A manhã do dia 04 de maio era muito acinzentada. Uma fina garoa caía insistentemente, como se a natureza pudesse conhecer a tristeza e a devastação que se passava em Hogwarts.
Era o dia após a batalha contra Voldemort. Harry o havia matado e sobrevivera. No entanto, nem o fim do Lord das Trevas era capaz de conter tamanho sofrimento. Haviam corpos espalhados por toda a escola. Os pais dos alunos mortos acabavam de chegar e um grandioso desespero tomava conta dos corações daqueles que teriam que dar adeus a seus entes queridos.
Harry nunca desejara que tudo isso acontecesse. Se pudesse ter entrado nessa guerra sozinho... Se pudesse ter evitado tantas mortes...
-Potter... – Uma voz o tirou de sua distração. O menino que sobreviveu olhou para trás e avistou uma velha senhora de cabelos grisalhos e aspecto horrivelmente cansado – Que bom que o encontrei...
Ele estava sentado em um tronco de árvore caído, ao redor do lago negro. Fitava, antes, as imensas e passivas águas cristalinas. McGonagall se aproximou, silenciosamente. Sentou-se ao lado do rapaz e mirou, também, o lago.
-Estão todos muito orgulhosos de você, filho. Alvo ficaria tão feliz em saber que você cumpriu sua missão – Sorriu para ele.
-Eu sei, professora. Ele ficaria realmente feliz – Os olhos verdes de Harry pareciam denunciar a tristeza do garoto – Mas eu não sei se posso me alegrar... Apesar de termos derrotado Voldemort, perdemos tantos amigos... – Lançou um olhar à escola, deixando demonstrar pena.
-Às vezes algumas pessoas têm que morrer para que outras vivam, Harry... Não se culpe pela morte de ninguém. Todos estavam conscientes dos riscos que corriam ao aceitarem entrar nessa guerra. Além do mais, todos estavam lutando pelo próprio futuro – Um largo silêncio se instalou entre eles, enquanto Harry refletia sobre as palavras de Minerva. A professora talvez tivesse razão no que dizia. No entanto, não era fácil explicar isso aos pais dos alunos tão jovens que perderam suas vidas – Potter, você precisa ir embora agora.
-Ir embora? Para onde? – Ele perguntou, meio encabulado.
-Eu arrumei estadia para você na casa de uma amiga – Respondeu de imediato –Quero que fique lá até que Hogwarts seja segura novamente. Ainda restam muitos comensais à solta e temo muitos perigos enquanto não conseguirmos contê-los de uma vez por todas – Explicou – Você e a Srta. Granger ficarão na casa dessa amiga até que possam retornar para concluir os estudos. Os comensais à solta estão caçando vocês.
-Hermione também vai para lá?
-Suponho que sim, já que ela não pode retornar para a sua casa no mundo trouxa – Harry estava prestes a perguntar o motivo da amiga não poder voltar para casa quando a professora o interrompeu – A amiga, da qual te falei se chama Andrômeda Tonks.
-Andrômeda Tonks? – Harry perguntou, ainda mais confuso.
-Sim, suponho que já a conheça.
-Sim, eu a conheço... Mas não entendo o porque temos de ir para a casa dela... Porque Mione e eu não podemos ficar com os Weasleys?
-Os Weasleys têm mais três filhos para se preocuparem com a segurança deles, Harry. Eles estão desconsolados com a morte de um dos gêmeos. Ainda não tenho por concreto, mas ouvi Arthur dizer que mandariam os dois mais novos para a casa de uma tia em Cambrigde. Eles precisam ajudar na caça aos comensais e querem ter certeza de que os filhos estarão seguros. E quanto a Dromeda, ela acabou de perder o marido e a filha... Vai ser ótimo que façam companhia à ela.
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Harry Potter e o Mistério dos Black
Misterio / SuspensoHarry acabou de derrotar Voldemort e tem esperanças de que um futuro feliz os espera, à partir de agora. Mas enquanto tudo não volta ao normal, ele e sua amiga Hermione precisam passar algum tempo hospedados na casa de uma desconhecida, enquanto R...