25 de dezembro de 2010
Era natal e eu estava a ponto de enlouquecer. Eu sempre passava o natal em casa com meus pais e minha avó, era muito bom ainda mais com aquele tanto de comida que minha mãe fazia e eu me empanturrava sem pensar no amanhã.
No entanto, dessa vez era diferente. WonWoo passaria o natal comigo e com meus pais, os pais dele iriam viajar e ele pediu pra ficar o que fez com que ele ficasse na minha casa e passasse o natal com a gente.
Seria minha primeira noite de natal com WonWoo e eu queria que fosse perfeita para nós dois. Eu passei o dia todo atazanando as ideias da minha mãe enquanto ela cozinhava.
Me lembro de que ela me colocou pra fora da cozinha com uma colher de pau e bateu a porta ameaçando me bater se eu voltasse. Eu lembro de ter ficado com um bico enorme até a hora em que a campainha tocou e eu sai correndo para receber quem eu já sabia que era.
A mãe dele nos passou varias regras e inúmeras delas eram "Não faça bagunça e não coma muita besteira", porém ignoramos tudo aquilo e fizemos uma verdadeira bagunça no meu quarto. Estouramos dois travesseiros um no outro e haviam penas pra todo canto dali, depois do jantar enchemos a cara de doces e mais doces. Ficamos jogados no chão do meu quarto em meio as penas dos travesseiros estourados reclamando do quanto estávamos cheios.
Me lembro de ter ficado muito tempo em silêncio somente ouvindo a respiração dele e me virei no chão o olhando deitado com as pernas pra cima da minha cama e o corpo no chão.
Eu gostava de admirar WonWoo em seus momentos de silêncio e reflexão. Ele franzia o nariz quando estava concentrado e eu achava aquilo a coisa mais adorável do mundo. Nós não tínhamos nada como um relacionamento, mesmo depois de vários beijos e carícias trocadas nós não demos um rótulo para aquilo que tínhamos e eu gostava assim.
Quando se da um status aquilo como um namoro meio que perdemos a cumplicidade de uma amizade, não tínhamos mais tanta liberdade pra falar sobre terceiros sem receio de machucar o outro e eu não queria perder aquela intimidade que tínhamos, mas também não queria parar de beijá-lo como fazia nos dias de frio.
E foi por isso que me arrastei no chão ficando com o rosto por cima do dele e o beijei, ele que a principio se assustou por não ter me visto chegar já que os olhos estavam fechados, mas logo tratou de retribuir o ósculo.
Era tão bom sentir o gosto dele na minha boca, a língua macia tocando a minha e curtindo o arrepio que se apossavam do meu corpo quando os dedos finos e frios tocavam minha nuca se embrenhando em meio ao meu cabelo. Sempre sentia aquele arrepio no corpo todo, o estômago velava e parecia rodar de uma forma enlouquecedora e minhas mãos ficavam trêmulas. Era uma sensação maravilhosa poder ter ele nas minhas mãos e seu sorriso sincero quando nossos beijos se findavam.
- Eu acho que... Que amo você, Mingyu.
E mais uma vez desde que o conheci eu parecia que ia morrer de tanta felicidade. Meu coração batia tão forte quanto a batida de uma música eletrônica e eu só conseguia sorrir feito um idiota enquanto o olhava e depois o enchia de beijos.
Naquele natal eu soube que amava WonWoo de uma forma incrível e descobri que era retribuído. Eu o queria e ele também me queria. Nos amávamos em segredo e éramos únicos como aquele porta retrato em cima da minha cama e a raposa que estava ao lado dele. Éramos e sempre seriamos eu e ele.06 de abril de 2012
Eu me lembro daquele dia como se fosse ontem.
Para algumas meninas uma festa de quinze anos é o evento mais importante de todas as suas vidas, mas para garotos não é bem assim. Era só mais um ano acrescentado na minha vida e não fazia diferença se eu ganharia uma festa ou não.
No entanto, minha mãe insistiu que sim, daria uma festa e chamou o bairro, escola e a família inteira para a festa. Ela até mesmo alugou um local para fazer aquilo. Eu não culpo minha mãe por toda aquela animação, mas eu não era uma garota que queria uma festa de debutante. Ela sempre quis ter uma filha mulher, mas não pôde, pois quando nasci levei junto o útero dela por causa de complicações, então ela fazia de tudo pra me agradar só não me vestia de rosa e lacinhos, porque eu não deixava. No entanto, não pude barrar ela de dar aquela festa enorme para meu aniversário.
Até que eu me divertir no meio de tanta gente e principalmente com WonWoo ao meu lado, ele estava sempre por perto e me sorria lindamente em meio aquela cambada de adolescentes que pulavam de um lado para o outro dizendo que dançavam. Aquela foi a primeira vez que WonWoo me beijou em publico, não que fizéssemos muita questão de esconder o que tínhamos, mas nunca havíamos nos tocado na presença dos nossos amigos e familiares, e tê-lo ali no meio de tanta gente me deixou imensamente feliz.
Eu não me importava com os gritos que davam em comemoração ao nosso beijo e nem mesmo os fogos de artifícios coloridos que cortaram o céu conseguiu me distanciar dos lábios dele naquele momento. Só rompemos o contato quando uma enxurrada de adolescentes pularam em cima de nós gritando vários "Parabéns" "Até que em fim" "Desencalhou", entre milhões de outras coisas. Eu estava tão feliz que nada tirava aquele sorriso apaixonado do meu rosto.
Quando já estava tarde demais e a maioria das pessoas tinham ido embora, somente ficando os amigos mais próximos e nossos familiares, nos sentamos na grama daquele sítio alugado e sorrimos feito dois paspalhos apaixonados. Um reboliço enorme se instalou no meu estômago quando ele se arrastou pelo chão se sentando no meu colo, como só fazia quando estávamos sozinhos, e me beijou embrenhando os dedos nos meus cabelos e os repuxando com um pouco de força arrancando de minha garganta um gemido rouco que foi engolido por nosso ósculo.
WonWoo era magro, mas tinha curvas que me deixavam a beira de um colapso nervoso. Eu já sabia muito bem que aquele reboliço todo era excitação para poder tocá-lo mais intimamente, coisa que nunca havíamos feito, embora toques mais ousados fossem frequentes. Ele, como mais velho de nós dois, sabia o que me causava quando entrava ali e deixava as unhas arranharem minha nuca e descer por dentro da minha blusa tocando minhas costas, sabia também o quão tentador ficava com aquelas bermudas apertadas que subiam quando ele sentava, ele tinha plena consciência das coisas que me causava e sempre as fazia de propósito. Embora eu reclamasse muitas vezes daquilo não podia negar que amava esses momentos em que podia tocar suas coxas e seu dorso branquinho e liso, livre de imperfeições somente algumas pequenas pintinhas formando desenhos por sua barriga e suas costas. Algumas vezes deixei marcas enormes e roxas em sua pele, mas não podiam me culpar, era tentador demais.
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Heaven
Fiksi PenggemarMesmo se alguma coisa tentar nos separar, mesmo se o mundo tentar nos separar; Nosso amor dividirá a escuridão; Quando encontramos as lembranças que Deus nos deu; No céu, onde não há luz; Céu que não pode ser esquecido. {Meanie - Drama/Tragéd...