22. "Grandpa."

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Peço-vos imensa desculpa pela minha demora em publicar um novo capítulo, espero que gostem e que não tenham ficado muito chateados comigo. Obrigada por continuarem comigo.

Boa leitura, bebés!



"Tenho saudades tuas."

A minha namorada falou a voz mais preguiçosa e manhosa que podia.

"Eu tenho saudades tuas. Desculpa não poder estar aí, precisam de mim aqui..."

Eu falei, largando um suspiro audível.

"Amanhã termino as aulas cedo e poderei ir ter contigo."

"O ambiente aqui está pesado, não acho que queres vir para cá..."

"Eu irei, Dinah. Eu quero estar contigo."

"Tudo bem, vem de autocarro, para depois voltarmos juntas."

Um pequeno beicinho apoderou-se dos meus lábios.

"Assim será, mas terás de me ir buscar então, por favor, não te atrases."

Eu ri baixo.

"Sabes o quanto eu odeio estar sozinha em sítio que não conheço."

"Não te preocupes, não irei. Quando entrares no autocarro eu vou para o sítio onde vais parar, assim certifico-me que não apanho trânsito e chego atrasada."

Embora eu não a pudesse ver, sabia que um sorriso estava agora estampado no rosto da negra, os seus olhos deviam estar brilhantes com a luminosidade do pequeno candeeiro a refletir nas duas bolas negras.

"Obrigada. Eu tenho de ir, a mamã está cá e está a chamar-me para o jantar."

"Tá. Liga se precisares de algo. Amo-te."

O riso dela fez-se ouvir e um "amo-te" foi então dito da parte da negra antes desta desligar.

Guardei o meu telemóvel e deixei o meu corpo moldar-se ao sofá desconfortável. O pequeno Jonathan dormia sobre mim, à falta de quartos e sítios onde dormir na pequena casa eu teria decidido que não me importava que o bebé ficasse comigo, mesmo que isso me fizesse ficar mais desconfortável.

"D.J.?"

Eu pude ouvir Rue que estava sentada no chão com as costas contra o sofá.

"Sim?"

"Tu achas que o avô vai ficar bem?"

"Eu não sei, Rue. Eu não sou médica e eu ainda nem sequer tive a coragem de o ir ver..."

Tapei o pequeno até perto dos ombros com a manta dele.

"Eu não quero perder mais ninguém..."

"Primeiro, tu não podes pensar que o vais perder. Tu nunca o perderás. Fisicamente ele pode até ir embora mas ele vai estar sempre conosco. E tu sabes que sim."

Rue assentiu o corpo elevou-se e eu pude observá-la a deitar-se a meu lado com o braço sobre o corpo de Jonathan e a sua mão caída na minha cintura. O meu braço enrolou as costas da rapariga mais velha para que ela não caísse para trás.

"Nós nunca falámos sobre isso..."

Rue pousou a cabeça sobre o meu peito e os seus olhos foram fechados. Ela prosseguiu.

"Eu tive medo de te perder quando foste tantas vezes para o hospital. Mas sabes o medo que eu tive quando ficaste aqueles dias todos internada? Dinah, eu estou com o mesmo medo agora. Eu tenho saudades tuas. Tu és a minha melhor amiga."

Young Escape ➳ NorminahOnde histórias criam vida. Descubra agora