15. "Tea And a Cookie"

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"Deixa estar mãe. Volta para a cama." Normani sussurrou e após a mãe o fazer olhou Dinah, agarrou a mão dela e puxou-a com cuidado para dentro, fechando a porta. "Vais ficar tão doente!" Ela falou preocupada, agarrando as malas da rapariga e subiu até ao seu quarto com Dinah a segui-la. Normani pousou as malas num plástico, no chão, pois estas estavam molhadas, mesmo que não tanto como as roupas da rapariga loura.

"Precisamos de falar..."

"Oh sim. E vamos falar. Depois de tomares um duche de água quente e te enfiares na minha cama." Ela falou enquanto abria a porta do quarto que dava acesso à sua casa de banho e depois ligou a água, para que esta fosse aquecendo. "Tens a toalha verde, para te limpares, está totalmente lavada."

Dinah olhava a rapariga que parecia atarefada, enquanto lhe preparava tudo. O seu queixo tremia e os seus dentes batiam, ela podia afirmar que estava molhada até aos ossos, e o frio que se fazia na rua, não era uma boa ajuda tendo em conta o tempo que ela esperou ganhar coragem para bater à porta da casa da rapariga negra.

"Já podes ir. A água está quente. Vou deixar-te umas roupas quentes em cima da cama enquanto te vou fazer um chá lá a baixo." Ela falou enquanto abria o seu armário.

Retirou umas bolachas da saqueta onde a sua mãe as punha após fazê-lad e colocou-as num prato, pondo este no tabuleiro acompanhado da chávenas de chá para ambas. Subiu então as escadas com cuidado, pois estava escuro e ela não fazia intenções de acender as luzes. Bateu com os nós dos dedos contra a madeira da porta. "Posso?" Perguntou após abrir um pouco a porta e ao ver a rapariga deitada e a tremer ela entrou. Pousou o tabuleiro na mesa de cabeceira e sentou-se junto ao corpo da loira. "Queres tomar algo? Eu trouxe chá, para aqueceres... e também trouxe biscoitos." Ela sorriu, agarrando uma das chávenas e deu-a à outra rapariga.

"Não faças isso..." Dinah pediu, assoprando para o líquido acastanhado no interior da chávena. Recebeu um olhar confuso da parte da rapariga negra que tomava um gole do seu chá. "Não finjas que está tudo bem, que eu não fiz nada..." Ela suspirou. "A minha prima bloqueou o teu número, quando eu lhe emprestei o meu telemóvel. Ela também nunca me avisou das vezes todas que foste lá a casa para saberes de mim..." Dinah começou por dizer, aquecendo as mãos na chávena quente. "Ela recebeu uma chamada de alguém, não me quis dizer quem, a dizer que tu estavas a ser uma má influência para mim." Ela quase riu, com ironia, se não sentisse o seu corpo tão doente e gelado. "Então achou por bem, tomar todas estas medidas drásticas, sem me consultar." Fungou, comendo um bolinho. "E hoje, na casa de banho... entre mim e a rapariga não aconteceu nada. Era suposto ter acontecido, mas eu apenas não consegui... Eu pensava que queria aquilo mas de cada vez que fechava os olhos eras tu que estavas ali e eu não consegui enganar os meus sentimentos, nem à Sam." Ela falou baixo. "Quando tu nos viste a rir, foi porque eu lhe pedi algumas dicas sobre surpresas e pronto..." Ela proferiu puxando a mão livre da rapariga negra mais para si, vendo que esta se aproximava. "Eu não quero mais ninguém para além de ti, pelo menos por enquanto. Porque o que eu sinto por ti, nunca senti por ninguém antes. Podes até não ser o maior amor da minha vida, mas até esta data e horas és sem dúvida a pessoa que mais amei, e que mais tenho orgulho em dizê-lo. Desculpa." Ela pousou a chávena e abraçou a outra rapariga que permanecia calada. "Eu sei que nem sempre sou a melhor pessoa, podes achar-me uma pessoa terrível, mas eu odeio a sensação de me sentir rejeitada, e meio que é isso que tenho sentido nestas últimas semanas em que pensei que te tinhas arrependido."

"Devias ter vindo falar comigo, sabes? Tu não ias à escola e eu ainda te tentei procurar pelos bares que a Rue me disse que costumavas ir... Mas nunca te encontrei. Eu não sabia o que era feito de ti." Ela riu, dando um beijo na bochecha da outra. "Agora descansa, está bem? Bebe o chá e depois descansa." Ela pediu enquanto assoprava para dentro da sua chávena. "E não és terrível." Ela sorriu.

A rapariga começou a beber o chá aos poucos, enquanto comia um dos biscoitos/bolachinhas que a Normani lhe tinha dado.

"Obrigada." Ela agradeceu com voz de sono enquanto pousava a chávena vazia na mesinha de cabeceira e depois aconchegou-se entre os lençóis.

"Dinah?"

"Sim?" A rapariga olhou-a e sorriu.

"Saíste de casa... o que tencionas fazer?"

A rapariga respondeu com um encolher de ombros. "Amanhã vou procurar casa... E depois, logo se vê."

"Não... não faças isso..." Ela deitou-se ao lado da rapariga depois de colocar o tabuleiro com as chávenas na sua secretária, era mais seguro ali. "Deixa-me falar com a minha mãe e resolver umas coisas com ela." Ela proferiu, esboçando um sorriso enquanto se aconchegava numa perfeita "conchinha" à rapariga mais alta.

Young Escape ➳ NorminahOnde histórias criam vida. Descubra agora