Capítulo 25

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Os olhos de Jimin analisavam o forte temporal que caía lá fora. Os relâmpagos iluminavam o céu misturado ao som de trovões, ações da mãe natureza que eram o suficiente para assustar o loiro, que abraçava os próprios braços em busca de diminuir o frio, apesar de estar com um moletom azul bem quente. A cada barulho que ouvia, seu coração palpitava mais forte. Checava o celular de minuto a minuto, esperando uma mensagem de Jungkook, algo como "estou bem, estou chegando aí", mas não havia nada. Nenhum sinal, tanto de Jungkook, como do celular.

Cansado de esperar, Jimin resolveu deita-se. Se cobriu dos pés à cabeça, olhando para o escuro do edredom, e então soltou um suspiro profundo. Como dormiria se estava preocupado com seu namorado, que não dava notícias desde às 4:40 da manhã? Era algo realmente impossível. Sua mente vagava por todos os tipos de teorias. Como, Jungkook poderia estar em casa dormindo e se esquecido de dar notícias a Jimin. Jungkook poderia estar em alguma boate comemorando o sucesso do trabalho, mas ele claramente não era esse tipo de pessoa. Jungkook poderia estar ainda trabalhando, pois só eram 22:56 da noite. Jungkook poderia estar morto.

Só de pensar na última teoria, o coração do loiro falhava.

Besteira. Jungkook não está morto.

Jimin fechou os olhos, focando no som de sua respiração, afastando todos os pensamentos. Mas, então, a campainha tocou. E como se fosse o Flash, Jimin pulou da cama, correndo até a porta apenas com suas meias amarelas. Destrancou-a rapidamente, abrindo a porta logo em seguida; ficou pálido ao ver que era Jungkook, ensanguentado dos pés à cabeça. Os olhos do mais novo estavam inchados e roxo; bochechas, nariz e o canto dos lábios sujos de sangue, com hematomas e cortes. A blusa branca que Jungkook usava por de baixo do moletom preto, agora estava tão vermelho quanto o sangue. E seus tênis, não estavam diferentes.

Jungkook olhava fixamente para o chão, não sentia nada. Nem mesmo dor. Era como se a mente dele estivesse em outro lugar, que não fosse ali. Não sabia ao certo como foi parar na casa de Jimin. Só se lembrava de ter levado uma surra e então, atirado no homem desconhecido, depois, tudo ficava em branco. Seu coração batia em um ritmo acelerado, como se a adrenalina não tivesse saído de seu sangue. Os barulhos dos tiros ecoavam em seus ouvidos, como se ele estivesse apertando o gatilho de novo, de novo e de novo.

- Meu Deus, Jungkook! – O menor gritou enquanto colocava as mãos na boca, estava horrorizado por ver o moreno naquele estado, ao mesmo tempo em que seus olhos marejavam apenas por ver Jungkook machucado.

Despertado pelo grito, Jungkook ergueu a cabeça lentamente, encarando o outro, instantaneamente sentindo seus olhos marejarem e logo em seguida, derrubou as lágrimas, levando os machucados a arderem.

- O que aconteceu com você? – Jimin murmurou, puxando o maior para dentro, esperando que ninguém o visse, para depois fechar a porta.

- Hyung...

A voz de Jungkook soava fraca, ele estava fraco. As lágrimas começaram a descer, e de repente, ele já estava chorando de forma pesada. A dor veio com tudo. Não só pelos machucados, mas por ter atirado naquele homem. Começará a sentir o pesar de... ter matado um homem?

- Ei, calma. – Jimin abraçou o maior pela cintura, não se importando se sujaria a si mesmo. – Vai ficar tudo bem.

- Eu... – Soluçou. – Eu...

- Não precisar falar nada, apenas se acalma.

Jungkook não queria se acalmar, apenas queria chorar. Uma vez ouviu dizer que as lágrimas limpavam a alma, e agora, mais do que nunca, achava que sua alma deveria ser purificada. Não só a alma, como seu corpo inteiro.

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