2. Because I've Finally Found You

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Já era noite quando me toquei que o tempo havia passado. Meu celular estava no silencioso e quando fui checar, havia três chamadas perdidas e todas eram da Alex.

- Eu tenho que ir, esqueci de dizer para minha irmã que eu demoraria mais do que planejado - eu disse, pegando meu casaco no sofá.

- Ela deve estar pensando que eu te sequestrei ou algo assim - Lena brincou.

Pela minha risada, ela percebeu que não estava errada pelo o que disse.

- Alex só está me protegendo. Quando ela te conhecer, ela vai mudar o conceito sobre você. - Assegurei.

Lena deu um sorriso contido, não deixando sua expressão revelar o que estava pensando. Ela então me acompanhou até o elevador e com um "até logo" nos despedimos.

A caminho de casa, liguei para Alex. Ela atendeu no primeiro toque.

- Eu estava quase chamando a DEO inteira para ir atrás de você - Minha irmã disse irritada.

- Nem um pouco exagerada. - Eu ri e ela bufou. - Sou a garota de aço, lembra? Não precisa se preocupar.

- Eu sei, mas você não é indestrutível, Kara. E o que um Luthor pode fazer...

Suspirei.

- Lena é diferente. Confie em meu julgamento, por favor. - Implorei.

Alex, sabendo que aquela conversa não iria levar a nada, decidiu mudar de assunto.

- Maggie vai trabalhar no turno da noite hoje e estou livre. Que tal a gente fazer maratonar alguma série? Pelos velhos tempos.

- Eu levo os donuts! - Eu disse animada, já esquecendo de nosso pequeno conflito.

Não demorou muito para Alex chegar ao meu apartamento. Colocamos nossa conversa em dia, já que agora ela passava a maioria do tempo livre com Maggie e não tínhamos tanto tempo juntas fora do DEO. Deixei que ela falasse mais, já que eu não queria compartilhar minha conversa que tive com Lena. Era algo mais íntimo.

Já com o pijama, enroladas com manta e deitadas confortavelmente no sofá, dei play no primeiro episódio de Orphan Black.

A série tinha me prendido tanto, que não havia percebido que Alex já dormia. Decidi então desligar a televisão e deixar para continuar a série em outro momento. Cobri Alex com a manta e levemente coloquei um travesseiro debaixo de sua cabeça.

Antes de dormir, já em minha cama, decidi verificar meu e-mail. Por mais que seja sábado, meu chefe, Snapper Carr, poderia ter enviado um assunto sobre alguma nova matéria. Quando eu já estava apagando a luz do abajur do criado mudo, meu celular tocou com uma nova mensagem.

De: Lena Luthor

Espero que Alex não tenha pegado tanto no seu pé por causa de hoje.

Sorri para a sua preocupação. Fiquei tentada em ligar para ela, queria ouvir sua voz. Seria muito estranho? Bem, eu não me importo.

- Pensei que já estaria dormindo - Lena disse surpresa, depois de atender a ligação.

Suspirei baixinho ao ouvir sua voz.

- Digo o mesmo. E não, Alex não pegou tanto no meu pé. - Lembrei de responder sua pergunta da mensagem. - Eu a distraí com donuts.

Lena riu e meu peito aqueceu com o som. O que ela estava fazendo comigo?

- Não quero parecer tão carente, mas quer ir a almoçar comigo amanhã? - Lena convidou.

Mordi o lábio e hesitei por um momento. Quais seriam suas intenções comigo? Ela pensava em mim apenas como amiga? Ela realmente me beijou porque estava instável?

Lena percebeu minha hesitação.

- Kara, eu entendo se isso já é pedir demais e...

- Está marcado. Amanhã nos encontraremos.

Durante o café da manhã, Alex me olhava atentamente.

- O que foi? - Perguntei deixando meu cereal de lado.

Minha irmã sorriu como se soubesse de algo.

- Nada.

Revirei os olhos e ela sorriu largamente.

Depois do café, fui até o prédio da DEO para saber das novidades e como não tinha nenhuma, fui para a sala de treinamento. Winn, estava me observando, tentando aprender algum movimento, mas eu estava distraída demais para fazer algo certo.

Assim que terminei o treinamento fui olhar a hora. Era quase o horário que combinei com Lena para almoçar.

- Vai ter um encontro ou algo assim? - Winn perguntou vendo minha pressa em ir.

- Eu? Encontro? - Ri nervosamente. - Não... é só um almoço. Não tem mais nada além de amizade.

- Amizade colorida, né? - Winn riu.

Voei até em casa para me trocar. Coloquei meus melhores vestidos na cama e depois de experimentar todos umas três vezes, decidi que usaria um vestido rosa de alça com pequenas margaridas estampadas. Eu não sei o motivo de eu me importar tanto com a minha aparência. Não era como se eu esperasse que algo fosse acontecer.

O taxista me deixa no endereço do restaurante que Lena havia enviado. O lugar era grande, com paredes altas e janelas de vidro que deixavam o sol iluminar naturalmente o local.

Lena já estava sentada na mesa dos fundos e quando me viu, acenou.

- É tão bonito aqui - comentei.

Mas o que eu queria dizer mesmo era o quanto ela estava bonita. Usava uma maquiagem leve, já que não precisava muito. Sua expressão estava mais suave do que ontem e o sorriso não deixava seu rosto. Ela usava uma saia que contornava seu corpo, uma blusa de tecido leve e salto agulha preto.

- Achei que você gostaria da paisagem. - Ela apontou para o lindo jardim que ficava ao lado, decorado com várias flores e árvores coloridas. A janela era única coisa que nos separava da vegetação. - Eu sei que gosto do que estou vendo. - Seus olhos encararam os meus. Ela estava me provocando.

Minhas bochechas esquentaram e desviei o olhar. Toda vez que ela me elogiava eu ficava boba de vergonha.

Logo o garçom veio trazer o menu e informar o especial da casa. Lena percebeu que eu estava um pouco perdida e fez o pedido por mim. A agradeci com um sorriso de lado. Não demorou para ele trazer nossa comida.

- Eu estava pensando em quando você planeja ir visitar sua mã... - Me calei quando Lena colocou a mão sobre a minha que estava apoiada na mesa.

- Eu não quero falar sobre isso agora. - Seu indicador desenhava linhas em meu pulso, deixando rastros de calor.

Olhei para ela profundamente.

- Do que quer falar então?

- Quero saber tudo sobre você. Quero te conhecer. - Ela respondeu.

Claro que a parte de ser kryptoniana eu manteria segredo, não sei o que Lena faria se soubesse. Então eu contei sobre minha infância e adolescência. Contei que também era adotada, que a família que me adotou era maravilhosa, que me ama e cuida de mim. Contei sobre minhas festas de aniversário e de quando Alex e eu ganhamos um cachorrinho, contei que ele já tinha partido também. Rimos e rimos de minhas histórias engraçadas.

Estar com ela é como se nós duas fossemos as únicas do mundo. Eu tinha que admitir para mim mesma que estava atraída por ela. De todas as formas.

WingsOnde histórias criam vida. Descubra agora