Informações e Vocabulário

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Cobra Norato
Esta é uma versão resumida de narrativas regionais do Pará. Uma versão é encontrada em O matuto cearense e o caboclo do Pará, de José Carvalho (Belém do Pará: 1930).

Sacudiu-os nas águas do paranã - jogou-os nas águas do rio

Tejupar - casa de palha, palhoça

Putirão - trabalho comum, gratuito, (mutirão) em proveito de um indivíduo que oferece alimentação e bebidas e depois um baile.

Dabacuri - festa oferecida por uma aldeia a outra.

Sapucaia-Roca
O Cónego Francisco Bernardino de Souza (n.
1834) recolheu esta lenda quando em missão científica. Lembranças e curiosidades do Vale do Amazonas (p. 261-262) Pará: 1873.

Sapucaia-Roca - casa da sapucaia, casa da galinha, galinheiro.

Muras - A nação mura infestava as margens do Amazonas atacando não só os viajantes como as outras nações indígenas, vivendo de roubo e pilhagem. Assim, parece natural que seja atribuída à nação mura a lenda universal de cidades submersas por castigo ao desregramento.

Barba Ruiva
Lenda popularíssima no estado do Piauí, ao redor da lagoa de Paranaguá.
No rio São Francisco existe a lenda de uma moça que atirou um recém-nascido ao rio. Um dourado segurou-o na boca, sem engolir. E sobe e desce o rio com o menino na boca. O menino não cresce, mas está com os cabelos brancos.

A cidade encantada de Jericoacoara
Olavo Dantas, "Sob o céu dos trópicos", em Lendas, aspectos e curiosidades do Brasil (p. 194-
196) Rio de Janeiro, 1938.
A mesma lenda ocorre em Pernambuco. Mário Melo encontrou em Pedra Talhada, Vila Bela, uma furna habitada por uma princesa encantada, uma imensa cobra. Revista do Instituto Arqueológico Pernambucano, vol. XXIX, p. 33, ns. 135 a 142. Recife: 1930.

A serpente emplumada da Lapa
Esta lenda foi narrada a Câmara Cascudo por antigos romeiros. O Padre Turíbio Vilanova Segura, capelão do Santuário, registrou-a em Bom Jesus da Lapa. São Paulo: 1937, p. 153-154.

As mangas de jasmim de Itamaracá
Lenda tradicional de Pernambuco, foi divulgada por Francisco Augusto Pereira da Costa no Mosaico Pernambucano, revista de História de Pernambuco, em outubro/novembro de 1927. Os versos são parte de um poema do Dr. José Soares de Azevedo.

Carro caído
Trecho de um romance incompleto, Os mortos, de Henrique Castriano de Souza, na Revista do Centro Polimático, n. 6, p. 17-18, julho de 1922, Natal, Rio Grande do Norte.
É uma das lendas mais antigas e conhecidas no litoral do estado. Um recanto da lagoa de Estremoz, município de Ceará-Mirim, tem esse nome, numa curva onde as águas são escuras pela profundeza, no fundo de um aclive. A história é de origem portuguesa.

O sonho de Paraguaçu
Registrada por João da Silva Campos (1880-
1940) em Tempo antigo (p. 79-83) Bahia: 1942. O autor retifica certos pormenores: o
navio que afundou na ponta dos Castelhanos era comandado por Juan de Mori, e a data seria em dias de julho ou agosto, não em maio.
Uma das mais antigas lendas do Brasil, está viva ainda nas tradições orais do povo baiano. Na igreja da Graça existe um quadro, dado como dos finais do século XVI, representando o episódio.
Paraguaçu (para=mar + guaçu=grande), viúva em 1557, era filha do tuixaua Itaparica e faleceu muito idosa, respeitada como verdadeira matriarca na sociedade que se formava. Chamavam-na, cari- nhosamente, Guaimi-Pará, a Velha Pará.

Romãozinho
Câmara Cascudo ouviu esta lenda de um empregado, goiano de Morrinhos. É conhecida no leste da Bahia, todo Goiás e parte de Mato Grosso. Jose A. Teixeira, em Folclore goiano (São Paulo:
1941) estuda a convergência para o mito do Saci- Pererê.

A lenda de Itararé
Esta lenda foi enviada a Câmara Cascudo pelo grande poeta paraense Rodrigo Júnior (Dr. João Batista Carvalho de Oliveira). "O caso foi contado por um caboclo velho a um viajante, há muitos anos."
A confluência do rio Itararé com o Paranapanema é limite dos estados de São Paulo e Paraná. A lenda é comum nessa região.

Curare - Veneno retirado de um cipó, Strychnos toxifera.

Ervando - Molhando no caldo de ervas.

Ariru - Entorpecentes vegetais.

Saracuara - Saracura sericóia, frango aquático.

Araponga - Chasmarhyncus nudicollis, guiraponga, ferreiro, ave notável pela estridência do canto.

A Missa dos Mortos
Lenda tradicionalíssima em todo o Brasil, registrada por Augusto de Lima Júnior, em Histórias e lendas (p. 154-156) Rio de Janeiro: 1935. O registro indica como tendo acontecido na igreja de Nossa Senhora das Mercês de Cima, em Ouro Preto, Minas Gerais.
A tradição veio de Portugal, na Missa das Almas; da Espanha, na Misa de las Animas, conhecida na Europa cristã.

Chico Rei
A história de Chico Rei é popularíssima em Minas Gerais. Dá-se como tendo passado no século XVIII, em Ouro Preto.

Fonte dos Amores
Vários cronistas do Rio de Janeiro se referem a esta lenda. Joaquim Manuel de Macedo já a citava em Um passeio pela cidade do Rio de Janeiro. Torêutica - arte de trabalhar o metal.

O Frade e a Freira
É a mais bonita lenda capixaba. O tema foi enviado a Câmara Cascudo por dona Maria Stela de Novaes, da cidade de Vitória.
O Frade e a Freira ficam à margem do rio Itapemirim, entre os municípios de Cachoeiro e Rio Novo, no estado do Espírito Santo.

A gralha azul
Com o título de "O plantador de pinheiros", esta lenda, uma das mais belas do Paraná, foi enviada a Câmara Cascudo, em 1934, pelo Dr. Simeão Mafra Pedroso.
A gralha azul estava quase extinta, por causa do desmatamento e da caça, quando um grande movimento em favor dessas aves, indispensáveis na disseminação natural dos pinheiros, conseguiu impedir sua extinção.

O Negrinho do Pastoreio
É a mais tradicional e querida das lendas do Rio Grande do Sul, espalhada pelos estados da fronteira, dentro e fora do Brasil.
Aqui é contada por João Simões Lopes Neto (1865-1916). Esta e outras narrativas gaúchas podem ser encontradas em Melhores Contos Simões Lopes Neto. São Paulo: Global, 1998.

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