POV Park Jimin
Cheguei em casa por volta das sete e quarenta da noite. Os hyungs haviam me prendido no restaurante, pois segundo eles eu parecia triste e abatido, e por conta disso, eles tentaram me animar. Eles pensavam que era pelo fato de terem se intrometido em algo que eu queria guardar em segredo, mas estavam errados. Eu não estava assim por causa deles. Eu estava assim por causa de Jungkook, um dos garotos mais confusos que um dia eu já conheci.
Eu me sentia irritado, chateado, magoado. Queria socar o Jungkook ao mesmo tempo que queria abraça-lo e implorar para que ele parasse de sumir sem avisar. Será que ele se quer pensava que me deixava preocupado? Ou que me magoava como nunca? Além de também me desconcentrar das coisas que tenho que fazer. Como preparar matérias novas, provas e trabalhos.
Ele só deve estar me fazendo de trouxa. Me beijando, fazendo eu criar sentimentos para ter de correr atrás dele igual um cachorrinho, para no final, ele me tratar que nem merda. Deve ser isso.
Soltei um longo suspiro frustrado enquanto tirava a tampa da panela para experimentar o caldo da carne, que por sinal estava bom. Só cozinhando para me fazer esquecer das coisas. Meu celular apitou em cima do balcão, limpei minhas mãos no pano e peguei-o, abrindo a mensagem do Hoseok hyung.
"Hoseok's Chat"
Hoseok: Jimin, você não vai acreditar.
Jimin: Para eu acreditar, você tem que me dizer primeiro, certo? :p
Hoseok: Minha irmã vai com a gente na viagem.
Jimin: Aigoo, como assim? Você não disse que era melhor não levar ela?
Hoseok: Eu sei. Só que meus pais me acusaram de não passar muito tempo com ela, então... você sabe.
Jimin: Tudo bem, mas não vale ficar com ciúmes quando caírem em cima dela.
Hoseok está digitando...
Ouvi o barulho da campainha. Estranhei, já que não esperava ninguém. Deixei o celular no balcão e abaixei o fogo, caminhando até a porta.
Ao abri-la, meus olhos se arregalaram em surpresa.
- Oi, hyung. – Jungkook falou, uma das mãos no pescoço, coçando-o e a outra no bolso da calça. – Como você está?
Primeiramente, eu fiquei feliz em vê-lo. Mesmo que ele parecesse estar diferente, talvez um pouco abatido e magro, sim, magro com certeza. Depois veio a confusão que me atormentará durante cinco dias e então a irritação, a magoa que sentia dele, a lembrança de ter mandado uma simples mensagem para ele que não foi respondida e o fato dele ter sumido, sem dar notícias.
- Oi Jungkook, o que está fazendo aqui? – Meu tom era rude, coisa que o surpreendeu, já que estava acostumado a me ver sendo gentil e educado.
- Eu queria te ver. – Ri fraco, me encostando na porta e olhando para o chão. Me ver? Sério?
- Bom, você já viu. Posso fechar a porta? – Ele engoliu a seco, provavelmente não tinha muito o que falar ou explicar. Diferente de mim.
- Não, eu quero conversar com você, hyung. Por favor.
- Estou ocupado agora.
- Hyung, não aja assim. Eu posso explicar o motivo de eu ter sumido.
- Não, Jungkook. – Balancei a cabeça, levantando o olhar para ele, vendo-o juntar as mãos. Seu tom doce e calmo quase fez eu desabilitar a armadura que eu havia formado. – Eu não quero saber. – Falei com firmeza na voz. Ele tinha o rosto tão angelical que fazia ser quase impossível agir de tal jeito com ele.
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house of cards
Hayran KurguJimin era um renomado professor de biologia da universidade da Coréia. Era repleto de amigos, tinha fascinação pelo mistério e também, era um grande amante da literatura. Jungkook era um misterioso aluno de Jimin. Não conversava com ninguém e ni...