Ninguém dormiu direito aquela noite. Isabel então estava com fortes dores de cabeça, com tantos pensamentos lhe importunando. Juntou aos problemas Yuri, Juliana e morte de vovó, o problema "papai procurando casas em São Paulo". Logo que amanheceu, a garota foi se juntar a família na sala. Minutos depois, entram João e Elisa, que tinham ido tratar de assuntos fúnebres.
— O velório será as três horas — anunciou Elisa, sem expressão no rosto.
Logo, vários parentes e amigos começaram a chegar à casa, para participarem da despedida da vovó. Às três horas da tarde, cerca de trinta pessoas estavam no cemitério municipal e às 6:00 foi sepultada a tão amada senhora. Akira e Juliana permaneceram ao lado de Isabel todo o tempo, consolando-a e tratando de animá-la.
— Você não precisa se preocupar em trabalhar, viu? — anunciou Akira, antes de sair da casa da garota, onde todos se reuniram após o enterro.
— Mas...
— Pode ficar tranquila. Eu entendo como você deve estar se sentindo.
— Obrigada, Akira.
— Bom, eu preciso ir.
A patroa se despediu da garota e saiu.
— Eu também preciso ir, Isabel — murmurou Juliana. — Mas prometo te ligar, viu? Aliás, eu não tenho o seu número de telefone.
— É verdade... paramos de nos falar antes de eu me mudar pra cá...
Isabel pegou um bloquinho de papel, na mesinha do telefone e anotou o número. Juliana se despediu da amiga e de seus parentes, e então, saiu. Os familiares de Isabel foram deixando a casa aos poucos, sendo a família de Branca a última a sair.
Aquela noite foi turbulenta para a garota, mas conseguiu dormir bem melhor que a noite anterior. Estava tão cansada que acordou no outro dia no horário de almoço.
— Bom dia! — exclamou Isabel entrando na cozinha, espreguiçando-se.
— Boa tarde! — exclamou Elisa com um leve sorriso.
— Nossa! Uma hora! — surpreendeu-se João. — Preciso ir! Tenho uma reunião às duas.
João estava se levantando da mesa, quando Isabel o puxou pelo braço.
— Espere!
— O que foi? — estranhou ele.
— Eu preciso te perguntar uma coisa!
O pai da garota sentou-se novamente à mesa.
— A Natália me disse que você esteve lá em São Paulo, olhando algumas casas.
Elisa e João se entreolharam, parecendo estar preocupados.
— O que foi? Por que vocês fizeram essa cara?
— É que a gente ia esperar tudo se acertar... — disse Elisa sentando-se numa das cadeiras.
— Acertar o que?
— Isa... Eu fui transferido pra São Paulo — anunciou João.
— Então... a gente vai se mudar?!
— É... é bem provável.
— Mas por quê? Estamos bem aqui!
— É desgastante pro seu pai, Isa. Imagine, ir a São Paulo todos os dias!
— E por que você não pode ficar aqui? O que tem de errado com esta cidade?
— Isa... Eu vou ganhar mais lá. E é até melhor pra você cursar uma faculdade, já que há tantas por lá...
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A história de Isabel [COMPLETA]
EspiritualIsabel e Yuri são de mundos completamente diferentes. Ela é cristã. Ele é um rebelde problemático. Ela trabalha na casa dele e ele a esnoba. Será que a fé, a bondade e o amor de Isabel serão capazes de tocá-lo de alguma forma? Conheça a HISTÓRIA DE...