O almoço foi tranquilo. No entanto, Harry não deixou de notar que a casa da Sra. Tonks tinha um ar meio melancólico. Eles almoçaram no mais completo silêncio. Apenas o bebê chorava vez ou outra, enquanto a avó parava de comer para acalenta-lo. Hermione ainda mantinha o mesmo ar sério e não proferira nenhuma palavra sequer durante toda a refeição.
Andromeda estava sendo muito amável e fazia de tudo para que Harry se sentisse confortável e em casa. O garoto começava a perder a timidez e sentia que talvez pudesse ser divertida a estadia naquele lugar.
Pela tarde, Teddy pareceu ter uma crise de choro incessável. Estava incomodado com algo.
-Acho que ele está sentindo falta da mãe – Explicou Dromeda. Eles estavam na varanda, enquanto Teddy tomava um pouquinho do sol da tarde. Harry assentiu, concordando com a Sra. Ficou alguns minutos em silêncio, apenas vendo como a mulher embalava seu netinho.
-Sinto muito, senhora... Pela morte de Tonks e de Lupin.
-Eu sei, querido – Ela contestou, amavelmente – Todos sentimos.
Ele não arranjou nada mais o que dizer, então permaneceu em silêncio novamente. Alguns longos minutos depois, o bebê pareceu finalmente dormir. Harry viu como Andromeda se acalmava com o cessar do choro do pequeno, então decidiu deixa-los a sós. Subiu as escadarias rumo ao quarto que lhe fora reservado.
Retirou os sapatos e jogou-se na cama.
Aquele dia estava sendo tedioso e deprimente. Não conseguia tirar da cabeça, todos os amigos que perderam, todas aquelas pessoas mortas... Não conseguia tirar da cabeça, a expressão na face de Voldemort em seus últimos instantes de vida. O vencera... Cumprira a profecia e havia sobrevivido. Vencera Voldemort... Ainda não podia acreditar que tinham vencido tudo aquilo. E agora? O que será que os esperava pela frente?
Ele passou o resto do dia em seu quarto, pensando e descansando. Era um quarto espaçoso e muito aconchegante. Tinha uma cama grande que ficava perto da porta. Do lado esquerdo, havia um armário de tamanho mediano. Ao lado do mesmo, havia um único e espaçoso sofá. Do lado contrário, uma porta que dava à um banheiro e uma grande janela de frente à cama, era também um acesso para uma pequena varanda com vista às montanhas rochosas daqueles terrenos.
Pela noite, desfez seu malão, guardando todas as roupas no armário vazio.
O jantar se passou exatamente igual ao almoço: tranquilo e triste. Assim que limpou seu prato, o garoto voltou a fechar-se em sua habitação. Tomou um banho e deitou-se, tentando dormir. A luz da lua entrava pelas janelas do quarto, clareando-o parcialmente. E lá fora, o tilintar os grilos formavam uma sinfonia constante. Fechou os olhos e tentou esvaziar a mente. Amanhã seria um novo dia...
"Harry... Harry... – Ele estava em um ambiente escuro, corredores longos e estreitos. Pequenas fileiras de água corriam sob seus pés. Um odor a mofo invadiu suas narinas e ele sentiu-se nauseado – Harry... Você me matou. Me matou...
Aquela voz sussurrava de forma baixa e agonizante. Ele estava lá. Era Voldemort e Harry sabia, seu pesadelo era um peso de consciência".
O garoto despertou assustado. Abriu os olhos e fitou a penumbra do ambiente de seu quarto, na casa da Sra. Tonks.
Havia sido apenas um sonho... Um simples sonho. Voldemort estava finalmente morto. No entanto, sentia certo pesar remoendo sua consciência. Não queria se sentir culpado por nada. Ele havia feito a coisa certa, não? Era o que tinha de ser feito... Era ele ou Voldemort. E se Voldemort sobrevivesse, o mundo inteiro estaria perdido...
-Harry... – Ele escutou uma vozinha suave o chamando. Virou-se bruscamente e viu o rosto pálido de Hermione através da porta entre aberta – Está acordado? – Ela cochichou.
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Harry Potter e o Mistério dos Black
Mystère / ThrillerHarry acabou de derrotar Voldemort e tem esperanças de que um futuro feliz os espera, à partir de agora. Mas enquanto tudo não volta ao normal, ele e sua amiga Hermione precisam passar algum tempo hospedados na casa de uma desconhecida, enquanto R...