Cap. 2 - De Volta Em Casa

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   O dia transcorreu sem mais nenhum aborrecimento, Laura estava analisando uma determinada matéria, enquanto saboreavam seu café, quando Ivete entrou.

   – Com licença, senhora.

   – Ah, que bom que apareceu, Ivete, preciso da sua opinião.

   – Minha opinião, senhora? – surpreende-se Ivete. – Em quê?

   – Olha só essa frase: "As mulheres não necessitam de um homem nem mesmo para ter um orgasmo."

   – Oh, Minha Nossa! – disse Ivete com um certo rubor.

   – Que você acha? Forte demais?

   – Bem, senhora… Depende do contexto. Algumas achariam forte, outras encarariam numa boa. Eu, por exemplo, não nego que já usei um "brinquedinho" uma vez ou outra, mas acho que nada substitui o original! – disse ela se abanando. – O que eu não daria pra ter aquela pegada forte, beijos de tirar o fôlego, uma noite romântica que começasse num jantar e terminasse numa bela… – ela faz uma pausa quando percebe que se deixou levar demais.

   – E terminasse com o quê, Ivete? Agora fiquei curiosa. – disse Laura sorrindo com os braços cruzados.

   – Sobremesa! Eu ia dizer sobremesa, senhora. – disse Ivete sem graça. – Ah, sim. Seu sobrinho ligou.

   – Ligou pra cá? Como assim?

   – Ele disse que ligou várias vezes para o seu celular e só dava desligado.

   – Sério? – disse Laura pegando o celular da bolsa. – Droga! Descarregado!… Mas o que ele disse, Ivete?

   – Disse que a senhora fosse recebê-lo no aeroporto.

   – Meu sobrinho está chegando?! – disse Laura com um sorriso de orelha à orelha.

   – Sim, senhora. Ele chega no vôo das 4h:30mPM.

   – Que ótimo!… Ivete, me faça um favor, diga ao Armando que hoje eu não volto mais à tarde, sim? – disse ela pegando sua bolsa e saindo.

   – Sim, senhora. Mande lembranças ao senhor Ricardo.

   – Pode deixar.

   Laura saiu eufórica. Ricardo era filho de sua falecida irmã, Amélia. Antes de morrer, sua irmã lhe pediu que cuidasse de seu filho e que o amasse como se fosse seu. Laura tem cumprido bem essa promessa, mesmo a contragosto de seu cunhado Arthur, com quem nunca se entendeu.
   Ela chegou no aeroporto no horário combinado. Laura estava impaciente, não via a hora de rever seu sobrinho. Foi então que ele surgiu.

   – Tia Laura!

   – Ricardo, meu querido!

   Os dois dão um longo abraço, afinal, foram cinco anos longe um do outro.

   – Meu Deus! Olha só você, está um homem! – disse Laura.

   – A senhora continua linda, tia. Uma gatona!

   – Não seja debochado, garoto! – disse ela dando um tapinha no braço de seu sobrinho. – Minha Nossa! Como o tempo passa, meu filho! – ela acaricia seu rosto.

   – Nem fale, tia. Senti tanto a sua falta.

   – Eu também, meu querido.

  Eles se abraçam novamente.

   – Vamos, tia. Tenho tanta coisa pra lhe contar.

   – E eu quero saber tudinho! – disse ela.

Sabor da Paixão (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora