Toque..

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     De todas as sensações que eu já havia presenciado, nada se comparava a quando eu estou com você; seu toque macio sobre minha pele gélida e seu sorriso de tirar o fôlego me fazia de toda a maneira me sentir levemente estranho. Seus passos sobre as ruas vazias me lembrava de algo totalmente diferente, como se nada que existisse se comparasse a você.

     O jeito como mexia em suas madeixas de cores vivas me fazia pensar como seria o odor que elas exalavam, de toda a forma que havíamos nós tocado apenas uma vez, mas eu sentia que era o suficiente, o suficiente para me arrancar noites mal dormidas e um leve tom escuro sobre meus olhos naturalmente cansados.

     Suspiro em total desaprovação, era inevitável não encará-lo quando passava por aquelas ruas em todas as manhãs; o raiar do sol era testemunha da admiração silenciosa que todo meu corpo demonstrava ao te observar. O gosto amargo em minha boca insistia em permanecer, eu só queria te tocar outra vez... Eu sabia que estava pedindo muito, principalmente por sermos completos estranhos perante um ao outro.

     Visualizava todos os dias sua curvatura virando a rua, sentindo a sua sombra dizendo um último adeus, já que a probabilidade de sua volta eram quase nulas, mas eu era persistente, muitos haviam dito que provavelmente minha melhor qualidade seja a esperança, a positividade, no entanto conforme os dias passavam sabia que esses sentimentos ainda seriam a minha decadência.

      De forma rápida escrevo sobre as folhas brancas de um caderno qualquer com a minha caligrafia pouco legível sobre seus detalhes mais marcantes, com o quanto mordia seus lábios a fim de umidecê-los ou a mania pouco comum de mexer em seus braços quando aparentemente estava nervoso. Doía, doía a forma que o destino traçou todo aquele percurso duvidoso, de todas as escolhas perante a um só caminho... Era tentador seguir por tal caminho, da mesma forma como era encantador traçar outra direção totalmente diferente e deixar que a vida me mostre as belezas que a mesma possuía.

     Jogo o objeto em minhas mãos longe em um surto de raiva, um misto de adrenalina passava por todo meu corpo o deixando agitado;, mesmo não querendo admitir, eu sou um completo covarde, principalmente pelo principal rumo que decidi tomar em minha vida, agora sou um pobre coitado esperando todas as consequências dessa escolha caírem sobre mim. Olho sobre o vidro levemente sujo do pacato apartamento em que vivia suspirando em total satisfação ao ver seu escupido corpo virar a esquina, era tarde demais, eu já estava sorrindo... Talvez eu sentisse inveja... Não pelo que o maior adquiria, mas sim a sua felicidade... Talvez eu achasse que em ser tocado eu poderia receber uma transmissão de emoções positivas, mas não iria acontecer e ter esses pensamentos só demonstrava o tolo que eu sou e sempre serei...

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   É.. Olá? Bom, eu não sou muito boa em me expressar mais lá vai; estou a continuar a postar meus contos aqui nessa plataforma sendo que será apenas um hobbie, então não haverá compromisso ou algo do tipo. Já dizendo que alguns contos abordará alguns temas um tanto que polêmico tendo em visto os anteriores, mas nada muito pesado. Agradeço a quem curtir e apoia meu trabalho, e também aos elogios vindos aos meus contos e textos aleatórios.. bom, era só isto mesmo, fiquem bem.

- Érica.

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