Capítulo 3🌻

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Chegamos a uma salão enorme e de muito bom gosto,na entrada pediram os convites,e logo depois entramos,fui guiando minha cadeira atrás de Emy,que procurava os nossos lugares.
Estávamos na primeira fila,coloquei minha cadeira no espaço preferencial,enquanto os curiosos olhavam para mim.

-como que você arrumou esses ingressos,e ainda por cima a vaga para deficientes,se eu nem tinha dado a resposta se viria?-perguntei.

-os ingressos foram pela internet,e se você não aceitasse vir eu te pertubaria até conseguir o que eu queria.-disse ela naturalmente,e em certos momentos isso é verdade,ela consegue tudo de mim.

-espertinha você!-digo.

-eu sei querida.-diz ela rindo.

Mais e mais pessoas chegam,se exibem de alguma forma,ou por ter o vestido mais bonito,ou a joia mais cara,ou só por ser acompanhante de empresários velhos e barrigudos com o bolso cheio da grana.

Tinha mais vagas para deficientes,mas a única preenchida foi a minha,me senti meio deslocada naquele meio,me olhavam,mas pareciam enxergar só a minha cadeira,eu não era Kristen,e sim uma mulher sentada em uma cadeira recebendo olhares indiferentes e penosos.
Sinto uma mão tocando as minhas,minha irmã...

-não fique assim,eles estão com inveja por você ser a mais bela.-disse ela tentando levantar minha autoestima,mas aquilo não mudaria anos de autoestima baixa,eu demonstrava está bem para os outros,mas só eu sabia como me sentia realmente.
Eu sou engraçada,pelo menos eu acho,tento sempre brincar,até mesmo quando não se deve,me considero uma pessoa normal e feliz...mas antes eu era bem mais.

A muito tempo eu não sei o que é beijar,e bota tempo nisso...,a última pessoa que eu beijei foi um amigo do meu primo,que não me agradava muito,mas era o que eu tinha naquele momento,não tava podendo escolher muito.
Eu só dou em cima de alguns caras, agora que comecei a sair mais,nem que seja só pra ir comer pavê,mas eu saio.

No dia em que conheci o tal do Beijamin que eu pude ver que a Kristen de quatro anos atrás estava ali,sempre esteve, a Kristen sem vergonha,que falava e sabia de tudo,mas que nem sempre fazia de tudo. SABER NÃO SIGNIFICA TER PASSADO POR EXPERIÊNCIAS.

E por sentir falta de viver realmente,que eu vou me jogar de cabeça em tudo que possa me fazer bem.

Em meio a chats onde eu encontrava pessoas com a mesma deficiência física que a minha,ou em pesquisas desenfreadas,uma autora chamada Thaís Moraes,disse assim:

"A verdadeira deficiência é aquela que prende o ser humano por dentro e não por fora, pois até os incapacitados de andar podem ser livres para voar."

E aquilo resumiu quem eu sou,e me mostrou como eu devo tentar ser.
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Uma música digna desses desfiles começa a tocar,uma voz de mulher fala ao fundo dando começo ao desfile.
Não me pergunte o nome do estilista ou seja lá o que for,porque não saberei dizer,não sou ligada a essas coisas de moda.
Mulheres altas,magras,mas curvilíneas começam a desfilar na passarela a minha frente,são recebidas com palmas e olhares admirados,enquanto eu me perguntava o que viam de tão bonito naquelas roupas,que para mim eram tão feias,eu só batia palma para não sair como a "IGNORANTE DA MODA",olhei para os lados e vi os olhos da minha irmã brilharem,realmente moda era a paixão dela.

-agora vem a parte boa...-disse ela.

-os boys maravilha!-dissemos juntas e começamos a gargalhar.

"Lindo,tesão,bonito e gostosão"realmente era isso que eu queria gritar,mas não podia pagar tal mico. Belos homens começaram a desfilar em minha frente até que avistei um conhecido...Beijamin,o Deus grego dos meus pensamentos estava ali,passando na minha frente,com toda certeza eu era uma sortuda. Ele foi até o final da passarela,e quando de virou para voltar seu olhar se encontrou com o meu,seria a coisa mais linda,se eu não estivesse de boca aberta,quase babando,ele demorou a me reconhecer um pouco,mas acho que se deu conta de quem eu era e abriu um leve sorriso.

-MEU DEUS! Aquele homem maravilhoso acabou de sorrir pra você!-disse minha irmã.

-não irmãzinha,a vida que sorriu pra mim...-eu disse meio abobalhada.

-ele é um gato mesmo,arrasando corações em?!-disse ela me zuando.

-ele que é o tal do Beijamin que eu falei mais cedo.-digo.

- o da confeitaria? que sorte se encontrarem de novo e no mesmo dia em?-disse ela voltando sua atenção para o desfile.

-que sorte mesmo!-digo e volto a minha postura de admiradora de looks maravilhosos.

O desfile acaba e eu desejo ir embora,mas Emy quer ficar para um coquetel que iria começar.

-por favor Kris! só mais um pouco,o meu futuro,pode está aqui,no meio desses estilistas.-disse ela choramingando.

-pelo amor de Deus Emy,preciso deitar,não aguento mais ficar sentada aqui.-eu disse ficando com raiva.

-só dessa vez,eu faço uma massagem em você,quando chegarmos se quiser,fora que o seu boy deve está nesse coquetel também.-disse ela maliciosa,me fazendo repensar minha resposta.

-o que você não me pede chorando,que eu faço sorrindo,em?-digo rindo.

-Aham,sei!-diz ela sabendo que eu só ficaria ali para quem sabe encontrar Beijamin.

Ela sai de perto para conhecer seus estilistas favoritos,e eu fiquei focando no garçom que passaria ao meu lado...preciso beber!

-aqui por favor-o chamo.
Pego uma taça e coloco nos lábios no primeiro gole...

-está me seguindo senhorita?-...cuspo todo líquido para fora,putz! Aquela voz,aquele homem! Aquela risada...Peraí?aquela risada?? Ele está rindo de mim?

Viro minha cadeira segurando a taça com uma das mãos.
-você está rindo de mim?-pergunto séria,mas sem transparecer irritação.

-não,que isso...-diz ele ainda rindo enquanto eu procuro um jeito de me secar.-então me diz,está me seguindo?-pergunta mais uma vez.

-não tem o porque eu te seguir.-respondi.

-depois das suas técnicas de sedução mais cedo,eu acredito em tudo.-disse ele.

-as minhas técnicas de sedução vão só até o momento em que te entrego meu número e você me dá o seu,depois disso não preciso seguir ninguém,a minha parte foi feita,não corro atrás.-digo, e ele não pronuncia nenhuma palavra.

-mais alguma coisa a dizer?-pergunto,e ele só me olha desafiador.-então,com licença.-termino de falar e vou em direção ao banheiro,dá um jeito de disfarçar a cagada que aquele filho da mãe,convencido fez.
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