Meu Lado Oculto

Capitulo 7

Mais um capitulo para vocês..

Boa leitura !

Já havia se passado um mês desde o dia em que Fernanda e eu começamos a namorar oficialmente, estávamos radiantes e felizes. Eu não podia explicar quão grande era a minha felicidade de ter a minha menina mulher ao meu lado, me acompanhando numa saída a praia ou somente para estudar. Graças a Deus não tive mais problemas com Bruna, ela finalmente entendeu que não podemos mandar no coração e até foi conversar com a Fer para lhe pedir desculpas pela forma como ela tratou minha menina no dia da festa. Estamos bem, tudo correndo perfeitamente bem. Bom, menos um assunto que Fer resolveu colocar um pauta no nosso relacionamento a cada vez que vamos sair juntas para lanchar ou passear pela praia, ela quer que eu me assuma para meus pais e para os pais dela. Não que eu não queira isso, afinal a mãe dela já me confidenciou que independente da escolha sexual das filhas ela as ama incondicionalmente e vai amar a nora dela da mesma forma só pelo fato de estar a fazendo feliz. Mas meus pais não teriam a mesma compreensão que encontrei na família da Fer. Na verdade é só o meu pai que tem esse preconceito, porque minha mãe nunca ligou muito para isso. A última conversa que tivemos em casa quando Ian e a namorada dele vieram aqui foi um desastre, ele descobriu que a Fer é lésbica e esta de namoro com uma menina- que sou eu, mas ele não vai saber -e cortou qualquer contato que ela pudesse ter em casa. E pra ser ainda mais dramático, cortou laços com toda a família por apoiarem a filha em "tamanha sem-vergonhice". Nosso contato agora está o menor possível, não tomo mais o café em casa e evito ao máximo ficar mais do que meio minuto no mesmo local que ele. Mamãe está decepcionada com ele, ela não imaginava o quão preconceituoso e machista ele era e se assustou com o jeito que ele falou da escolha sexual da Fernanda.

*FLASH BACK ON*

Era noite quando papai acabara de desligar o telefone depois de uma discussão que ele teve com os pais de Fernanda. Eu estava envergonhada e não sabia mais como pedir desculpas pela forma grosseira que meu pai falou com os dela, ela pediu para eu não me importar já que os dela nem se deram ao luxo de prestar atenção no que meu pai gritava para eles agora pouco. Estava prestes a responder mais uma mensagem dela quando escuto a voz claramente zangada da mamãe na sala brigando com o papai.

- Afinal qual o seu problema se a menina é lésbica ? Isso não é nenhum crime... - Gritou alterada.

- Não, mas é uma doença ! Essa menina não sabe nem o que quer fazer na faculdade e diz que é isso ? Me poupe... - Papai retruca incrédulo.

- Ora, isso é preconceito seu ! - Mamãe acusa apontando o dedo e gritando em sua direção. - E isso é o sentimento mais podre que alguém pode ter dentro de si. - Ela fala com o nítido tom de repulsa na voz.

- Que seja, a única coisa que eu sei é que dois iguais não fazem a porra de um herdeiro. Eu jamais aceitaria que Carla se tornasse essa coisa... - Ele mal termina de falar e escuto o estralo da mão de mamãe no rosto dele.

- Seu preconceituoso machista ! Nunca mais repita isso na minha frente, elas podem não fazer um filho, mas cuidam melhor de outros que foram abandonados pelos seus pais como se fossem objetos. - Grita e sai irritada da sala.

*FLASH BACK OFF*

Depois dessa briga a relação deles nunca mais foi a mesma, o assunto Fernanda e Gabriella estão proibidos dentro de casa, ele se recusa a se desculpar com os pais delas e mamãe não sabe onde enfiar a cara toda vez que os encontra no mercado ou no restaurante que ela tanto adora. A amizade dela com a mãe de Fernanda não mudou nada, mas mamãe sente vergonha pelo que meu pai falou para eles no telefone.