar dele, fazerei tudo que for possível para ajudar ele a ficar melhor. Eu já perdi minha mãe, e tinha um enorme medo de perder também o meu pai.

-- Estou bem querida. -- Ele tossi um pouco me fazendo ficar um pouco assustada. -- Calma, estou bem. -- Diz. -- Falta poucos minutos para você ir a escola, então tome café filha.

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