-Capítulo 1-

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    Oi, tudo bem? A partir de agora sou eu que irei contar a historia para vocês, começando pelo meu nome: Brandon, minha idade: vinte e três anos. Eu moro em uma pequena cidade chamada Piramidolândia, uma cidade em que todos conhecem todos e essa frase também serve para meu estado Bojo Rasgado.

    Estou quase terminando minha faculdade de pedagogia e posso te dizer que a melhor coisa em você fazer faculdade é que com toda a certeza irá encontrar velhos colegas ou fazer novos colegas lá. No meu caso não foi muito diferente, minhas três melhores amigas me seguiram até a faculdade. Tess, Alaska e Sara, todas elas da minha panelinha da escola.

    Mas uma coisa horrível aconteceu há quatro dias. A policia da minha cidade descobriu que Sara estava vendendo coisas no mercado negro pela internet, e isso foi como uma facada na minha barriga, pois a doida teria que ser presa e eu não quero ver uma amiga minha presa, sabe, fico com bastante pena da família, ainda mais que sua mãe Lana está internada em uma clinica por causa de problemas de estômago.

    Mesmo depois de quatro dias, a faculdade não é a mesma, Tess sempre ficava chorando pelos cantos. Eu sei que ela sentiu muito com a prisão da amiga, mas quem não sentiu? Alaska tentava fazer a gente pensar que não estava sentindo saudades de Sara, mas todos nos sabíamos que ela estava.

—Vocês estão sabendo dos assassinatos que estão acontecendo aqui na cidade? — eu falei sentando na cadeira do fundo da primeira fila da sala, para não sentir o perfume forte de Mauricio que estava sentado na frente da terceira fileira.

—Tem trabalho para hoje?Eu esqueci!— disse Alaska, olhando para mim e para Tess, que estava com sua cabeça abaixada no caderno.

—Sim, é para apresentar agora. Eu mandei a Tess te avisar, já que eu estava sem celular até ontem, alias por causa de vocês, minhas princesinhas.

—Ela não me falou nada. Tess, posso saber por que você não me avisou sobre o trabalho?

—Eu tava sem tempo para te falar, desculpa mesmo— disse Tess desabando sua cabeça no caderno de novo.

—Tempo para pensar em amiga criminosa você tem? Agora para avisar para mim que ia ter trabalho ninguém avisa? —disse Alaska com toda sua raiva, batendo forte na mesa, fazendo todo mundo da sala virar a cabeça para o nosso lado das carteiras.

—Senhores Brandon, Tess e principalmente Alaska, eu estou dando aula e queria que vocês parassem de conversar ou é pedir muito?— perguntou o professor Pedro calça apertada olhando atentamente para a gente.

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—Não consigo acreditar que vocês caíram nessa cilada— disse Sara olhando para Damon e Kennedy na Delegacia da cidade de Piramidolândia. Ela estava sentada com a mesma roupa de quatro dias atrás.

—Nós não caímos em nenhuma cilada, porque isso não é uma cilada, entendeu?— falou Damon sarcasticamente olhando diretamente e friamente para Sara, se bem que Damon sempre foi frio, nem a geladeira é mais fria do que o Damon. Ele era um cara branco, de altura média que sempre vestia o uniforme preto da policia, até mesmo antes de virar policial ele já usava e abusava do preto, por isso a Tess pirou nele, olha não contem isso para ela, com toda a certeza ela irá pirar se descobrir que eu contei isso.

— Como vocês podem acreditar que eu fiz isso? Eu nunca consegui vender nem chocolates para a escola. Sabe eu já estou há quatro dias aqui e irei negar até a morte, porque eu não fiz isso!

—Eu posso falar uma coisa? Na verdade você ficou três dias e meio aqui —disse Kennedy sorrindo para Sara. Kennedy sempre era aquela pessoa inocente, que gosta de fazer todos rirem. Kennedy era muito branco quase albino, tem vinte e seis anos, não tem corpo escultural, mas com seus olhos verdes ele faz todas se perderam, assim como Sara já se perdeu, e assim com outras pessoas já se perderam.

—Eu não fiz isso! Vocês já foram meus colegas e sabem que eu nunca faria isso.

— Nós não sabemos o que Sara nunca faria, tivemos até medo de você nos matar nesses quatro dias passados —disse Damon.

—Na verdade foram três dias e meio, completa quatro dias hoje à noite às nove horas da noite— disse Kennedy.

Kennedy naturalmente faz isso para quebrar o clima horrível que estava na sala da delegacia. Sara e Damon estavam se encarando, quando em segundos a policial Karen entrou pela porta aberta com um homem algemado em suas mãos.

—Cadê o delegado Hamilton? Preciso prender esse cara aqui e oi, sara você aqui?— disse Karen olhando para Sara, enquanto Sara olhou para Karen com cara de nojo.

—O Hamilton não está aqui, ele deixou eu e o Kennedy no comando, sendo assim, nós podemos prender ele com a Sara na cela —disse Damon.

—Não, pelo amor de Deus não, eu sou uma pessoa boa, não mereço isso, eu tenho direito a fiança — falou Sara atordoada com o que tinha ouvido.

—Sara eu só queria falar que cara feia para mim é fome, podem colocar os dois na cela, eu apoio — disse Karen colocando o homem algemado na cela, enquanto Damon puxava Sara para a cela, enquanto ela ainda gritava.

—Não, eu exijo fiança, exijo ligação, exijo tudo— disse Sara caída no chão da cela.

—Seus pais me ligaram e adivinha? Não iram pagar nenhuma fiança para você- Falou Damon

—Vocês são maus hein? Deus me livra, parece até a Soraia da novela La descarada, que passa todo dia às nove horas da noite no canal um— falou Kennedy olhando para a cara de acabada de Sara na cela.

—Pelo menos me falem o que esse homem aqui na cela fez para parar aqui.

— Bom ele já foi processado por assedio sexual, e agora preso por estupro de quatro mulheres de vez, o chamam de Senhor Assedio, e ele me cantou do percurso da casa dele até aqui, gostou?— disse Karen balançando o seu cabelo encaracolado, junto de um colar escrito: Eu sou negra.

—Então, coisa linda, gostou? A nossa noite aqui na cela vai ferver hoje hein?— perguntou o Senhor Assedio olhando diretamente para Sara.

—Socorro me tirem daqui, me ajudem— disse Sara chorando e gritando.


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