Livro de Contos

Você Nunca Estará Sozinho

Parte 2:

              Depois de um abraço reconfortante, resolvo subir para meu quarto. Jogo-me na cama e coloco a mão em minha testa que estava um pouco aquecida. Pego meu celular que estava na estante e fico observando-o. A vontade de falar com eles era maior que meu orgulho, mas será que eles me responderiam? Essa duvida parava sobre mim, o que estava me deixando ansiosa e acabo roendo as unhas de nervosismo.

             Penso muito, muito mesmo, e depois de perceber que eu que estava sendo injusta, acabo apitando em falar com eles. Pego o celular, minha mão tremia de ansiedade quase impossibilitando de eu mandar a mensagem, mas não desisto. Mando "Me desculpe " e fico esperando eles responderem.

             Eu pensava que eles iriam me responder, mas estava enganada, eles nem responderem fazendo que as horas que esperei acordada não valesse de nada. A tristeza parava sobre mim, e a vontade de chorar era grande. Uma lágrima desce pelo meu rosto e impacta no chão, parecia que o som da lagrimas era ouvido. Eu simplesmente não sabia o que fazer.

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              Passei a noite sem conseguir prega os olhos, eu sei, eu sou exagerada, mas quando se trata dos meus sentimentos, eu me tornava a criatura mas indefesa desse mundo que apenas precisava de um abraço apertado para não sentir só.

              Já estava quase na hora de ir para escola, levanto-me lentamente e me olho no espelho. Meus cabelos ruivos estavam bagunçados e tinha grandes olheiras em baixo de meus olhos, resumindo, eu estava horrível. Minha vontade era de cabular aula, mas meu senso não me deixava, faltava apenas uma semana para as aulas acabarem, tinha que pensar pelo lado positivo.

               Depois de alguns minutos me arrumando, finalmente estava pronta. Desço as escadas e vou em direção a cozinha, minha mãe estava fazendo o café da manhã. Sento-me na cadeira e sou recebida por um caloroso sorriso.

               -- Bom Dia, Flor do Dia!! -- Diz minha mãe animada. Amava sua personalidade, ela era uma mulher incrível.

               -- Bom Dia Majestade. -- Brinco, era bom imaginar que morávamos em um castelo e que meus pais eram os reis, como era bom sair um pouco da realidade e voltar a ser criança.

               -- Você está melhor querida? -- Pergunta dando um sorriso gentil.

               -- Um pouco... -- Minha voz estava um pouco baixa o que fez minha mãe se sentar na cadeira em frente a minha e pegar em minha mão.

              -- Não fique assim minha querida. Tudo vai ficar bem. -- Diz. Dou um sorriso fraco. Minha mãe sabia o quão difícil foi para eu conseguir ter alguma amizade, e ela também sabia o quanto eu me importava com meus amigos.

              Tomo café, dou um longo abraço em minha mãe e vou em direção a escola. A escola era perto então eu sempre vou caminhando. Para passar o tempo, acabo cantando versos de minha musica preferida. Ela tinha o poder de me acalmar e me fazer refletir, pensar um pouco na vida e não odia-la tanto.

              Após alguns minutos de caminhada, consigo avistar de longe um prédio alto de uma aparência agradável, a escola. Respiro fundo e ando até a entrada. O sinal toca avisando que já era hora de entramos e rapidamente dirijo-me a sala. Infelizmente, David e Paige não era da minha sala o que me fazia ficar triste em ter que passar a manhã inteira sozinha. O professor entra na sala e todos os alunos que conversavam ficaram em silêncio com receio, o famoso professor de matemática era conhecido por sua grosseria e rigidez, apesar de tudo, ele era uma boa pessoa.

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               Depois de longas duas horas, a aula finalmente acabou. Não que eu queria que acabasse rápido, mas não consegui me concentrar ao saber que faltava pouco para ver meus amigos.

               Saio da sala, e me sentia um pouco incomodada por sentir um enorme frio na barriga. Me aproximo do refeitório e de longe avisto eles. Respiro fundo e com uma enorme determinação, caminho até me aproximar da mesa.