Capítulo 10

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Costumam dizer que os olhos são as janelas da alma...
O olhar,que revela tanta coisa,como uma atração irresistível,uma amor platônico,uma paixão de momento,ou até mesmo o amor,palavra essa que hoje dizemos com tanta naturalidade e espontaneidade,palavra essa que me assusta,mas que me cativa,que me atrai,que me seduz,palavra essa que enobrece as pessoas,que as fazem encantadoras,palavra essa que transformadas em uma frase como o famoso "eu te amo",e ditas do jeito mais sincero,pode te fazer mergulhar no mais lindo e profundo mar,ou naufragar sem nem mesmo se extasiar com o que é bom.

Queria que ao menos um breve olhar que Benjamin direcionasse para mim dissesse algo do tipo,mas acho que é cedo demais ou até mesmo impossível,até porque isso não passa de um serviço prestado por ele,eu tenho que aprender a não me prender as pessoas somente por pequenas atitudes vindo delas.

Posso colocar a culpa na carência,e no tempo que eu estou sem me relacionar...pronto é isso! A CULPA É DA CARÊNCIA!

-Kristen? Kristen?

-ah oi? Desculpa o que você dizia?-pergunto envergonhada,depois da viajada que eu acabei de dá na frente dele.

-eu perguntei o que você vai querer para o café da manhã?-diz ele calmamente e pausadamente,fazendo me sentir uma criancinha que não entende as palavras ainda.

-um café preto com leite e duas rosquinhas por favor.-falo para uma senhora que eu nem tinha percebido a presença.

-e o senhor?-pergunta ela.

-o mesmo por favor.-ele fala e ela se retira.

-posso saber em que tanto pensava?-pergunta ele e é claro que eu não diria a verdade.

-pensando em que história iremos inventar para esse final de semana.-falo tranquilamente.

-isso é fácil...

-claro você já está acostumado...-falo baixo para mim mesma.

-o que disse?

-nada,só estava pensando que não precisamos mudar muita coisa,é só você contar a verdade de onde nos conhecemos que no caso foi na doceria e depois fingir todo seu amor para comigo.

- até mesmo a parte em que eu te peguei olhando para minha bunda?-pergunta gargalhando.

-se for preciso...

-huumm,bom saber,então quer dizer que você estava olhando mesmo!?

-nunca disse que não,e fora que está tudo normal...-falo e ele me olha confuso.-levanta e dá uma rodadinha.

-eu não vou fazer isso!-faço minha melhor cara de cão sem dono e ele se levanta soltando o ar,ele dá uma viradinha e eu assobio o fazendo sentar rapidamente.

-como eu disse está tudo normal e no lugar,assim como minha mãe diz"olhar não ranca pedaço"e pelo que eu vejo não te falta nada.

-safada!-diz ele rindo e que risada gostosa.

-assim você me ofende.-digo rindo também.-eu não sou safada,sou apenas sincera.

A garçonete chega e nos entrega o pedido e comemos em silêncio.

-já sabemos o que dizer caso perguntem,cada um de nós sabemos um pouco um do outro,agora é só esperar até o dia!-falo puxando assunto depois que terminamos de comer.

-eu tenho algumas regras...-começa ele.-nada de toques o tempo todo,nada de beijos a não ser que seja de extrema necessidade,nada de dizer que está apaixonada por mim no final do acordo,e não espere mais que uma amizade,eu vou fazer meu papel e isso será somente na frente da sua família,e repetindo o que eu disse,afeto demais só se for de extrema necessidade.-diz ele e eu me mantenho neutra.

-tudo bem.-digo relutante e triste,porque a idiota aqui já sentiu a pele arrepiar,o corpo amolecer,o estômago embrulhar...por esse aí!

-a minha conta por favor?!-peço doida pra sair dali logo.

-não precisa eu vou pagar.-diz ele.

A mesma garçonete chega e entrega a nota e antes dele pagar eu pergunto a ela se teria como pedir um táxi para mim.

-eu vou te levar para casa.-diz ele.

-eu vou de táxi,não precisa.

-eu faço questão.

-mas eu não,e quero ir de táxi!-digo meio rude,mas no final tento manter a calma.

Ele me olha me magoado não sei.

-não seja teimosa,eu estou de carro e vou te levar.-diz convicto.

-chame o táxi por favor!-repito par a garçonete que encara o showzinho que estamos dando.

Benjamin me olha irritado e fica calado,ele paga a conta e eu saio indo em direção ao táxi.

Vejo todos os passos dele,ele destrava o carro,abre a porta do passageiro,vem até mim e de repente me tira da cadeira.

-me largua!-grito no susto.

Ele não fala nada e continua a ir para o carro. Me coloca sentada,fecha a porta e pega minha cadeira a guardando.

Eu penso em abrir a porta e sair,mas essa opção está fora de questão,eu não iria querer cair e ver todos os olhares de pena direcionados para mim.

Meus braços sozinhos não fazem o que minhas pernas deveriam desempenhar...Correr,era tudo que eu queria.

Ele entra no carro,liga o mesmo e dá partida,vejo de relance os nôs de seus dedos brancos pela força que ele impõem no volante.

O caminho até a minha casa foi de completo silêncio. Eu não sabia o que estava sentindo,era completamente confuso,era uma sensação de derrota,de frustração,de pena,de raiva talvez... não sabia distinguir.

Não! A palavra certa é medo...sim medo,não dele,mas de mim mesma,medo de que talvez eu esteja criando algum sentimento,mesmo já tendo uma resposta dele,pelo menos eu acho que o que ele disse no café já bastou como reposta.

Eu não emitia nenhum barulho sequer,ele parou em frente a minha casa,tirou minha cadeira,me pegou no colo e me sentou,e nesse momento foi impossível não deixar uma lágrima rolar,eu estava me sentindo sufocada por não falar e por ser tão mal resolvida na questão sentimentos.

-Ah Kristen...por favor me desculpe eu não queria fazer você chorar,eu...-não o deixo terminar.

-até o fim de semana Benjamim.-apenas digo isso e vou para dentro de casa sem fazer a mínima questão de secar minhas lágrimas.

Vou para o melhor lugar que eu poderia está,a minha pequena biblioteca.

Eu sempre juguei os amores literários como melhores que os reais,e é a mais pura verdade.
Até porque a dor nesse momento não parece ser a mesma contada nas histórias,o meu choro é  diferente,tudo é diferente depois que um choque de realidade desses.
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Beijão😘❤

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