Capítulo 6

180 12 2
                                    

Sábado, 10:27 

Ana

   Acordei com o sol a bater-me na cara e quando olhei a minha volta estava no quarto do meu irmão. Não me lembro de ter dormido tão bem. O cheiro dele e as suas fotos, fez-me recordar quando tudo era bom e tudo fazia sentido. Já não tinha qualquer tipo de esperança que minha mãe voltasse de Angola e o meu irmão voltasse da casa da minha avó. Sinto os meus olhos a encherem-se de lágrimas, a minha tristeza a voltar e uma dor no peito que nunca a consegui tirar. Decidi vestir-me. Vesti uns calções pretos, uma camisola do Batman larga que me dava pelo meio das coxas e deixei-me ficar descalça.

   Desci e peguei num copo e enchi-o com sumo.
   Estava nos meus pensamento e o copo escorregou-me da mão.

"que merda" resmunguei comigo mesma depois da asneira que fiz

   A Daniela acordou logo e veio ao meu encontro.

    Ela ajudou-me e quando acabamos fomos para o jardim. Estávamos completamente na palhaçada, eu acho que acordamos a vizinhança toda, mas que se lixe.
Tirei as minhas sapatilhas e pus os pés dentro da piscina e ela fez o mesmo, depois eu atirei-lhe com água e comecei a fugir, claro. Sabe tão bem sentir a relva pelo meio dos meus dedos. Ela ia quase, mas mesmo quase, pegando mim mas eu consegui escapar e entrei para a cozinha.

   Não limpei muito bem o chão pois perto do balcão calquei um vidro

"au, que dores" disse sentando-me não me aguentando em pé

"Ana, estás bem" perguntou preocupada, agachando-se a minha beira

"não doí-me muito debaixo do pé"

"deixa-me ver" ela pegou no meu pé com cuidado e quando olhou para o mesmo arregaçou os olhos

"está muito mesmo muito mal" disse-me, fazendo cara feia "Ana, tu estás tão branca"

"ai não estou nada bem" disse agarrando-me ao pé e deixando o chão da cozinha todo sujo de sangue

"vou-te levar ao hospital " disse, ajudando-me a levantar e ligou logo a um táxi. Nenhuma de nós tem carta, ainda.

   Ela levou-me ao colo e ajudou-me a entrar para o táxi. Ela embrolhou imensas tolhas a volta do meu pé para não sujar nada.

No hospital

Pi------Pi------Pi era tudo o que ouvia e mais alguns sussurro. O barulho da máquina que se encontrava ao meu lado.
Abri os olhos devagar e fui vendo, com claridade, o médico, o Louis e a Daniela.

"Olá,  Ana, Bom Dia!!!" disse o médico "como está?" perguntou

"bem, senhor médico" ri-me

"a menina Ana foi operada ao pé pois tinha ai um vidro espetado e tinha de ser retirado obviamente, não pode fazer esforços" avisou "não era nada de grave, nem nada muito fundo, 2 semanas com moletas e sem esforços no pé e deve ficar bem, tem todos os dias que mudar o penço e lavar a ferida e desinfectar e por uma pomada que lhe vou receitar, tem de ser todos os dias menina Ana"

"sim Doutor, obrigado" sorri

"ora não tem de quê"

"posso sair hoje?" perguntei

"sim, já pode menina Ana" o médico retirou-se e deu um papel ao Louis

"sentes-te bem?" perguntou Daniela

"Sim, só doí um pouco, como é que apareceste aqui?" perguntei ao Louis

"claro que ela me avisou, e claro que eu vim logo"

"pronto, está bem, mas vamos embora ou não?" perguntei

"sim vamos"

    Louis e Daniela ajudaram-me a levantar e Louis saiu para a Daniela me puder ajudar a vestir.

    Peguei nas minhas companheiras, as moletas, e segui caminho com a Daniela ao lado sempre pronta para me agarrar caso eu fosse beijar o chão.

     Entramos no carro da mãe do Louis e ele deixou-me em casa.

     Louis estacionou em frente da casa e desligou-o. Abriu a minha porta e ele ajudou-me a levantar-me ia buscar as moletas, mas aquele grande retardado pegou-me ao colo, a Daniela foi rapidamente abrir a porta da entrada para que nós entrasse-mos.
Louis levou-me até ao quarto.

   Liguei o meu computador e a única coisa que fiz foi ver o Twitter, ver os meus youtubers e as minhas séries.



*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*


Nem tudo é o que parece!Onde histórias criam vida. Descubra agora