7. "Dezassete"

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Dinah esboçou um sorriso forçado entregando o trabalho, encadernado do jeito que Mani tinha feito, e recebeu um olhar reprovador e de surpresa do professor, que possivelmente não estava à espera de um trabalho vindo da rapariga.

"Espero que goste. E que seja muito feliz com ele." Dinah foi então sentar-se no seu lugar, guardando todos os pertences na sua mala, estava quase a tocar e ela não tencionava ficar mais um segundo naquela sala.

Jane esperava Mani no lado de fora da sala dela, espreitando a rapariga pelo vidro transparente na porta. Conseguia ver parte do seu corpo dirigir-se para mais perto dela, desviando-se da entrada da sala.

"Hey." Mani saudou, recebendo um abraço de Dinah. "Como correu?"

Recebeu um encolher de ombros como resposta colado com um suspiro. "Ele é um imbecil, nem sequer vai olhar para o meu trabalho, vai dar-me logo um zero, Mani."

"Se por acaso ele o fizer, podemos sempre ir apresentar queixa dele à direção da escola." Mani disse, começando a caminhar ao lado da rapariga mais alta. "Artes manuais, não é?" Era a única aula que tinha decorado bem, pois era a única aula em que tinha Dinah perto de si.

"Sim!" Sorriu, entrando na sala coberta de trabalhos manuais feitos de madeira.

"Não sejas imbecil para o professor hoje, está bem?" Mani pediu, rindo enquanto deixava a sua mochila sobre a mesa.

"Ele é um imbecil para mim, esperas que não lhe responda?" Normani riu, fazendo um olhar óbvio como resposta. "Eu vou tentar..." Resmungou, começando a trabalhar no seu pedaço de maneira praticamente acabado.

"Wow! Está tão giro." Normani sorriu, aproximando-se da rapariga mais alta, que passava a lixa para amaciar o seu pedaço de madeira.

"Não está nada de mais..." Dinah murmurou virando o trabalho nas suas mãos para que fosse lixando as bordas ainda ásperas.

"Está muito bom Dinah." Mani repetiu, pousando a mão no ombro da rapariga. Recebeu um sorriso como resposta e então Dinah colocou cola na parte de baixo do seu projeto, colocando uma base para que o pedaço de madeira, já trabalhado, se conseguisse aguentar em pé. Largou então o trabalho para que a pressão de um sobre o outro fosse colando.

Mani estava realmente impressionada, principalmente porque ela ainda nem tinha começado o seu e Dinah já acabado. Deixou que os seus pés a levassem até à sua mesa e retirou o seu trabalho, pousando-o no tampo da mesma. Mani tinha apenas o quadrado de madeira que o professor lhe tinha dado na aula anterior. Dinah então achou que pudesse retribuir o favor da noite anterior e ajudar a baixinha a fazer aquele trabalho.

"Posso retribuir a ajuda de ontem, se quiseres." Ofereceu sorrindo e agarrou o material com o qual tinha trabalhado no seu pedaço de madeira e então aproximou-se. Olhou com atenção o pedaço de madeira. "Que tal um carrinho de brincar?" Perguntou. "Ou uma cadeira pequenina?"

"A cadeira parece-me bem." Respondeu, começando a ver pessoas entrar na sala.

Dinah pegou no seu telemóvel, procurando o molde para a cadeira na internet e após achar, começou a desenhar sobre o papel vegetal, que depois iria passar para a madeira.

"Está a ficar bom." Dinah afirmou contente, ajudando a rapariga a trabalhar na madeira, olhando o professor pelo canto do olho, que observava o seu trabalho.

Então Normani caminhava para casa, com os fones nos seus ouvidos, cantarolando baixinho a música que ia passando. Os seus olhos foram tapados e quase como automaticamente ela parou de andar, levou as suas mãos ao que tapava os seus olhos, reconhecendo a maciez e textura daqueles dedos. "Hey!" Sorriu e os seus olhos foram então destapados. "Pensei que a Rue te levasse, por isso eu não esperei. Podias ter-me dito que eu tinha esperado."

