ㅤ✲ 𝐹𝒾𝑜 𝒹𝑒 𝑒𝓈𝓅𝑒𝓇𝒶𝓃ç𝒶 ✲

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         O Imperador analisava friamente todo o andamento de suas terras logo de manhã, quando os raios solares ainda se mostravam neutros. Seu elmo dourado estava gentilmente ao seu lado a beira do alto daquela construção, saboreando lentamente um chá de ervas frescas.

         Como uma incompreensível sensação de angustia, ele deixou com que a xícara caísse telhado abaixo, se despedaçando no processo. Karma? Talvez, mas o suficiente para atiçar seus instintos que agiram através de um modo racional.

        - Impossível... -pensou consigo mesmo diante aquele paradigma. O paradoxo se mostrou quando sua armadura brilhou intensamente, como um sol, desaparecendo logo em seguida de seus domínios para onde seu instinto lhe guiava.

       Foi então que a escuridão daquela cela preencheu-se com a reconfortante luz que circundava sua armadura. Seu elmo estava novamente em sua cabeça, e parecia analisar a figura feminina em sua frente, não demonstrando qualquer ameaça que pudesse assustá-la.  

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ㅤㅤSeus olhos semicerrados caiam suas últimas gotículas de lágrimas que teimavam, sujando ainda mais seu rosto que antes era delicado, e que agora não saberia mais distinguir.
ㅤㅤRagia já não sentia mais o frio que percorria em seu corpo, fazendo com que suas pernas falhassem para manter-se de pé.

ㅤㅤSua suplicas de nada adiantariam, antes de tudo, de ser aprisionada pelo seu tio que hoje é um grandioso rei de Doomsanth, e ser condenada por ele injustamente devido à disputa pela coroa, e ela no qual se tornara famosa por seus grandes feitos por todo o reino e inúmeros exércitos adquiridos por sua bravura e competência, mas que fora arrancada, tirando-lhe tudo aquilo que lhe era mais precioso.

ㅤㅤDeitada sobre seus pensamentos, inesperadamente surgira alguma figura que para ela ainda não distinguiria sequer, seus olhos turquesa estariam embaçados e talvez sem vida, fixaram naquele embaçado e percebeu uma figura masculina que se formava em uma armadura dourada e reluzente.

ㅤㅤNão sabia o que pensar talvez suas lamúrias fossem atendidas? Os deuses a consagraram para que alguém viesse resgatá-la? Ou talvez não... talvez seja soldado de seu tio que chegou apenas para averiguar se já estivesse morta, jogada como um animal e morrendo a míngua.

ㅤㅤSeu espanto predominou tentando apenas entrar em modo defensivo, encolhendo-se com suas pernas em seu corpo, aguardando o que mais poderia lhe acontecer.

ㅤㅤ''Não tema, Ragia Tlaglnmnom. E que os deuses lhe ajudem... ''  

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      Era um silêncio mortífero, onde eles se encaravam constantemente. Os sentimentos complementavam no segredo qualquer coisa que precisasse ser dita ali, mas eis que o homem colocou-se à agir. Vagarosamente, seu corpo se abaixava, apoiando-se no joelho como se reverenciasse a garota, todavia, seu rosto coberto pelo elmo dourado ainda se prendia à imagem da bela moça.

      Sua destra, aos poucos, se estendeu pelo ar, afim de alcançar o rosto dela. Movimentos bem calculados, para que não a assustasse, e com as costas de sua mão ele suavemente limpou uma das lágrimas que escorriam pelo rosto dela. Era o sinal definitivo para que ela confiasse naquele sujeito completamente coberto de sua armadura.

      Sua suavidade fez com que sua mão descesse lentamente pelo ombro e pelos braços da garota, alcançando suas mãos, onde existia os grilhões. Antes que, de fato, alcançasse as mãos, ele parou nos pulsos e segurou os grilhões de maneira firme com suas mãos.

       Incompreensível como tudo desencadeara uma luz-divina que simplesmente derreteu os grilhões, que desprenderam-se do mesmo instante das mãos dela. Aquele homem misterioso não era qualquer um, mas suas intenções viravam-se para ajudá-la. A única coisa distinguível de sua silhueta eram seus longos cabelos vermelhos que estavam amarrados no topo da armadura.

          Estava ali para dar um fim à sua agonia e tristeza, e dar lugar à esperança...  

O trono de Doomsanth - A Essência da Vida -Onde histórias criam vida. Descubra agora