"Eu não sabia. Eu vi-te e vim atras de ti, para não ires sozinha e a Rue não ia para casa, ia dar uma volta maior só para me levar a casa." Sorriu e depois agarrou a mão da outra, olhando as mesma. "Hoje vou estar sozinha em casa... Não podes ir para lá? Eu não gosto de passar a noite sozinha." Resmungou, acariciando a mão da mais baixa, sorrindo com o contraste bonito das suas peles.

"Dinah... é difícil... Para eu te fazer companhia a ti, terei de deixar a minha mãe sozinha ao jantar e durante a noite e tu sabes o quão sensível esse assunto é." Explicou e ouviu um suspiro da parte da mais alta. "Mas em vez de irmos para tua casa, porque não vamos para a minha? Tu não tens ninguém em casa e assim jantávamos as três, e amanhã é, finalmente, fim de semana, podíamos passear depois de jantar."

Dinah então assentiu e beijou a bochecha da pequena. "Ontem eu passei lá a noite... Eu não quero que a tua mãe pense que eu estou a abusar, talvez seja melhor não, Mani..."

"Ela gosta de ti." Fez um pequeno beicinho ao ouvir que a loira negava o seu convite. "Por favor, Dih." Proferiu parando em frente à porta de casa da loira. "Diz-me que sim. Se não..." Colocou-se em frente ao porta de entrada. " Se não, não te deixo entrar!" Avisou e a mais alta então assentiu.

"Tudo bem. Mas se eu sentir que a tua mãe está desconfortável com a minha presença, eu venho logo embora."

"Isso é algo que mal vai acontecer, por isso está bem." Falou rindo e inclinou-se em bicos de pés para a frente, beijando os lábios da mais alta de um modo rápido e leve. Sorriu e depois afastou-se. Dezassete passos. Normani contou Dezassete passos do portão de entrada da casa de Dinah até a sua porta de entrada. Entrou em casa e começou então a preparar o jantar, com calma, indo para a casa de banho.

Colocou-se confortável com roupas largas, indo até ao piso inferior para receber a sua mãe que tinha acabado de chegar. Deixou que a mãe fosse tomar banho, colocando o resto da mesa, para três pessoas.

"Três pratos?" A mãe perguntou ao aparecer na cozinha de chinelos, com o cabelo molhado e enrolada na toalha.

"Ahm sim... Eu ia falar contigo sobre isso..." Começou. "A Dinah hoje vai ficar sozinha em casa..." Proferiu, apertando os dedos das mãos com a outra. "E eu convidei-a para jantar e dormir cá... Espero que não haja problema..."

Andrea sorriu, beijando a testa da rapariga, após se aproximar. "Não há problema nenhum, hoje é sexta, podem ficar à vontade até tarde, e consigo notar que ela é uma boa companhia para ti." Proferiu.

"Sim. Ela hoje ajudou-me na aula de artes manuais... Eu não tinha nenhuma ideia e ela deu-me uma e ainda me ajudou com tudo. Já tenho o projeto quase pronto. Mal posso esperar para que o vejas!" Falou rápido e entusiasmada. Andrea riu e foi até ao seu quarto, vestir uma roupa confortável.

Hamilton colocou comida nos três pratos, sentando-se ao lado de Dinah e em frente à sua mãe. Ambas sorriram, e Dinah colocou sumo nos seus copos e água no copo de Normani, pois era a única que bebia sempre água, algo que ela já tinha percebido.

"Bom apetite." Normani proferiu começando a comer calmamente e as outras acompanharam-na.

Dinah sentou-se na relva húmida com todo o orvalho que se fazia sentir e caia sobre o corpo já gelado das raparigas. Normani deixou que o seu corpo se sentasse entre as pernas da loira que rapidamente enrolou o seu corpo, apertando-o.

"Tens frio..." Mani suspirou ao sentir os braços de Dinah frios e arrepiados.

"Nada que não passe com um abraço..." Encolheu os ombros e de forma automatizada, Mani virou o seu corpo para a rapariga, colocando as pernas por cima das da rapariga e abraçou-a.

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Ora aqui está mais um. Como este foi fraquinho e sem muitas surpresas talvez, mas só TALVEZ, coloque outro ainda hoje. Obrigada a quem está a acompanhar!

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Young Escape ➳ NorminahOnde histórias criam vida. Descubra agora